O Classical Queen nasceu em setembro de 2004 e logo no final do ano fazia sua estréia nos palcos. A banda se aprimora a cada show, com cuidadosa produção de figurino, performance de palco, instrumentos e equipamentos, recriando minuciosamente um show ao vivo do QUEEN.
Mas a banda não pára por aí, se aprimorando cada vez mais, na parte visual e musical. Com toda esta produção o Classical Queen é a única banda brasileira que consta no QueenWorld (o site do fã clube oficial internacional do Queen).
INTEGRANTES:
Ítalo Arruda (Freddie Mercury)
Fernando Gamba (Brian May)
Equipamentos:
Guitarra Burns Red Special; Guitarra Red Special Custom, guitarra Ibanez RG 550; pedais Digitech Brian May, Brian May Treble Booster, Vox Tonelab, , Planet Waves Tuner e Oliver Digital Delay; amplificador Vox AC-30 Brian May Signautre; violão Tagima.
Julio Abrileri (John Deacon)
Equipamentos:
Baixos Fender Jazz Bass, Ibanez SR400, Tagima Fretless Jaco Pastorius e Washburn XB400; Amplificador Meteoro 400mb com uma caixa 4×12 e uma caixa 1X15
Alan Nerys (Roger Taylor)
Equipamentos:
Bateria Tama, Pratos Orion,(8″splash, 14″chimbal, 16″e 19″ crash, 20″ Ride, baquetas Liverpool e Peles Remo.
Fernando Zamai (Spike Edney)
Equipamentos:
Roland XP 10
ENTREVISTA:
1- Contem-nos um pouco sobre a história da banda. Como ela foi formada? O que vocês faziam antes e como entraram na banda?
Fernando Gamba (FG): A banda se formou em 2004, de lá pra cá, muitas mudanças ocorreram, só sobraram da formação original eu e o Julio Abrileri (baixista). Eu tocava numa banda de pop rock variado, e pra mim, tocar Queen era uma grande oportunidade e também um desafio, afinal Brian May é um dos gênios da guitarra.
Ítalo Arruda (IA): Eu residia em Fortaleza e tinha uma banda cover de Queen onde tocávamos por quase toda a Região Nordeste e Norte, depois vim morar em Sampa com toda a minha família. Fui convidado a participar de um evento em homenagem ao Freddie Mercury.
Depois desta minha exposição fui convidado a montar uma banda cover com amigos daqui mesmo de Sampa, que, por motivos de força maior, não deu certo e nesse ínterim, recebi outro convite, por telefone, do guitarrista Fernando Gamba, da Banda Classical Queen, para assumir o vocal da banda, daí aceitei e estamos juntos desde o ano passado!
Alan Nerys (AN): Eu na época era vendedor de instrumentos musicais e professor de bateria e fui convidado pela banda para substituir o antigo baterista.
Fernando Zamai (FZ): Eu sou músico desde criança e dou aula de piano, teclado e teoria musical na escola Polissom em São Caetano.
2- Porque Queen?
FG: O primeiro show que eu fui em minha vida foi do Queen, em 81, no Morumbi. Na época escutava os álbuns ‘Jazz’ e ‘The Game’ 200 vezes por dia. Depois do ‘Hot Space’, perdeu um pouco do encanto pra mim, mas sempre admirei Brian May, por fazer solos maravilhosos sem tocar 1000 notas por segundo.
IA: Eu iniciei na música através do canto lírico, em Fortaleza, aos 14 anos de idade. Em uma dessas aulas erudita, chegou um colega que fazia canto comigo, ele era vocalista de uma banda de rock e tinha em uma de suas mãos um disco do Queen, ‘A Night At The Opera’, comentou comigo que esta banda fazia fusões de outros estilos de música com rock, inclusive com a música erudita! Pedi emprestado o disco e fiquei maravilhado com o que eu ouvi. Daí pra frente vocês já sabem o resto da história, não é mesmo?
AN: Porque foi uma das únicas bandas que tiveram a atitude de continuar com uma grande produção musical focada na música clássica e no rock clássico com vários hits de sucesso independente do público que acompanhava. Para escutar Queen não necessita gostar de rock e sim de boa música.
FZ: Porque é uma banda carismática e que consegue mesclar todos os estilos musicais, desde a tarantela até a música flamenca, com o rock.
3- Existe alguma música que vocês gostariam de tocar, mas nunca tiveram a oportunidade?
FG: ‘Innuendo’ e ‘39’, que estão em fase de ensaio. E também ‘Bijou’, pelo feeling e por ser uma música com uma estrutura única: Em vez de ser uma música cantada com um solo de guitarra no meio, é uma música instrumental com uma parte de voz no meio.
FZ: ‘Mustapha’ e ‘Bycicle race’
IA: no meu caso, seria: ‘Princess of The Universe’. É uma canção com muito feeling e desafiadora, principalmente para o vocal e guitarra, sem contar que o Queen desenvolveu arranjos belíssimos em estúdio, exatamente pensando no vigor e na energia do filme: “Highlander”. Um dia ainda terei o prazer de cantar essa música com os meus amigos da Classical Queen! Que indireta! (RISOS)
AN: ‘Good Old Fashioned Lover Boy’
4- Como é a preparação do set-list antes de cada show?
IA: Existem vários fatores de planejamento que nos leva a compor um repertório de show, dentre eles: tempo de show disponibilizado, atrações artísticas que se apresentarão na mesma noite que nós, se o contexto da apresentação é mais pra fãs do Queen ou para o “grande público” admirador da banda, se será uma apresentação temática para recordar alguma turnê, ou um show mais formal, como pra celebrar a data de aniversário de casamento. Enfim, é muito relativo montarmos um set-list, fazemos isso de acordo mesmo com o público-alvo e com a ocasião, daí nós fazemos um repertório mais lado “A” ou “B”, ou uma fusão de ambos de acordo com esses contextos!
5- Vocês acham que existe algum tipo de preconceito pelo fato de vocês serem uma banda cover?
IA: Eu, como cover do Freddie Mercury, tanto em Fortaleza como aqui em Sampa, nunca sofri, de forma direta, algum preconceito ou desrespeito de alguém! Pode ser que isso aconteça um dia, sei lá, mas por enquanto não!
Acho que isso, muitas vezes acontece com algumas bandas cover, pelo fato desses grupos musicais se formarem com uma proposta de tributo de uma banda específica sem ser fã, ficam com foco, muitas vezes, só na oportunidade de mercado e em quanto vão faturar em cima daquele grupo musical! Daí não tem o esforço e a disciplina em pesquisar a obra daquela banda, não estuda as performances e trejeitos de seus integrantes, assim como, a musicalidade, a técnica vocal e instrumental, o equipamento e por vai! Numa situação dessas, não tem jeito, pois se atrai um público que, de fato, é fã e, no final, por não ser um músico fã, acontece um insucesso! Daí atrai o dito “preconceito” e antipatia de quem é realmente fã e admirador da banda em questão!
FZ: Não… Acho que é um mercado que está bastante valorizado, principalmente com as bandas clássicas que já não existem mais
FG: Não. Às vezes, ao começar o show, especialmente, em casas que não são de rock, você vê a reação do público quando o Ítalo entra no palco, mas em instantes eles percebem que não é um cara “fantasiado” de Freddie Mercury, e sim um cantor. Daí as risadinhas mudam pra aplausos
AN: Não, porque já que a banda foi um ícone do rock se o cover é bem feito e procura buscar a perfeição nos detalhes vale a pena ver o público compartilhando o nosso som.
6 – Já passaram por algum momento engraçado no meio do show? Se sim, qual?
IA: Já passei por vários! (risos) Já atiraram calcinha pra mim durante o show! Detalhe: calcinha tamanho 52 (acho eu!).
Quando eu usei o famoso shortinho curto e branco, bandana vermelha no pescoço, boné, tênis branco e sem camisa, em um show na cidade de Mogi das Cruzes, passou na minha frente uma garota de 65 anos, aproximadamente, e falou alto e em bom tom: “… quanta imoralidade e desrespeito…!!” (risos). Eu acho que ela estava no show errado, mas tudo bem, acontece! (risos);
Outra história foi em um show da Classical Queen num evento de moto clubes, em um determinado momento do show, eu pulei do palco, que tinha, mais ou menos uns 4 metros de altura, com o objetivo de cantar no meu do público, só que eu demorei a retomar o vocal na música em que estava sendo executada e demorei pra retornar ao palco! O Júlio Abrileri, baixista da banda ficou desesperado, pois ele não sabia o que tinha acontecido comigo! Depois de alguns segundos voltei a cantar a música e em seguida subi no palco novamente e tudo se acalmou (risos).
FG: Recentemente fomos tocar em Mogi e quando tocamos ‘Love of My Life’ e ‘Is This The World We Created’, eu e o Ítalo costumamos sentar na beirada do palco, pra um “momento acústico”. Nesse show, uma fã quis sentar ao nosso lado, mas sentou no cabo da guitarra e desplugou. Por sorte foi na parte em que o publico canta, e nesse meio tempo, tirei o cabo debaixo dela, e consegui plugar na guitarra, no momento exato de voltar a tocar.
7- Como é sentir a emoção dos fãs da banda nos shows?
FG: É a parte mais gratificante. É o que me motiva a tocar. Muitas vezes já vimos gente chorando na platéia, durante ‘Show Must Go On’ ou ‘Bohemian Rhapsody’. Também tem aqueles que pedem musicas bem lado B, como ‘Invisible Man’. E também já aconteceu, num show em Mato Grosso, de um cara me chamar durante o show e pedir pra tocarmos ‘Paranoid’, do Black Sabbath, por incrível que pareça.
FZ: Pra nós é uma satisfação muito grande…os fãs do Queen, geralmente vibram quando ouvem as músicas, principalmente as que não são tão conhecidas pela maioria das pessoas…alguns chegam até a chorar mesmo de emoção no show
IA: É impressionante a emoção que emana dos fãs nos shows da CQ!
Todo mundo da banda se esforça pra dar tudo de si nos shows, como se fossem os últimos de nossas vidas!
Eu, particularmente, gosto de ver alguns vídeos do Queen em casa, antes de sair para o show, com o objetivo de me inspirar com o vocal e performances do Freddie!
Quero registrar ainda, nessa entrevista, que todos nós da banda CQ, antes de subirmos no palco, fazemos uma prece de braços dados, sempre pedindo inspiração a Deus pra que tudo corra bem no show!
Daí a resultante não pode ser outra, energia positiva sai do palco para o público e retorna pra nós triplicadamente e avassaladora!
Já cheguei a chorar junto com o público, cantando ‘The Show Must Go On’, pois tinha uma galera, na “fila da frente” do palco, chorando copiosamente quando esta canção começou a ser executada! Daí não teve jeito, como eu sou um chorão assumido, vendo aquilo acontecer, comecei a me engasgar com a letra da música e chorei junto!
8- Qual aquela música que sempre te emociona na hora de tocar?
FG: Pra mim, ‘Friends Will Be Friends’, que é um hino em homenagem à amizade. Em um show recente, fomos tocar ‘Show Must Go On’ e eu fiz um comentário sobre as dificuldades que aparecem em nossas vidas e que temos que levar em frente. (Para os que não sabem, meu pai faleceu em janeiro e 20 dias depois, eu descobri que tinha câncer – estou em fase de tratamento). Quando olho pro lado, o Ítalo estava chorando. Tive que me controlar pra não olhar pra ele, senão íamos ficar dois chorando no palco.
FZ: Várias, mas as mais são: ‘The Show Must Go On ‘e ‘We Are The Champions’
IA: ‘Somebody to Love’, pois era uma das canções predileta do Freddie e, esse fato, me trás essa recordação no ato do show e, ao mesmo tempo, me faz refletir, o quão ele era solitário e carente no campo do amor!
Daí, quando a executamos, eu fecho os olhos e me remeto a essa possível angústia que ele tinha, solto o meu espírito e as cordas vocais e a canção flui com excelência!
9- Finalmente, para terminar, mandem um recadinho para o pessoal que acessa o Queennet e vai ler essa entrevista.
FG: Que os fãs de Queen fossem mais unidos. Não existe isso de “eu sou mais fã do que você, porque tenho mais CDs, ou DVDs, ou fui a mais shows”. Todos os fãs amam Queen, cada um à sua maneira. E prestigiem mais as bandas cover nacionais, pois algumas não deixam nada a dever a covers de outros países. Se fomos reconhecidos pelo site mundial do Queen – o queenworld.com – significa que estamos no mesmo nível das principais bandas cover de Queen do mundo. Afinal, quantas bandas podem, dentro das proporções, reproduzir um show do Queen, com os mesmos figurinos e instrumentos?
IA: A mensagem que eu deixo pra todos que acessam o Queennet é que, pelo amor de Deus, não deixem a obra e a cultura do Queen morrer! Tentem, não só escutar suas canções, mas adentrem a fundo, na vida de seus integrantes, leiam suas histórias, pois eles têm muito pra contar sobre suas experiências de vida! Procurem, principalmente captarem a mensagem de paz e amor que esta banda deixou e deixa até hoje, através de Freddie Mercury, Sir Brian May, John Deacon e Roger Taylor! Repassem todo o material possível e todas as informações para os seus filhos, netos e bisnetos, se for possível, do quanto essa banda colaborou e contribuiu com capítulos belíssimos no livro da história do rock!
Beijo grande no coração de toda a realeza de fãs e admiradores da Majestade do Rock, o QUEEN!
FZ: Obrigado às pessoas que vão aos nossos shows e nos acompanham sempre… e continuem ouvindo as bandas de rock clássicas, porque faz muito bem.
Confira alguns vídeos de apresentação da banda
Classical Queen + Abdalla Kilsam – Under Pressure – Morrison 15/07/11
Classical Queen – Don’t Stop Me Now – Morrison 15/07/11
Para ver mais vídeos da banda acesse:
http://www.classicalqueen.com.br/videos.htm
Para mais informações como agenda e contato:
Site Oficial: http://www.classicalqueen.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100002049194175