Live Aid vai virar um musical

Live Aid, um dos shows mais famosos de todos os tempos, se tornará um musical em Londres no próximo ano.

O evento original, no Estádio de Wembley, em 13 de julho de 1985, foi organizado por Bob Geldof e Midge Ure para arrecadar dinheiro para o combate à fome na Etiópia.

O musical, chamado Just For One Day, contará com músicas tocadas naquele dia por artistas como Queen, U2, Sir Elton John, Sir Paul McCartney e Sting.

Será exibido no Old Vic Theatre de Londres de 26 de janeiro a 30 de março.

Sentado no palco do Old Vic, uma coisa que Geldof quer deixar bem claro é que não haverá ninguém fingindo ser o cantor.

Isso não é uma homenagem. Eu não teria nada a ver com isso. Então, não há uma pessoa vestida de Freddie com um bigode de merda. As músicas conduzem o drama, diz ele.

O enredo de Just For One Day, que leva o nome de uma frase de Heroes, de David Bowie, irá equilibrar uma visão dos bastidores de como Band Aid e Live Aid se uniram, com uma história de amor inspirada em eventos reais.

A história é baseada em testemunhos reais daquele dia, explica Geldof.

São pessoas reais contando suas histórias ao longo disso. Portanto, é um teatro complexo.

O musical está sendo feito com total autorização do Band Aid Charitable Trust, que receberá 10% de cada venda de ingressos.

O show foi originalmente concebido por John O’Farrell, que escreveu o musical Mrs Doubtfire, e Luke Sheppard – que dirigiu o musical & Juliet, que traz canções do compositor pop sueco Max Martin.

Geldof diz que a dupla não estava muito confiante quando o abordou com a ideia do show.

Eles vieram e disseram: ‘sabemos que você vai dizer não, mas queremos fazer isso porque nossos pais nunca pararam de falar sobre este dia. E achamos que é teatro’.

Geldof participou de workshops para o musical com os outros curadores do Band Aid, incluindo o promotor do Live Aid, Harvey Goldsmith, e Lord Grade – o homem que concordou com a transmissão do concerto original pela BBC.

Eles queriam ter certeza de que gostaram do que viram antes de decidirem endossar a produção.

Ficamos maravilhados. Devo dizer que não havia um olho seco na casa, confirma Geldof.

Ele será interpretado pelo ator inglês Craige Els, que já apareceu na TV em Ripper Street e Dr Who. Assistir alguém retratá-lo é algo que Geldof não gosta.

Deixe-me ser completamente franco. Já é ruim o suficiente ser Bob Geldof. É um pouco pior ver outra pessoa fingindo ser você. A única vantagem para mim é que ele tem uma voz incrível, Bob de palco, então as pessoas vão pensar que eu realmente canto como bom assim.

E ele acertou a linguagem, ele ri, reconhecendo os palavrões pelos quais ficou famoso durante a transmissão do Live Aid, quando pediu vigorosamente ao apresentador David Hepworth que lesse os números de telefone para enviar doações instantâneas.

 

Live Aid na tela

O Live Aid original, que aconteceu na Filadélfia e também em Wembley, teve uma programação que incluía muitos grandes nomes de todos os tempos, como Bob Dylan, Led Zeppelin e The Who.

A audiência estimada da TV foi de 1,5 bilhão e o show arrecadou milhões para o combate à fome. Também forneceu um modelo para vários outros concertos de caridade de estrelas, bem como ajudou a promover a discussão sobre a ajuda humanitária, que posteriormente se tornou um importante ponto de discussão para os governos ocidentais.

Live Aid já recebeu tratamento dramático várias vezes, com o cenário triunfante do Queen recriado em detalhes surpreendentes para fornecer o clímax da cinebiografia de Freddie Mercury, Bohemian Rhapsody, que rendeu a Rami Malek um Oscar.

Houve também o filme da BBC Four de 2010, When Harvey Met Bob, com Domhnall Gleeson pré-Star Wars interpretando Geldof, enquanto a comédia da Sky Arts Urban Myths: Backstage at Live Aid explorou o que poderia ter acontecido naquele dia, com Martin Compston de Line of Duty como um enfurecido Midge Ure.

Geldof espera que o novo musical ajude o legado do Live Aid a sobreviver de várias maneiras.

O dinheiro para o Band Aid é bom, mas esse não é o ponto. Haverá uma criança que chegará a este ponto e sairá dizendo:

Posso fazer algo assim usando dispositivos digitais, que terão o mesmo impacto’?

Se o indivíduo entende que a resposta não está soprando no vento, que a resposta é levantar-se, então, honestamente, para Bob, é aí que está a questão pessoalmente para mim.

 

Fonte: www.bbc.com

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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