Catoteca #19 – Os auto-covers – Queen, Legião, The Doors, Creedence…

Por: João Pedro Ramos (www.contraversao.com

Ontem,30/05/2012, não se falava em outra coisa: Wagner Moura, vulgo Capitão Nascimento (se bem que eu não consigo deixar de lembrar dele fazendo papel de mulher em “Sexo Frágil”) cantando em um tributo à Legião Urbana, lançado pela Mtv. Caça-níqueis? Homenagem? Tudo pelo ibope? Isso não vem ao caso. Até os fãs viram que Moura desafinou até dizer chega, compensando com seu carisma. Eu não consegui assistir por mais de uma música, mas tem gente que gostou desse auto-cover. (Nota do editor: Legião sempre foi cover dos anos 80! Qualquer música que vira hit em rodas de violão deveria ser proibida.)

Como vocês devem saber, não é o primeira coisa do tipo que acontece. Para ganhar um troquinho, muitas bandas aproveitam os integrantes que ainda estão afim de tocar e provavelmente com saldo negativo no banco para revisitar seus velhos sucessos e quem sabe ganhar mais alguns trocadinhos às custas dos fãs. Afinal, pra encher o bolso, ninguém é insubstituível. Veja alguns projetos recauchutados de bandas que já foram pro saco:

 Doors of the 21st Century

Jim Morrison bateu as botas em 1971, e desde então o The Doors entrou em repouso. Apesar das coletâneas caça-níqueis e de lançamentos póstumos, o legado de Mr. Mojo Risin permanecia intacto. Até que… faltou dinheiro. Pronto: estava criado o Doors Of The 21st Century, com Ian Astbury, do The Cult, no lugar do Rei Lagarto, além de Ray Manzarek e Robby Krieger endossando a palhaçada. O baterista John Densmore preferiu ficar de fora e graças à ele o nome da banda precisou ser mudado. Ian Astbury fez o possível para imitar a voz e até os trejeitos de Morrison no palco. (Nota do editor:Vergonhoso!)

 Creedence Clearwater Revisited

John Fogerty tá aí, vivão e vivendo, mas desistiu do Creedence faz tempo. Uma banda que tinha sucessos que todo mundo conhece como “Have You Ever Seen The Rain”, “Bad Moon Rising” e “Susie Q” dava uma bela grana, e Fogerty saiu fora deixando seus ex-companheiros desamparados. É lógico que logo que a bufunfa faltasse, daria-se um jeito: O Creedence Clearwater Revisited,  formado em 1995. Da formação original, sobrou só a cozinha: o baixista Stu Cook e o baterista Doug Clifford. Vira e mexe os velhinhos estão no Brasil. (Nota do editor: Tá voltando mais que a tia do Bátima!)

Queen

Esse caso é mais complicado. Assim como no caso do Doors e até da própria Legião Urbana, o Queen praticamente era seu vocalista, Freddie Mercury. O bigodudo foi pras picas (no pun intended) em 1991, e por um tempo a banda sossegou e deixou o cara em paz, lançando apenas algumas coletâneas e álbuns póstumos para garantir o leitinho das crianças. Porém… em 2004, Brian May anunciou que a banda se reuniria, com Paul Rodgers (ex-Free e Bad Company) nos vocais. O baixista John Deacon não quis entrar nessa. Chegaram a lançar até um disco (“The Cosmos Rocks”), que não fez nenhum barulho. Em 2009, Rodgers parou com isso. Porém (novamente)… em 2011, Adam Lambert (vencedor do American Idol) cantou com a banda no VMA, gerando boatos de que ele seria o novo vocalista do Queen. Será? (Nota do editor: Morte a Rainha! Vida longa a Rainha!)

Mutantes

Os Mutantes já tiveram várias formações, mas a mais famosa (e de maior sucesso) era com Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Batista. Depois da saída de Rita Lee, a banda chegou a ir em uma direção progressiva, que afundou. E desde que afundou, a banda permanecia parada, como deveria ser. Só que Sérgio Dias resolveu reunir os Mutantes em 2006. Rita Lee não quis de jeito nenhum, e Sérgio chamou Zélia Duncan para o lugar. Depois de um tempo, Arnaldo pulou fora (sim, outra vez) e os Mutantes seguem. Chegaram a lançar um disco que, apesar de acima da média, não chega perto do que a banda já fez. (Nota do editor: Zélia Nuncan será!)

Beatles

Sim, até eles. Não, eles não fizeram turnês ou shows depois da morte de Lennon, em 1980. Mas gravaram duas músicas usando a voz de John em alguns rascunhos de músicas solo, que acabaram se transformando em “Free As A Bird” e “Real Love”, lançadas para promover a caixa de lados B e raridades “Anthology”. Oportunismo ou uma boa ideia? Apesar de gostar das músicas novas, acredito que Lennon deve ter dado piruetas mais rápidas que qualquer patinadora consegue fazer em seu caixão.

E você, o que acha desses auto covers? Conseguiu aguentar Wagner Moura cantando “Será”? Paulo Bonfá toca pior que a Meg White? Acha que Renato Russo está dando kickflips em seu túmulo?

(Nota do editor: Como um maldito purista, acho todo e qualquer tipo de retorno sem a formação original quase completa uma pouca vergonha sem tamanho.)

Fonte: www.contraversao.com
Dica de: Roberto Mercury

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

Outras notícias

There are 1 comments

  1. A reunião dos Beatles é que eu acho que não deveria ter entrado na lista. O material (duas canções) que saíram do projeto valeram á pena. O Queen é quem mais tem errado a mão nessa. Embora a maioria dos fãs desaprovem o Lambert, a banda segue firme com essa ideia estapafúrdia.
    Mutantes, Doors e Creedence nem vou comentar. Não gosto de chutar cachorro morto.
    Por míseros dólares, eles estão acabando com os legados que um dia criaram.

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *