Histórias especiais com os membros da banda e Freddie e os livros

Em mais uma etapa da série de entrevistas com Peter Freestone feita por Mercury Roadrunner e divulgada no Queenchat, vamos conhecer um pouco mais sobre a relação entre Freddie e os membros da banda e também a relação entre Freddie e os livros.

PS:  Muitas pessoas te perguntam sobre Freddie, m mais as devemos lembrar que na verdade você era muito próximo de todos os membros do Queen. Minha pergunta é sobre cada um deles. Quais são suas memórias ou histórias especiais? Vamos começar com Brian.

PF: Tem uma fotografia. Havia Brian, eu e a segurança de Brian. Estávamos perto da piscina. Não me lembro qual hotel. Eu estava deitado na grama ao sol e Brian estava lá e estávamos conversando. E então seu guarda-costas veio e apenas sentou em mim. Tem uma foto dele na internet. E Brian ficou sentado rindo. Ele apenas riu e riu e riu, e não fez nada para me ajudar.

PS: Alguma memória especial sobre Roger em todos aqueles anos com o Queen?

PF: Novamente, isso foi na América do Sul onde ele e eu fizemos uma corrida de kart, havia uma pista de kart incrível perto de uma das cidades. Eu estava lá com Roger, havia um grupo nosso lá fora. Tivemos uma corrida incrível. Porque ele adora carros, ele está sempre dirigindo. Ele decidiu que seria campeão de corrida de kart. Foi divertido. Todas as coisas que fizemos são divertidas. John tinha a família com ele [na América do Sul] por algum tempo. Eu costumava ser babá de seus filhos. Acho que eram três meninos na época. Há fotos minhas com os filhos de John brincando no aeroporto. Eu estava lá para ter certeza de ficar de olho neles. Os tempos de folga foram ótimas lembranças.

Freddie e os livros

PS:  Freddie, em uma de suas entrevistas, disse que não considerava a leitura de livros uma atividade muito interessante. Você poderia, por favor, tentar se lembrar se houve algum livro ou livros que tiveram um significado importante para Freddie?

PF: Nos doze anos que o conheci, nunca vi um livro em suas mãos. Ele lia revistas, como a Architectural Digest, porque adorava mobiliar coisas dentro da casa, nas propriedades que possuía. Mas nunca o vi lendo um livro. Mas, dizendo isso, com a inteligência que tinha, deve ter lido livros. Acho que provavelmente são coisas que ele aprendeu na escola. Ele era muito inteligente. Terminei o internato aos onze e ele continuou até os dezessete, então provavelmente teria aprendido muito mais do que eu. Mas nunca o vi com um livro nas mãos.

PS: Nesse caso, você poderia tentar se lembrar de alguma peça de teatro ou libreto de ópera de que tenha gostado por causa do enredo ou dos personagens?

PF: Começou como uma peça, mas depois foi transformado em filme. Ele viu a peça em Londres quando a montaram. E se chamava “As Mulheres”. Ele achou isso fascinante. Era uma comédia sobre como as mulheres lidavam com o divórcio, a separação e o amor e todo esse tipo de coisa. Foi muito perspicaz. Ele amou tudo. Você tinha que ouvir com atenção para entender a piada. Em muitos desses filmes, eles fazem frases curtas e rápidas. Ele prestava atenção a esse tipo de coisas. Ele foi porque queria ver a peça. Na maioria das vezes, ele ia ver peças por causa das pessoas que estavam nelas. Seus amigos o convidariam para um show. Comprei os ingressos e levei-o para ver a peça “Little Foxes” em Nova York, e não porque ele estivesse interessado na peça ou no que está acontecendo, foi puramente porque Elizabeth Taylor era a estrela. Muitas vezes, ele ia a essas coisas por causa de quem estava, e não do que era.

PS: Houve algum libreto de ópera de que ele mais gostou por causa da história ou dos personagens?

PF: Não especificamente para história e personagens, porque qualquer coisa que Montserrat pudesse cantar, ele simplesmente adorava ouvir a voz dela. Ele não precisava saber a história por trás disso. Ainda bem porque na maioria das óperas você não entende a história, porque essa mãe perdeu esse filho, ele foi levado por outra pessoa, ou ela roubou outro, e aí esse filho se apaixona por essa pessoa, mas é dele irmã. Você sabe, você realmente não quer saber as histórias de óperas, você só quer ouvi-las.

PS: Falando sobre você, quais são seus livros e escritores favoritos?

PF: Depende muito do meu humor no momento. Na verdade, gosto bastante de Stephen King, mas não tudo o que ele fez. Quer dizer, gosto do estilo geral de sua escrita, de seus livros. Óperas, tenho cerca de 1.500 óperas em mp3 e em CD físico. E vou ouvir um todos os dias. Depende muito do humor. Principalmente coisas escritas por Rossini, Bellini, Donizetti e Verdi. O enredo é quase sempre o mesmo, exceto se for baseado em um fato histórico. É sempre uma história de amor, às vezes termina bem e outras vezes ela morre de tuberculose ou morre de outra coisa. Como eu disse, geralmente você não presta atenção às palavras. Eu pergunto a tantas pessoas, quando ouvem uma música pela primeira vez, elas ouvem a música ou ouvem a letra? A grande maioria das pessoas escuta a música primeiro. É o mesmo com a ópera. Ele tinha que ser capaz de ler música, embora pudesse dizer que não, porque fez aqueles exames de piano. Você tem que ler música. Mas eu não acho que ele estava tão interessado em comprar uma escola. Ele não se sentava ao piano e tocava algo com base nas notas. Isso ele não poderia fazer, ele apenas criaria ele mesmo.

PS: Falando sobre Stephen King, como você o mencionou, você gosta do livro “The Shining” e do filme com Jack Nicholson?

PF: Muito bom. Esse eu gosto muito. Eu gosto de “The Shining”(“O Iluminado” aqui no Brasil). Achei a adaptação do livro realmente muito, muito boa. Outro que eu gosto dele foi “Salem’s Lot”( “A hora do vampiro” aqui no Brasil); há uma minissérie feita daquilo que realmente reflete o livro muito, muito bem. Como Stephen King está envolvido com os filmes de seus livros na maior parte do tempo, eles tendem a ser versões muito melhores dos livros do que tantos filmes. Muitos filmes devem ser baseados em um livro do que ter todas as ideias do próprio diretor e como deveria ser e tudo mais. Então, quando você olha para o filme, você realmente se pergunta se está olhando para o filme certo.

PS: Devo concordar com isso. Como amigo próximo de Freddie, como escritor e amante de livros, aqui vai uma pergunta especial: com quem você poderia comparar Freddie entre personagens de ficção de livros?

PF: [risos] Oh irmão! Não há um. [risos] Não em qualquer coisa que eu li e que Freddie pudesse comparar. Quer dizer, talvez haja um pouco de Freddie em tantos personagens diferentes. Por exemplo, Sir John Falstaff. Não me lembro em qual peça de Shakespeare ele está, mas ele está em algumas óperas. E só esse personagem, posso ver um pouco do Freddie ali. Posso ver Freddie em qualquer coisa apaixonada. Qualquer coisa com uma história de amor, porque é isso que ele sempre estava procurando. Alguém específico, não, não acho que exista. Então, um livro teria que ser escrito em torno dele.

Continua…..

Acesse aqui as matérias anteriores:

1) Live Aid: Assistente de Freddie Mercury conta histórias dos bastidores – Queen Net

2) Assistente Pessoal de Freddie Mercury conta histórias – Queen Net

3) Freddie Mercury contou por que seu álbum se chamou “Mr. Bad Guy” – Queen Net

4) Freddie Mercury curtia Prince e admirava Madonna e Montserrat Caballé – Queen Net

5) Assistente de Freddie Mercury conta como era conviver com ele – Queen Net

6) Peter Freestone conta os bastidores das gravações de vídeos – Queen Net

7) Elton John apoiando Freddie na doença e outras histórias do seu Assistente – Queen Net

8) Peter Freestone: Últimos momentos de Freddie – Queen Net

9) Roupas de Freddie em shows – Queen Net

10) Lembranças da família de Freddie e primeira turnê na América do Sul – Queen Net

Fontes: www.queenchat.boards.net

www.vk.com/queenrocks

 

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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