Nascido no dia 5 de setembro de 1946, em Zanzibar, Farrokh Bulsara é um dos artistas mais importantes da música do século XX. Como tudo que tem um padrão de qualidade acima da excelência resiste ao teste do tempo, a obra dele continua relevante no no século XXI.
Ah, só pra constar, esse tal Farrokh é, na verdade, o inesquecível Freddie Mercury, um sujeito que dispensa quaisquer apresentações, a ideia é te apresentar 5 curiosidades que talvez você não saiba a respeita da vida e/ou da obra de Freddie.
1. A música de maior sucesso do Queen
Apesar de ser conhecida até mesmo entre a galera que não curte Queen, a música Bohemian Rhapsody não é o grande sucesso da carreira da banda britânica. Segundo os dados da parada norte-americana Billboard Hot 100, essa épica canção ostenta um honroso terceiro lugar no TOP 5 dos hits do quarteto, conforme você confere abaixo:
- Another One Bites the Dust
- Crazy Little Thing Called Love
- Bohemian Rhapsody
- We Are The Champions
- Body Language
Bohemian Rhapsody pode não ser a canção mais popular do Queen, ou seja, ela não é a música da banda que teve a presença mais marcante na parada de sucesso mais bem conceituada da indústria fonográfica. Uma coisa, porém, é inegável: essa canção é a mais conhecida e emblemática da carreira do grupo. Trata-se de uma obra excêntrica, bem feita e comovente.
2. Uma lhama sabotou parceria de Freddie com Michael Jackson
Durante os efervescentes anos 80, Michael Jackson e Freddie Mercury começaram a trabalhar na gravação de um disco em conjunto. O trabalho, inclusive, chegou a render três faixas demos: There Must Be More to Life Than This, State of Shock e Victory. Todas elas foram gravadas no estúdio de MJ.
Em um trecho do livro Mercury: An Intimate Biography of Freddie Mercury, Freddie contou que as músicas não foram concluídas por conta da agenda das partes envolvidas: “Eram canções incríveis, mas o problema era o tempo – nós dois éramos muito ocupados naquela época”, escreveu.
Além do ouvido absoluto e do talento ímpar, o que mais Freddie Mercury e Michael Jackson tinham em comum? Simples: a excentricidade! E durante uma entrevista concedida em 2013, o guitarrista Brian May revelou que as gravações foram interrompidas porque Mercury não curtiu uma das excentricidades de Michael. Segundo Brian, o empresário Jim ‘Miami’ Beach recebeu a ligação que encerrou a parceria: “Querido, você pode aparecer aqui [no estúdio]? Você precisa me tirar daqui. Eu estou gravando com uma lhama… Pra mim já chega! Quero ir embora”, disse Freddie.
Ouça uma das canções que faria parte do melhor álbum não lançado da música pop:
3. As últimas aparições de Freddie Mercury
A última aparição pública de Mercury foi no dia 18 de fevereiro de 1990, quando o Queen recebeu uma homenagem no Brit Awards, em Londres, sendo condecorado por sua Contribuição à Música Britânica. Freddie estava junto com a banda, mas permaneceu 98% do tempo em silêncio, ou seja, apenas agradeceu e desejou boa noite.
O último show de Freddie Mercury com o Queen aconteceu no dia 9 de agosto 1986, no Knebworth Fest, no Reino Unido. A apresentação encerrou a Magic Tour. Naqueles tempos as turnês já estavam cansando o vocalista, que estava com 40 anos de idade, e seria diagnosticado com o vírus da AIDS no ano seguinte.
Com saúde física cada vez mais debilitada, o músico começou a aparecer em público cada vez mais magro e pálido. Apesar de não reunir condições para se apresentar ao vivo, Freddie continuou trabalhando até o fim: depois de descobrir sua doença, o cantor lançou um disco de ópera e mais dois álbuns com a banda. Com um esforço hercúleo, conseguiu gravar videoclipes com o grupo, sendo que o vídeo de These Are the Days of Our Lives, gravado em maio de 1991, foi o último trabalho de Mercury em frente as câmeras.
4. Freddie Mercury e os Dentes Supranumerários
Freddie Mercury não curtia muito o próprio sorriso, por isso, quando era criança, tinha o hábito de cobrir a boca com a mão quando sorria. Acontece, porém, que os dentes – digamos – exagerados não eram por questões de desleixo.
A dentição de um adulto costuma ter 28 dentes (32, considerando os sisos), mas Mercury possuía 36 – incluindo os sisos. Pela quantidade, os dentes traseiros empurram os dianteiros, deixando-os para frente, resultando em uma característica chamada de Dentes Supranumerários. Essa condição aumenta o espaço dentro da boca e, por isso, é considerada uma das razões pelas quais Freddie Mercury tivesse um alcance vocal tão fora do comum.
Do ponto de vista estético, os dentes não agradavam o artista. Apesar dos pesares, se recusou a usar aparelho ou fazer qualquer tratamento estético por medo de que os procedimentos alterassem sua voz.
5. O clipe que mostra luta contra a AIDS
Freddie Mercury levantou o voo solo em 1985, com o disco Mr. Bad Guy. O álbum rolou durante um período de hiato nas gravações do Queen. Uma das faixas do trabalho é a reflexiva Love Me Like There’s No Tomorrow.
34 anos depois, em 2019, a música ganhou um clipe animado que mostra a luta contra a AIDS. Com direção de Esteban Bravo e Beth David, a animação foi realizada em colaboração com a fundação Mercury Phoenix Trust. O roteiro e acompanha um casal homossexual, sendo um deles diagnosticado com HIV, o vírus causador da doença. Segundo os diretores, “é uma história de amor entre dois glóbulos brancos, sendo que um deles foi infectado pelo vírus. Essa perspectiva nos deu uma representação visual mais direta do conflito, nos permitindo explorar as lutas mais sutis que os personagens enfrentam em seu relacionamento”.
A seguir, você confere um trecho livremente traduzido da letra de Love Me Like There’s No Tomorrow:
Me ame como se não houvesse amanhã
Segure-me em seus braços, diga que não é sério
É o nosso último adeus e logo estará tudo acabado
Apenas me ame como se não houvesse amanhã
Agora, dê o play e confira a emocionante animação… e lembre-se de dar um chute no traseiro de qualquer forma de preconceito.
Cifra Club homenageia Freddie Mercury
E já que você chegou até aqui, amigo leitor, quero fazer um convite. Que tal dar o play e curtir um cover sensacional que meu amigo Caíco Antunes fez para um dos grandes clássicos da música? Acredite em mim: o cara gravou todas as vozes! Deu um baita trabalho, mas o resultado ficou bem top.
Fonte: https://www.terra.com.br/