Brian May fala sobre sua colaboração no GN’R

Eu tenho me mantido em silêncio sobre qualquer coisa ligada àquelas sessões desde o acontecimento em respeito a Axl e também por achar que esse seja o jeito correto de se comportar. Mas agora, muito coisa está sendo dita, muitas perguntas… Eu tenho juntado algumas pequenas partes para responder essas perguntas nas minhas anotações. (Eu as coloquei no final do e-mail, SoulMonster)

O mais importante para mim é que tudo que aconteceu foi maravilhoso e eu curti bastante a experiência. Eu estava honrado. Eu não fiz isso esperando algum tipo de recompensa no futuro! Axl é excepcional, e imprevisível…

Eu lembrei de algo que minha mãe uma vez me contou a muito tempo atrás. Ela disse, “não é errado você emprestar dinheiro para as pessoas, mas você tem que fazer isso sabendo que esse dinheiro, pode nunca mais ser devolvido. Esse é o único jeito de você viver em paz consigo mesmo.”

Então, isso serve também para tempo, ou favores, ou qualquer coisa que você dê. Se você o faz esperando agradecimentos, ou recompensas, você irá se desapontar!

Eu não estou, de maneira alguma, desapontado. Estou muito feliz por pessoas como você (SoulMonster) me escreverem para dizer coisas boas… esse é um verdadeiro bônus. Eu durmo tranquilo! E sempre terei um grande amor por Axl.

Dr. Bri”

A parte das anotações. Postadas no site oficial (brianmay.com):

’Bem, muitas pessoas têm perguntado sobre Axl e eu.

Isso é muito simples… Axl está fazendo seu disco, e ele pode fazer o que quiser. Mesmo após todos esses anos, eu continuo um grande fã de Axl.

Isso foi a muito tempo atrás, então isso tende a voltar um pouco para a mística daquele tempo, para mim… Eu não me lembro de nenhuma desaprovação que Sean Beavan tenha feito – Eu lembro de termos feito colaborações juntos. Pouco tempo depois, ele foi tirado do projeto. Embora eu tenha que admitir que naquela época, eu achei as músicas boas pra caralho! Eu não tenho certeza se sabemos de onde veio as versões que vazaram para o público. Eu tenho as minhas próprias gravações, que eu as guardei na época para se precisasse fazer algum trabalho nelas no futuro, mas ninguém, fora eu, tenha as escutado. Eu as manti totalmente secretas, porque essa é a forma profissional de agir. Eu, na verdade, toquei em três músicas.

O cenário era bastante diferente do que o que as pessoas tentavam inventar. Então, eu acho que devo dizer alguma coisa…

O que aconteceu, do jeito que eu lembro, foi isso. Eu estive em turnê junto ao GN’R, e tinha uma ótima relação com todos eles… eles eram muito gente boas comigo, mais até do que precisavam ser. Eu fui a banda de abertura para os shows deles nos E.U.A e Europa. Tivemos ótimos momentos. As pessoas vão lembrar que o GN’R também foi um dos nossos convidados para o concerto Tributo à Freddie, no velho e bom Wembley Stadium, pelo menos era na época. Eles fizeram um ótimo trabalho na música de Dylan, “Knocking on Heaven’s Door”, e eles também doaram todos os lucros da gravação ao vivo para o, na época, recém-formado Mercury Phoenix Trust – essa é uma boa respotas para as pessoas que acusam o GN’R de serem anti-gays.

Bem, algum tempo depois, quando estava em casa, Axl me ligou, do nada, e me disse que estava tendo alguns problemas com as guitarras nas faixas do álbum, e se eu poderia ir, por alguns dias, à Los Angeles e dar uma olhada. A idéia não era me tornar um membro da banda! Era mais como, eu ir lá como um amigo, contribuindo com o que eu podia para o projeto, como uma opinião externa e também tocar um pouco de guitarra. Eu disse que ficaria muito feliz de fazer isso. Seu pessoal marcou minha passagem de avião, eu cheguei em L.A poucos dias depois. Foi divertido. Axl foi de sua casa ao estúdio onde ele estava, também, trabalhando paralelamente no projeto no seu estúdio particular, e junto a Sean, colocou pra tocar cerca de 20 músicas para mim… praticamente o album todo na época. Foi bastante tempo escutando música! Tudo era fascinante. Meus comentários, na maioria, foram positvos, assegurando que gostei da maioria das partes de guitarra já prontas. Mas eu lembro ter tido uma preocupação de que o maravilhoso vocal de Axl, não ficasse imprenssado no meio de tantas guitarras.

Depois, toquei um pouco de guitarra… trabalhando com Sean. A maioria dos outros dias, eu fiquei indo ao estúdio tentando várias coisas em algumas músicas. Axl, na verdade, após o primeiro dia não apareceu mais. Sean ficou mandando para ele mixes do que nós tínhamos feito no dia, e trazendo os comentários de Axl para mim. Após algumas sessões eu voltei pra casa!

Ah… nós também tivemos um maravilhoso jantar na casa de Axl, com alguns amigos e pessoas da gravadora. Durante esse jantar, Axl colocou pra tocar um monte de músicas que ainda não estavam no álbum… as que ele estava trabalhando separadamente. Ficou claro que era um projeto monumental.

Na minha cabeça, eu dei a esse projeto uma pequena parcela da minha vida, sem querer nada em troca. Apenas o sentimento de ter contribuído para a jornada do projeto. Eu não pedi para ser pago, nem mesmo ser creditado, e muito menos coloquei nenhuma restrição onde eles podiam, ou não, usar meu trabalho.

Eu estou totalmente tranquilo quanto aos resultados disso, como sempre estive, e espero que Axl agora, sinta-se libertado após o lançamento do Chinese Democracy, que siga em frente e volte para onde todos nós queremos que ele esteja… agitando mundo afora.

É interessante que, quando tudo isso aconteceu, eu tinha certeza que para o Queen, a era de shows em estádios lotados tinha terminado. Eu nunca pensei que, em 2008 nós estaríamos tocando em Buenos Aires, só pra citar, no mesmo estádio (Velez Sarsfield) que tocamos com Freddie a muitos anos atrás. A reação do público, frenética como nos tempos de Freddie. As reviews de Queen e Paul Rodgers, no Brasil, foram maravilhosas. Ao ponto de um artigo alegar que nosso show tinha sido melhor do que o do Rock In Rio (I). Então, me sinto muito feliz que coisas ainda contiuem dando certo, e mais feliz ainda de continuar no Great River of Rock.

Saudações,

Bri”

Fonte: HTGTH.com, BrianMay.com

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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There are 9 comments

  1. Que ótimo o Bri ter comentado a vinda ao Brasil! Hoje em dia, Guns ‘n Roses está com sua qualidade zero, ou seja, de que adiantou colocar três guitarristas que não tem o nível do Brian ou do ex (Slash) e a voz de Axl não é mais aquela de antes. Às vezes, penso que o talento do Bri não deve ser desperdiçado na banda. Outras vezes, acho que ele deve fazer uma coloboração com sua vasta experiência! Não sei de que forma , mas essa é a minha opinião.

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  2. Pena que os shows, tanto em SP quanto no Rio, não tenham acontecido no Morumbi e no Maraca… Eles mereciam muito mais consideração!!! O HSBC não estava lotado, uma vergonha. Não houve uma divulgação à altura de sua majestade, Queen. Em compensação, o da Merdo…, ops, Madonna teve uma divulgação massificante.

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  3. Bom! Eu também acho que desvalorizam uma banda ótima como o queen para dar valor algumas bandas que em pouco tempo se desfazem, pois seus integrantes não tem aforça de vontade que o Briam, o Roger e o PR possuem.

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  4. Realmente, isso é verdade! Hoje, preferem coisas com tendências passageiras (Aliás, tudo desse mundo está de passagem)! As coisas passageiras que estou referindo são aquelas febrezinhas sem sentido.. Sou rebelde, Cada um no seu quadrado… Ah, eu não mereço coisinhas pop e sem sentido desse século XXI.

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  5. O Brian tem que ser um cara mais admirado pelos guitarristas e pela crítica, mas como ele é tão humilde e simples, ele não liga. Por isso que ele é Brian May.

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