Mesmo após meio século de sua gravação, uma parte específica ainda traz dificuldades ao guitarrista
Você pode imaginar que, após certo tempo, um músico já reproduza sua obra quase no piloto automático. Porém, nem sempre é assim. Em alguns casos, o resultado obtido em estúdio é tão complexo que acaba gerando adaptações ou improvisações ao vivo, o que de certa forma oferece um “charme” ao momento – exceto para pessoas muito detalhistas.
Apesar de já tocar “Bohemian Rhapsody” há quase meio século com o Queen, Brian May ainda encontra dificuldades com ela. O formato com variações de estilo e andamentos faz com que o músico precise estar bastante atento ao executá-la.
Em entrevista à Total Guitar, repercutida pelo Guitar.com, o instrumentista declarou:
“Ela possui um riff que não é do tipo um guitarrista tocaria naturalmente. E isso é uma faca de dois gumes. É difícil para dominar na guitarra. Mesmo depois que você se acostuma, é muito incomum… para ser sincero, ainda não acho fácil!”
O ambiente de um show deixa tudo ainda mais difícil, de acordo com o próprio.
“Posso tocá-la em casa muito bem, mas no calor da batalha… quando estamos tocando ao vivo, e há muita adrenalina, é o clímax do show e aquele riff aparece, não é a coisa mais fácil. Tenho que manter uma parte do meu cérebro fria apenas para saber onde os dedos devem ir, porque não é natural. É um dos riffs menos naturais de se tocar que você poderia imaginar.”
A exigência sobre os dedos
Brian explica que a execução do grande hino de sua banda exige muito das mãos.
“Envolve muito alongamento dos dedos. Mas essa é a alegria disso, na verdade, porque é muito incomum.”
O resultado “fora da caixa” é fruto das composições frequentemente vanguardistas de Freddie Mercury, que o levaram a criar riffs no mesmo estilo.
“Freddie tinha o hábito de compor em Eb (mi bemol) e Ab (lá bemol), então sempre foi um desafio para mim encontrar lugares na guitarra para fazer isso funcionar. Mas, obviamente, contribuiu muito para a forma como me desenvolvi. Foi uma coisa boa, mesmo que fosse… estranho!”
Fonte: https://igormiranda.com.br