Para fãs do gênero musical vale colecionar ingressos, autógrafos e relíquias. Banda cover “Lurex” citada na matéria

O Dia Mundial do Rock será comemorado nesta segunda (13). Mas para alguns fãs e músicos do ritmo, a cultura “rock n’ roller” ocupa espaço e promove emoções na vida deles é todo dia – mesmo quando as luzes do palco se apagam. Esta presença diária é feita por meio de objetos inusitados e raros, autógrafos, coleções de ingressos de shows inesquecíveis e até da lembrança dos “15 minutos de fama” de um fã. Afinal, rock n’ roll é mais que um ritmo, é um estilo de vida.

Queen: Guitarra ‘Special’
 
Dois mil dólares! Este foi o preço pago pela banda Lurex por uma guitarra preciosa. Há 15 anos, a banda mineira faz tributo ao Queen e o instrumento específico e raro chegou para trazer mais legitimidade ao som do grupo.
 
“É uma ‘Red Special’. O projeto desta guitarra foi feito por Brian May juntamente com o pai dele. Apenas uma empresa no mundo tem autorização para fabricá-la”, diz o contrabaixista Fran Lurex.
 
O cabeludo May, hoje com 67 anos, é um dos fundadores do Queen, ao lado de Freddie Mercury (1946-1991) e, além de músico, também era astrofísico.
 
O projeto da guitarra é do final dos anos 1970. A guitarra do Lurex foi comprada na Inglaterra, no evento do fã-clube oficial do Queen. “Tem assinatura. É específica para nós”, justifica o músico mineiro.
 
Mesmo com a denominação de “mundial”, o Dia do Rock é comemorado apenas no Brasil desde meados dos anos 1980. Na época, radialistas paulistas escolheram a data devido a um acontecimento inédito na história.


Facebook banda Lurex: www.facebook.com/LurexQueen


Elvis “namoradeiro”
 
Em uma delas, um alemão amigo dele lhe presenteou com um busto do Elvis, que se assemelha àquelas namoradeiras de barro colocadas em janelas de casas do interior mineiro. Porém, o curioso objeto também pode ser instalado na janela de um carro – e foi esta característica que completou a façanha.
 
“Ele (o alemão) arrumou uns cinco carros antigos e pediu que eu e outros amigos fôssemos dar um rolê pela Savassi com o busto do Elvis na janela de um dos veículos. O molde do busto veio da Alemanha, onde Elvis serviu, entre 1958 e 1960, junto a um contingente de outros soldados mantido pelo exército americano”, lembra Guilly.
 
Desnecessário dizer que todo mundo que estava pela região parou para ver a parada sobre rodas. O alemão se divertia com o sonho realizado. Guilly ria de tudo. Hoje, o “namoradeiro” Elvis ocupa lugar de honra na sala do intérprete.
Celebrado apenas no Brasil, Dia Mundial do estilo surgiu após festival ‘Live Aid’
 
Afinal, de onde veio a explicação para o Dia do Rock? A resposta está no acervo do empresário Cássio Fonseca Boucinhas, dono de uma loja on-line de discos, a CD Point. Ali, ele guarda um box importado com quatro DVDs do festival “Live Aid”, que nesta segunda (13) completa 30 anos de sua realização, que reuniu gente do naipe de Elton John, Paul McCartney e Mick Jagger.
 
Artistas que se reuniram para arrecadar dinheiro para a Etiópia, lembra Fonseca. Foi um marco: nunca havia acontecido mobilização tão grandiosa de famosos em favor de uma causa humanitária.
 
O festival foi idealizado pelo músico Bob Geldof, depois que assistiu uma reportagem sobre a miséria no “continente irmão”. No impulso de “fazer a sua parte”, ele gravou o single “Do They Know It’s Christmas”, ao lado de famosos dos anos 1980. A música arrecadou oito milhões de libras para a causa.
 
O festival veio em seguida e foi realizado simultaneamente em dois estádios de Londres e da Filadélfia (EUA). “Tive vontade de ir, mas, naquele tempo, não tinha condição. É um dos discos mais raros e um dos melhores da minha coleção”, diz o empresário, que na época tinha 17 anos e assistiu apenas a alguns trechos pela TV.
 
Pandora do Keta
 
Quem também entende de show inesquecível é o músico Keta, da banda “It’s Only Rolling Stones”. Em casa, ele guarda uma espécie de “caixa de Pandora” com os ingressos dos shows “top de linha” a que assistiu. “É a minha caixa de relíquias. Já fui a uns dez shows dos Stones. Também tem ingresso do Pink Floyd, Robert Plant e do Grateful Dead”.
 
A mais engraçada das histórias aconteceu em um show do Pink Floyd, nos Estados Unidos, a que assistiria de arquibancada. Porém, tudo mudou com uma leve jogada que levou Keta e mais dois amigos ao “gargarejo”. “Um dos meus amigos mostrou a credencial do Grande Prêmio de Fórmula 1 e o outro, a carteira do PIC e uma credencial para o Show da Xuxa. E entraram! Eu, em um português bravo, gritei que estava com eles e entrei também”, diverte-se.
 
Guns celeste
 
Entrar na área “premium” pode ser difícil, mas convencer um ídolo do rock a usar algo no palco, sem nunca ter falado com ele na vida, é muito mais. O administrador Gabriel Novaes Viegas conseguiu a façanha.
 
Ele conta que, na Copa do Mundo de 2010, estavam vendendo muitas bandeiras do Brasil com símbolos dos times nacionais. Cruzeirense que sempre foi, Gabriel comprou uma versão do time do coração, uma lata de spray, escreveu “Guns N’ Roses”, foi ao show da banda em BH e, bem perto do palco, jogou o “manto sagrado” aos pés do vocalista Axl Rose.
 
“Ele pegou, pôs nas costas e, no outro dia, foi capa de jornal. Me ajoelhei no chão e comecei a agradecer. Sou muito fã. Tenho um Slash tatuado na perna”, diz, sobre o guitarrista da banda.
 
O momento, diz, virou “relíquia que guarda na lembrança”, para contar aos netos, certamente, futuros roqueiros – e cruzeirenses – como ele.
 
Depois do “Live Aid”, os olhares se voltaram para a África com outras mobilizações contra a miséria de lá. No mesmo ano, por exemplo, Michael Jackson, Tina Turner, Bruce Springsteen, entre outros artistas, gravaram outro hit humanitário: “We Are The World”.


Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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