A lista a seguir reúne nomes icônicos que quase entraram em outras bandas. Músicos que se consagraram com outros trabalhos que poderiam ter a história cruzada com grupos, inclusive, de estilos diferentes.
Zakk Wylde no Guns N Roses: imagine os poderosos harmônicos artificiais com vibratos (guitarristas entenderão) que tornaram Zakk Wylde notável em seu instrumento em solos de músicas como “Nightrain” e “Sweet Child O Mine”?
Zakk já revelou em algumas entrevistas o que aconteceu na época em que era sondado para entrar na banda. O guitarrista chegou a fazer alguns ensaios com o Guns N Roses e acabou ficando balançado com a possível proposta de entrar para o grupo, que estava sofrendo uma das tentativas de reformulação já em meados de 1995. Wylde havia gravado “Ozzmosis” com Ozzy Osbourne e estava para embarcar em uma longa turnê de divulgação, mas acabou não resolvendo e o Madman optou por contar com Alex Skolnick (Testament, Savatage) provisoriamente e Joe Holmes (Lizzy Borden, David Lee Roth) em definitivo para as seis cordas.
O fato mais curioso é que Zakk Wylde não substituiria Slash. O guitarrista da cartola ainda estava na banda. Ele entraria no lugar de Gilby Clarke. Em uma das entrevistas, Wylde comentou que “seria o Guns sob efeito de esteróides”. O peso era evidente, de acordo com os músicos envolvidos.
Axl Rose nunca deu uma resposta definitiva para Zakk Wylde, que ficou sem Guns e sem Ozzy. Momento para se dedicar mais ainda a seus projetos solo, em especial ao Black Label Society. Mas se, pelo lado do peso, seria inimaginável ter Wylde no GNR, por outro lado, não é tão fora de mão: em termos de escalas e opções melódicas, Zakk tem opções bem semelhantes às de Slash. Basta mudar a distorção e os captadores da guitarra do loirão para chegar a essa conclusão.
Richie Sambora no KISS: um milhão de músicos quase entraram para o KISS, mas talvez o mais famoso seja Richie Sambora. O assunto era algo comentado apenas entre os fãs mais diehards do KISS e do Bon Jovi, mas se tornou um pouco mais público após uma declaração em vídeo de Sambora, com certa dor de cotovelo por ter sido rejeitado na audição.
O guitarrista participou das audições feitas na época em que Ace Frehley deixou a banda, em 1982. Na época, essas audições coincidiam justamente com as gravações do álbum “Creatures Of The Night”, tanto é que alguns dos músicos testados, como Robben Ford, Steve Farris e Vinnie Vincent – o vencedor da vaga – chegaram a participar do disco.
De acordo com Sambora, ele sequer sabia as músicas do repertório da banda, o que incomodou Paul Stanley, Gene Simmons e Eric Carr. “Eu não queria, estava tentando só por ser algo lucrativo”, disse o músico. Seria uma mistura curiosa, visto que as influências de Richie Sambora estão bem orientadas para o blues, enquanto Stanley e Simmons são meio beatlemaníacos, meio zeppelianos. Mas cairia bem pelo menos para os anos 1980, já que o Kiss mergulhou no hair metal da época – estilo em que o músico se destacou no Bon Jovi.
Eric Clapton nos Beatles: os inviáveis conflitos entre os quatro integrantes dos Beatles vieram a findar a banda em 1970. Mas as tretas começaram um pouco antes. Em janeiro de 1969, George Harrison saiu do grupo. John Lennon quis que Eric Clapton, destacado na época principalmente pelo seu trabalho com o Cream, assumisse a vaga.
Clapton não era um completo estranho para os Beatles. Ele participou das gravações justamente de uma música cantada e composta por Harrison, “While My Guitar Gently Weeps”, do White Album, de 1968. Obviamente, Eric impressionou o Fab Four assim como já havia impressionado o mundo.
A proposta não chegou a ser feita, apesar de Lennon afirmar que Clapton sairia do Cream – “todos são solistas no Cream”, disse Lennon, de acordo com entrevistas concedidas pelos ex-Beatles. Paul McCartney, que havia brigado com Harrison na época e foi o catalisador de sua saída, foi o responsável por acalmar os ânimos dos músicos remanescentes.
Por mais que todos fossem solistas no Cream, Eric Clapton com certeza tinha mais liberdade na banda em questão do que teria nos Beatles. Sempre foi clara a liderança de Lennon e McCartney. Duvido muito que Clapton ficaria 100% confortável, mas seria, obviamente, um casamento genial. Dá arrepios de imaginar o que poderia ter saído disso aí.
Slash no Poison: talvez a mais inusitada da lista. O Poison estava começando a ganhar forma quando o guitarrista Matt Smith deixou o grupo, porque ele iria ser pai e preferiu levar uma vida mais “normal”. Em busca de um substituto, apareceram C.C. DeVille (que ficou com a vaga), Steve Silva (do Joe Perry Project) e Slash, que revelou em entrevistas posteriores que odiava a banda.
O guitarrista, que se consagrou anos depois com o Guns N Roses e de fato atingiu uma fama muito maior do que o Poison, não foi efetivado no grupo por questões estéticas. Slash era considerado feio e desleixado para a banda, que inegavelmente tinha um apelo visual muito forte e trabalhava com maquiagem, laquês e toda a pompa oitentista.
Jeff Scott Soto no Queen: não é de hoje que JSS é um cantor muito consagrado no Rock e Metal. Desde sua entrada na banda de Yngwie Malmsteen, no início da década de 1980, o vocalista lança trabalhos incríveis, seja em carreira solo ou com bandas do porte de Talisman, Axel Rudi Pell, W.E.T., Soul Sirkus, entre muitas outras. Trata-se de um workaholic.
Mas nenhum outro trabalho do cantor teve ou teria a mesma projeção em comparação a uma possível entrada no Queen. Ele chamou a atenção de Brian May no início dos anos 2000, quando começou a fazer participações com o guitarrista, o que gerou uma duradoura amizade. JSS chegou a se apresentar algumas vezes com May e Roger Taylor (veja aqui os caras mandando “Stone Cold Crazy”), além de performances com a banda de Spike Edney, uma espécie de “quinto integrante do Queen” por muitos anos.
No entanto, a entrada de Jeff Scott Soto não aconteceu justamente pelo cantor não ser muito famoso. De acordo com Brian May, a entrada de Paul Rodgers (Free, Bad Company) garantiria uma projeção muito maior para o novo grupo, que lançou apenas um disco, “The Cosmos Rocks”, em 2008.
Ele chegou a fazer show com o Brian May e Roger Taylor em convenções. Segundo o próprio, o Brian garantiu que o cogitaria para uma possível reunião, mas acabaram optando pelo Paul Rodgers por ser um cara mais conhecido, que teria impacto maior na mídia. Mas para quem gostaria de conferir como JSS se sairia no grupo, basta ouvir o “Live At The Queen Convention 2003”, em que o cantor realmente mostra que era merecedor da vaga.
Fonte: cifra.com.br (dica de Roberto Mercury)