O maior telescópio do mundo está sendo inaugurado nesta sexta-feira, nas Ilhas Canarias, Espanha. Já chamado no país de “o maior caçador de galáxias”, o Gran Telescopio Canarias (GTC) se encontra em um observatório no alto de uma montanha da ilha de Palma, no Oceano Atlântico.
A inauguração, com a presença do Príncipe Felipe, está atrasada em quatro anos. A construção começou no ano 2000 e teria de ficar pronta em 2003. No total, custou US$ 176 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 330 milhões. A partir das 23h nas Canárias (19h em Brasília), está prevista a chamada Primeira Luz. Este ato sempre é realizado com os novos telescópios e consiste em apontá-lo ao céu para captar a luz de um astro e, assim, comprovar o seu funcionamento. A estrela escolhida para a estréia é a Polaris, a Estrela Polar.
A inauguração também conta com a participação de Brian May, o lendário guitarrista e compositor do Queen, que é doutor em astrofísica. Após a celebração desta sexta-feira, os astrônomos terão de esperar mais um ano para que o telescópio esteja pronto para operações científicas. Neste período será concluída a montagem da lente principal, e os sistemas serão ajustados e calibrados.
Nova geração
A lente do telescópio tem superfícies de 10,4 metros de diâmetro e é formada por 36 espelhos, dos quais 12 estão instalados. O telescópio poderá alcançar os confins do universo graças a observações com luz visível e infravermelho. Será possível captar o nascimento de novas estrelas, estudar a fundo as características dos buracos negros ou decifrar os componentes químicos gerados depois do “Big Bang”, o surgimento do universo. Este tipo de aparelho pertence a uma nova geração de máquinas científicas que proporcionaram uma revolução na astronomia, porque permitem imagens de grande resolução e em tempos relativamente curtos, devido aos enormes espelhos que capturam muita luz.
O GTC é um projeto liderado pelo Instituto de Astrofísica das Canárias, que contou com a ajuda do Instituto de Astronomia e do Instituto Nacional de Astrofísica, Ótica e Eletrônica (ambos do México) e da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.
Esses dois países, que contribuíram financeiramente com 5% cada do total do projeto, terão direito a 10% do tempo de utilização do aparelho. Todas as observações colhidas pelo telescópio serão enviadas a um centro em Madri, onde serão armazenadas e colocadas à disposição de cientistas em todo o mundo, depois de transcorrido o período de exclusividade aos autores de cada observação.
Fonte: http://noticias.correioweb.com.br