Análise Vocal – Adam Lambert x Freddie Mercury

Análise Vocal – Adam Lambert x Freddie Mercury

Studio Vocal Márcio Markkx fez a analise vocal de Adam Lambert e de Freddie Mercury.

 

Análise Vocal – Adam Lambert

Alcance Vocal: A2 – A5 ( Lá 2 – Lá 5).

Oitavas: 3 Oitavas.

Voz Plena: A2 – A5 ( Lá 2 – Lá 5).

Oitavas: 3 Oitavas.

Alcance Controlado: A2 – A5 ( Lá 2 – Lá 5).

Oitavas: 3 Oitavas.

Tessitura Vocal: D3 – B4 (Ré 3 – Sí 4).

Oitavas: 1 Oitava e 5 Notas.

Gêneros Musicais: Pop Rock.

Adam Lambert, atualmente, é um modelo de bom performer vocal ao vivo dentre os mais extravagantes nomes masculinos do meio. Sua carreira ganhou maior visibilidade após participar de um famoso Reality Show estadunidense e terminar em segundo lugar mesmo sendo, aparentemente, o favorito da massa. Posteriormente lançou um álbum em 2009 que foi sucesso de vendas nos Estados Unidos da América, parte da Europa e Oceania.

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Timbre e Registros

Seu timbre é comumente demonstrado de forma agressiva e intensa, produzindo um som mais dramático e grandioso por conta de seu repertório de considerável complexidade. Cantando em uma tessitura extremamente alta para um homem de sua idade, Adam ostenta uma voz metálica, vibrante e álgida que se adéqua a sua persona on stage em detrimento de seu natural tom de emissão sem efeitos vocais complexos. Em suas interpretações os Eus Líricos em grande parte das canções são encorporados de forma deveras teatral e emotiva, abrindo margem para sua voz de considerável tamanho brilhar com suas distintivas notas agudas “beltadas”.

Seu registro agudo pleno é extremamente extenso, potente, metálico e descoberto, porém não aparenta ser primorosamente dúctil, já que só é demonstrado em notas da base da quarta e toda a quinta oitava em dinâmicas de F (Forte) em diante e nunca em P, PP, PPP (Piano, Pianíssimo, Molto pianíssimo) – vale ressaltar que sem recorrer ao falsete ou voz de cabeça  (Fazendo uso apenas do registro misto) Adam atravessa praticamente toda a quinta oitava e não adentra a sexta por conta de 2 tons. Falsete e voz de cabeça marcam presença em poucos momentos de seu canto, o que não significa que não poderia desenvolver certa perícia na execução de ornamentos neste registros – em algumas raras ocasiões pode-se conferir que o interprete não demonstra significativo revés com o passaggio – mas mesmo assim são deixados de lado para dar lugar a um som mais característico do rock.

Sua região média é naturalmente quente, delicada, emotiva e mesmo seu repertório e personalidade não explorando tais qualidades com afinco, estas características de seu timbre são perceptíveis em melodias de andamentos mais vagarosos e ralentados. Sua emissão se faz sólida e plástica até por volta de um A agudo acima do centro C, se iniciando em um G# da terceira oitava, tendo é claro predominância do registro de peito em sua emissão enquanto se mantém nesta faixa de notas, a fim de corroborar sua personalidade vocal – que usa do belting boa parte do tempo para evitar, de forma salubre, a passagem da voz para o falsete/voz de cabeça, lhe proporcionando um condicionamento vocal superior ao da média de interpretes Pop em acuidades semelhantes com respeito a seus respectivos tipos vocais e tessituras.

A região grave de sua voz é decentemente emitida, mas por manter-se em tons bastante agudos a maior parte do tempo, Adam tende a ficar ofegante por conta do aumento de ar que as notas graves exigem em sua execução e acaba perdendo significativamente ressonância e estamina quando tem de adentrar a base da terceira oitava.

Histórico Vocal

Ainda de cabelos loiros, na graduação do High School, em 2000, Adam e seus 18 anos já demonstravam grande conforto em performances ao vivo, cantando em uma estética mais contida e com um timbre mais aveludado, rico e quente. Neste período não existem gravações suficiente para traçar um perfil fidedigno de seu canto, apenas uma performance em sua formatura.

Já em 2004 podemos conferir uma performance mais teatral em um DVD de um musical que tornou-se viral depois de seu sucesso, demonstrando o timbre de Adam de forma mais próxima da que o consagrou em 2009. Aqui, seu registro superior já pode ser conferido na costumeira forma metálica e potente que perpetuou as rádios em seu apogeu comercial.

Já em 2009 seu timbre demonstrava estar mais frontal e agressivo. Adam demonstrava maior identidade artística neste período por dispor de maior liberdade e até mesmo necessidade para tal já que competia em um Reality. A agilidade no topo de sua tessitura e alcance marcava presença de forma mais extravagante, assim como o drive nas notas agudas em registro misto, tudo em prol de uma postura mais imponente e segura.

Atualmente sua voz segue a mesma premissa. Seu timbre, habilidades vocais ou cênicas não sofreram alterações significativas neste período de tempo.

Pontos Negativos

Apesar de dispor de um registro misto incrivelmente firme e extenso, o topo de sua extensão no mesmo pode estar sendo exposto com uma questionável técnica de emissão, já que foge em quase uma oitava a faixa de notas de um interprete masculino com uma voz naturalmente aguda, evitando exageradamente o passaggio para um registro mais leve com o “agravante” de uma embocadura que foge ao ideal em um padrão ótimo de emissão de canto (O famoso formante redondo). O posicionamento de sua língua durante a execução das citadas notas agudas é sempre frontal e reto para evidentemente evitar tensão na base da mesma para facilitar a execução do mix em acuidades estratosféricas, porém é perceptível em algumas performances que este posicionamento torna-se levemente exagerado cobrindo até mesmo os dentes inferiores.

Resolução dos Pontos Negativos

Previamente é necessário frisar que cada interprete dispõe de peculiaridades extremamente particulares com respeito a suas habilidades como cantores e que o senso comum em técnica convencional salubre é sim relevante e cientificamente provado e aprovado por profissionais capacitados, mas nem sempre uma afirmação que não está sujeita a exceções. Adam pode não estar sofrendo consequências negativas na execução de boa parte das notas de sua emissão na quinta oitava, mas os extremos e o formante “espalhado” da boca podem ser evitados visando longevidade vocal, adotando uma embocadura mais oval. Um repertório que vise valorizar outras regiões e dinâmicas de sua voz com o decorrer dos anos também pode contribuir para um envelhecimento saudável de suas pregas vocais.

 

Análise Vocal – Freddie Mercury

Freddie Mercury ao vivo em 1982

Alcance Vocal:  F2 – F6 (Fá Dois – Fá Seis).

Oitavas:  4 Oitavas.

Voz Plena:  F2 – A5 (Fá Dois – Lá Cinco).

Oitavas:  3 Oitavas e 2 Notas.

Alcance Controlado:  F2 – D6 (Fá Dois – Ré Seis).

Oitavas:  3 Oitavas e 5 Notas.

Tessitura Vocal:  C3 – A4 (Dó Três – Lá 4).

Oitavas:  1 Oitava e 5 Notas.

Sendo atualmente um dos músicos mais lembrados do fim da segunda metade do século XX, Freddie Mercury tornou-se uma inspiração para interpretes diversos por conta do sucesso alcançado em sua jornada de mais de 20 anos como cantor, compositor e instrumentista – sobretudo em seu tempo de atividade na banda britânica de rock Queen. Sua entrega em performance e sua singular forma de interpretar seu repertório deixou saudade nos corações dos fãs, que viram seu ídolo falecer no ano de 1991 na casa dos 40 anos de idade.


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Registros

A região superior da voz de Freddie em seu registro misto era: Vibrante, gélida, metálica e rica. Entre seus contemporâneos era algo apreciado e popular o som do famosos drive, fielmente entoado em praticamente todos os momentos de clímax de suas canções ao vivo com bastante plasticidade até o A4 (Lá 4) acima do centro C (Dó 4) e em estúdio até os limites de seu registro misto (Que abrangia quase todas as notas da quinta oitava no mix head voice e abrangia o famoso dó de peito dos Tenores). No falsete Freddie já alcançou ao vivo um Ré de Soprano (D6) com controle e agilidade considerável para um interprete do sexo masculino; também sendo adepto do whistle register em raras, mas válidas, ocasiões é indiscutível seu virtuosismo em controlar sua grande extensão vocal.

Seu registro médio era escuro, metálico e de grande dimensão. Freddie era um interprete de voz masculina aguda e cantava habitualmente entre um D3 (Ré 3) até um A4 (Lá 4) em voz de peito e presava bastante por um som agressivo e emotivo, o que não o impedia de demonstrar colorações mais delicadas (Principalmente dentre as texturas diversas das gravações de estúdio).

Em estúdio o registro inferior era extenso e bem emitido para um homem que não dispõe de uma voz naturalmente tão grave. Notas da segunda oitava eram comumente executadas entre vocais harmonizados e uníssonos para corroborar o clímax de suas canções, porém já apareceram em linhas melódicas monofônicas sem problemas de soprosidade ou estabilidade com frequência.

Histórico Vocal

Em suas performances ao vivo Freddie sempre demonstrou grande facilidade em entoar canções gravadas em estúdio com fidelidade considerável quando precisava cantar até os limites de sua tessitura. Com seu pedestal pela metade e extravagantes roupas dos anos 70, o vocalista do “Queen” esbanjava estamina ao vivo, se movimentando de forma frenética sem deixar as linhas melódicas serem emitidas com ofegância em meio aos arranjos criados especialmente para performances ao vivo pela banda.

No início dos anos 70 seu repertório requeria uma voz extremamente metálica, com grande facilidade de emissão na região do topo da terceira e parte da quarta oitava em voz de peito, com aptidão também a se estender a notas do topo da quarta oitava em rápidos picos ao vivo a maior parte do tempo e em notas da quinta oitava sustentada em estúdio (Na canção “My Fairy King” podes encontrar um sustentado G5 ligado em glissando a um A5 em registro misto, depois um outro A5 em sustentado). Em canções como “Doing All Right” – de seu álbum debut – a coloração delicada de sua voz também é demonstrada de forma emotiva e delicada com direito até mesmo ao falsete (Registro este pouco utilizado por Freddie para cantar versos claros ou em notas sustentadas, notas estas que também aparece em “Great King Rat” em um A5 e em “My Fairy King”, novamente em sua região média de canto).

Na segunda metade dos anos 70 Freddie Mercury apresentava um timbre levemente mais rico e passa a cantar com uma postura mais adequada e requintada, valorizando sua emissão em performances ao vivo e sua desenvoltura em palco. Mas foi nos anos 80 que sua voz adquiriu o timbre dramático, escuro e rouco, que combinado a seu já famoso vibrato extremamente rápido e fluido, lhe conferiu tanta credibilidade em meio aos fãs de grandes vozes do passado – para muitos fãs este é o apogeu de seu timbre em gravações de estúdio.

Segunda metade dos anos 80, Freddie está próximo de parar de se apresentar em performances ao vivo em decorrência de sua doença. Não existem gravações que demonstrem o deterioramento vocal de Freddie, mesmo nas tardias gravações de estúdio sua voz só era entregue ao público demonstrando um padrão altíssimo de qualidade, e isso inclui o álbum “Made In Heaven” – gravado ao fim de sua vida, próximo ao apogeu de sua debilidade, e lançado após sua morte. O álbum, de forma alguma, demonstra vocais que entregassem facilmente seu estado físico e psicológico (Ouvidos treinados certamente percebem que as terminações de frases estavam ofegantes, o timbre menos rico, o falsete mais fraco e instável e os legatos de difícil acesso, mas estes defeitos técnicos evidentemente foram ocasionados pela doença do vocalista e não por sua conduta em palco).

Sempre exibindo umas musicalidade impar, cantar e tocar ao vivo nunca foi problema aparente em seus dias de glória, as duas funções distintas fluíam com grande facilidade e naturalidade, tendo como destaque o não detrimento de seu canto emotivo por conta dos acordes a serem executados ao piano. Seu senso de ritmo é outra questão a ser relatada, já que em seu período de atuação o retorno eram deveras mais obsoleto que em dias hodiernos, dificultando a execução de um repertório tão diversificado e árduo em meio a um ambiente onde alarido é algo tão comum.

Pontos Negativos

Freddie Mercury foi um interprete que realmente se entregou bastante a suas performances ao vivo, porém evitava algumas notas agudas, colocando interlúdios no lugar de alguns versos cantados, o que lhe conferia mais longevidade vocal em meio a uma agenda extremamente lotada de shows, mas deixava de mostrar a proposta gravada.

 

Fontes:
www.facebook.com/vocalpop

http://studiomarciomarkkx.com.br/analise-vocal-adam-lambert

http://studiomarciomarkkx.com.br/analise-vocal-freddie-mercury

Dica de: Roberto Mercury

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