Queen II: o álbum com dois lados opostos

Mais uma análise feita pelo Prof. Renato Gurgel, membro do grupo de WhatsApp Queen Net. Agora ele fala sobre o segundo álbum da banda, denominado Queen II.

 

Queen II

Segundo álbum de estúdio da banda Queen, que para mim é melhor que já fizeram, pois não havia ainda forças ou pressões tão grandes por hits, ou por músicas mais comerciais. Eles simplesmente deixaram as ideias fluírem. E como fluíram.

O álbum começa com uma pegada sombria abrindo o Lado Branco com Procession, uma música instrumental com muitas camadas de harmonização de guitarra (então imagina como será o Lado Preto) e vindo em seguida com uma obra quase que teatral intitulada Father To Son (A Word in your ear/ From father to son). A queridíssima White Queen, uma canção de um amor jamais descoberto, jamais proferido (My goddess hear my darkest fear/ I speak too late / It’s for evermore that I wait). O amor continua não compreendido com Some Day One Day e finaliza o Lado Branco com The Loser In The End, um rock direto bem ao estilo Roger.

Todas as músicas do Lado Branco são de Brian, exceto The Loser In The End.

O Lado Preto tem todas as composições de Freddie e retratam muito claramente a mente vibrante e poética do vocalista da banda. Começando por Ogre Battle com suas camadas de vocais, linhas de guitarra e agudos de Roger. A música começa riff da música sendo tocado de trás para frente que trás um efeito diferente e interessante. Reza a lenda que Brian aprendeu a tocar o riff de trás para frente para as apresentações ao vivo da banda (alguém confirma?)

Em seguida a eletrizante e irrequieta The Fairy Feller’s Master-Stroke onde Freddie descreve a pintura de mesmo nome de Richard Dadd, pintor Inglês da era Vitoriana que era obcecado por detalhes, e que deu a ele essa inspiração. Em seguida uma das mais belas baladas da banda, Nevermore, tocada no piano por Freddie. Simples e direta, mas que já mostrava a potencialidade da voz de Freddie.

The Fairy Feller’s Master-Stroke 1855-64 Richard Dadd (1817-1886)

The March of The Black Queen é uma história à  parte para mim. Nela consigo ouvir a gênese de Bohemian Rhapsody, com seu andamento e ritmos variados, overdubing dos vocais (muita harmonização vocálica) camadas de guitarras (mais uma vez) e um final que não é final, para então acabar. Para mim uma obra prima.

O álbum acaba com Funny How Love Is e Seven Seas Of Rhye, que é praticamente um rock marítimo (será que existe isso?) cheia da criatividade de Freddie, trazida, provavelmente, de seu conhecimento prévio das histórias de criança (assim como veremos no terceiro álbum da banda). Vale o destaque que Seven Seas fecha o primeiro álbum do Queen como música instrumental.

Se um dia algum desavisado te perguntar quem é Queen…indique esse álbum. Ele captura tudo o que eles se tornaram. Grandiosos, surpreendentes, variados, camaleônicos, com intensidade e suavidade na medida certa e extremamente ecléticos.

De novo ninguém tocou sintetizadores.

E como sabem….

#nodaysoff

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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