Phyl Symes – Trabalhando com o Queen, daqui do Brasil

As histórias de Phil Symes !

Relações Públicas do Queen que vive no Rio de Janeiro/Brasil.

RIO — O avião voava para Rosário, na Argentina, quando a tempestade começou. Enquanto a aeronave chacoalhava e fazia pequenas descidas, alguns começaram à gritar. Foi quando ouviu-se a voz de Freddie Mercury um tom acima das demais, numa estranha tentativa de colocar ordem na confusão – Gente, vamos lá, somos rockstars. Todo mundo sabe que devemos morrer em um acidente de avião. Agora, por favor, alguém pegue o champanhe !

A bebida, de fato, começou à ser servida entre os presentes.

O ano era 1981, e o Queen fazia sua primeira turnê pela América Latina. Depois das apresentações na Argentina, a Banda ainda foi para São Paulo, onde tocou no Morumbi, e tentou de todas as formas fazer um grande show no Maracanã. Sem sucesso – o grupo foi barrado em terras cariocas pelo governador Chagas Freitas, que, dizem, achava a apresentação inadequada.

Este último contratempo, no entanto, não foi suficiente para diminuir o encantamento dos rapazes pelo Brasil. Quero comprar este País e me estabelecer aqui como seu Presidente, repetia Freddie, às gargalhadas, durante a viagem. E emendava – Os brasileiros são maravilhosos. Crescem para se tornarem bonitos !

Naqueles mesmos dias, mais alguém, ao lado de Freddie, Brian, Roger e John, olhava admirado a paisagem do Rio. O Relações Públicas Phil Symes tinha começado à trabalhar com a Banda em 1976 e, naquela que seria sua primeira visita ao País, decidiu – passaria a segunda metade da vida aqui.

Não era promessa vazia. Hoje, aos 65 anos, Symes mora no Cosme Velho, Rio de Janeiro, de onde ainda gerencia todas as entrevistas e contatos da Banda britânica, além de trabalhar com vários outros nomes da música e do cinema mundo afora.

Em uma confortável casa que já chegou à servir de cenário para filmes, o Relações Públicas guarda discos de ouro e platina do Queen, além de objetos autografados, fotos e um sem-número de histórias inacreditáveis que já viveu em mais de 40 anos de carreira.

 

A do champanhe nas alturas é apenas uma delas !

 

. Curiosidades de seus clientes –

Quando Paul McCartney foi preso por porte de maconha no Japão, em 1980, Symes estava lá. Quinze anos depois, quando Hugh Grant foi detido junto com a prostituta Divine Brown, por sexo oral na rua, em Los Angeles, o Relações Públicas se viu no meio de um furacão, pois cuidava não só da carreira do ator, mas também da de sua namorada, Liz Hurley.

Foi para Symes, aliás, que Michael Jackson ligou, em 2002, pedindo uma ajudinha. Queria convencer Diana Ross à ir ao casamento de Liza Minnelli e David Gest.

Minha 1a entrevista foi com George Harrison …. Fiquei muito, muito nervoso. Mas os artistas não tinham toda essa gente em volta na época, eram bem mais acessíveis. E fui o primeiro à entrevistar Elton John também, quando ele ainda era conhecido como Reg Dwight, apenas um jovem promissor (risos).

 

. A história de Phil Symes –

A família de Phil havia fugido da Zâmbia, onde ele nasceu, para o Reino Unido, e a nova vida não era nada simples. O pai não conseguia emprego e a mãe vivia triste.

Aos 17 anos, um Phil Symes quase sem experiência começou à mandar cartas à diversas publicações especializadas fazendo uma porção de elogios à si mesmo para conseguir um emprego. Foi então aceito pela revista Disc And Music Echo, em 1968.

As coisas deram certo à partir daí.

A carreira como Relações Públicas deslanchou em meados dos anos 1970, quando Symes deixou seu trabalho e passou uma temporada em Nova York, trabalhando para Stevie Wonder e outros artistas.

Voltou para a Inglaterra e foi contratado por uma das maiores agências do país.

. Phil Symes e o Queen –

Foi então que deu de cara com o Queen, em 1976. No rol de grandes clientes ainda figuravam Bette Midler, Joan Collins, os Beach Boys… E o casal Paul e Linda McCartney.

. A decisão de vir para o Brasil –

Em 2005, quando resolveu se mudar de vez para o Rio, Symes tinha certeza que a parceria com o Queen seria encerrada. Foi então que ouviu de Jim Beach, empresário da Banda – Os artistas têm seus escritórios de Relações Públicas em várias partes do mundo. Por que o Queen não pode ter seu RP no Brasil ? Gosto da ideia ! 

Com o Queen tudo pode ser sempre diferente do restante do planeta — brinca Symes. — Eu me ajusto ao fuso horário. Jim fica na Suíça. Os integrantes da Banda, na Inglaterra. Mas para Brian May não existe horário comercial. Recebo e-mails dele de madrugada (risos).

Para Roger Taylor, a mudança não afetou em nada o trabalho.

Phil ainda é capaz de conseguir mesa em qualquer restaurante de Londres para mim !  — diz.

Phil Symes lida diariamente com algumas das pessoas mais egoístas e cruéis do mundo. E não somos nós ! — brinca, por e-mail, Brian May. — Ainda assim, mantém-se um cavalheiro, o cara com mais classe em toda essa indústria. E consegue fazer tudo à partir do Rio, onde pode cuidar dos tucanos e macacos também.

A relação de Symes com a Banda era bem-sucedida demais para ser interrompida. Ele frequentou, por exemplo, as festas mais doidas promovidas pelo Queen e por Freddie Mercury. Em uma delas, ao fim de um show em Wembley, em 1986, a graça eram garçons, garçonetes e ascensoristas todos nus.

Você entrava no elevador e via uma moça sem roupa, com um smoking “ grudado ” na pele… Era pintura corporal ! — ri Symes.

Um ano antes, quando Freddie completou 39 anos, um baile foi armado em Munique. Homens foram vestidos de mulheres, mulheres foram vestidas de homens. O RP estava lá, com uma roupa comprada para a ocasião. Ele aparece ao lado de figurões, como o empresário da Banda, Jim Beach.

O último encontro ao vivo com a Banda aconteceu em Setembro, no Rock in Rio. Symes ganhou de presente de Brian May uma espreguiçadeira com a arte do Álbum Innuendo, objeto de colecionador.

 

A Banda ama o Brasil. Eles dizem que os brasileiros fizeram de Love Of My Life a sua música. Até nesta última vez, na hora de ir embora, diziam que queriam voltar ao Rio. — conta Symes.

O trabalho na PR Contact, sua empresa, é dividido hoje com o brasileiro Ronaldo Mourão.

Phil Symes trabalha com a Banda há mais de 30 anos.

 

Fonte –

Jornal O Globo

Por Josy Fischberg

Em 01/11/2015 – 07:00 hrs / Atualizado em 10/08/2020 – 12:47 hrs

Sheila Pauka

Meu nome é Sheila Pauka, uma "jovem senhora" de 58 anos, fã da Banda Queen desde 1984, quando descobri Radio Ga Ga. Eu moro no estado de Goiás. Sou casada e mãe de 01 casal de gêmeos. Me formei em Turismo e Administração de Empresas aqui no Brasil. Em 2021 tive a honra de fazer parte da equipe da tradução do livro Freddie Mercury A Life In His Own Words do inglês para o português e conheci alguns bons amigos, que mantenho até hoje. Colaboro com o site Queennet.com.br desde Outubro de 2021, em postagens semanais. Agradeço ao site pela oportunidade, fazendo votos que apreciem as muitas histórias contadas. Abraços Queenianos !

Outras notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *