1 – Já conhecia nosso Fã Clube – Queen Net?
Eu já conhecia o fã clube sim, já sigo há algum tempo, antes mesmo do “We Will Rock You”, sempre fanático pelo Queen então sempre gostei de ficar antenado com todos os sites, principalmente os brasileiros. E é muito legal você saber ver que tem muito mais gente tão apaixonado pelo Queen assim como eu, então com certeza eu já seguia sim.
2 – Nos fale como foi a experiência de fazer o Musical “We Will Rock You”?
We Will Rock You pra mim foi um sonho, eu sempre fiz musical no Brasil e fora também, e foi um caminho natural, quando eles fizeram o We Will Rock You, me chamaram para as audições, então peguei o papel de Galileo que era um sonho pra mim, realmente mudou a minha vida esse musical, e através dele como falei conheci minha esposa, tive o primeiro contato com o Brian May e foi o que me levou ao Queen Extravaganza.
5 – Como foi o início de seu interesse pela música?
Meu início na música foi exatamente através do Queen, eu me lembro que eu era bem novo, tinha sete anos e eu vi aquela cena antológica do Freddie Mercury cantando Love of My Life na frente de milhares de pessoas no Rock in Rio e me apaixonei ali na hora pela música, e como criança eu vislumbrei aquele momento e falei “caramba, que legal isso!”, então me apaixonei na hora pela banda e pela arte também, e gosto de dizer que realmente foi o Freddie Mercury, o Queen que me fez querer viver essa profissão. Aquela paixão que ele gritava ali, fazendo aquelas pessoas cantarem, aquela entrega toda me fez apaixonar pela música e eu agradeço a ele todo dia por ter me dado a oportunidade de estar ali através da música dele e despertar esse artista que há em mim.
6 – Há quanto tempo seu trabalho é focado no Queen, e esta escolha foi por ser fã?
Na verdade eu tenho uma carreira fora das músicas do Queen, eu tenho cinco discos lançados com bandas, eu tive uma banda de rock progressivo chamada “Khallice” e tivemos dois discos com ela, giramos o Brasil umas quatro vezes, chegamos a assinar contrato com uma gravadora americana chamada Magna Carta e até tocamos com Guns n’ Roses e Iron Maiden. Também tive uma outra banda chamada “Age of Artemis”, fizemos o Rock in Rio e tivemos dois discos lançados no Brasil, Europa e Japão. Tive um outro projeto com a banda The Lince, também de rock progressivo, e foram todos esses discos e inglês. E no início do ano passado eu lancei meu primeiro disco solo chamado “João de Deus”, um disco em português que acabei depois lançando outros singles, e estão todos eles disponíveis em toda as plataformas digitais, se alguém tiver interesse em conhecer um pouco mais. E obviamente tudo isso foi uma inspiração através do Queen, me lembro que vi várias entrevistas do Freddie Mercury e aquilo que ele fazia, aquela coisa de entrega além de composição foi o que despertou esse lado de compositor em mim, e uma coisa engraçada que todos os musicais que eu ganhei , nos meus papéis eu sempre cantei músicas do Queen e obviamente isso me abriu um precedente para, pois desde que eu comecei lá com quinze anos sempre fiz cover do Queen e através disso eu fiquei com aquela vontade de estudar canto, tocar piano, todas aquelas coisas que o Freddie Mercury fazia, depois de muito tempo fui migrando para a ópera, depois para o teatro musical, sempre através das músicas do Queen e as músicas deles me ajudou muito a formatar minha técnica e a minha voz, claro guardada as devidas proporções pois o Freddie Mercury é inigualável . E olha que bacana, depois fui para o We Will Rock You, foi o Brian May que escolheu a gente, eu e minha esposa Livia Dabarian, como disse anteriormente a gente se casou depois que eu a pedi em casamento no palco, e por fim veio o Queen Extravaganza, que é algo que veio para mudar minha vida, eles me chamaram quando eu estava em um show em Londres, eu já estava na lista do Brian May, veja que legal, e então eles me chamaram pra conversar sobre o Queen Extravaganza, foi sensacional!
8 – Qual musica b-side que você mais gosta, e acha que deveria ter sido lançada em algum álbum?
Eu gostaria que eles tivessem lançado os dois duetos com o Michael Jackson, na verdade um foi lançado em um disco, o outro não foi lançado em nenhum se não estou enganado, que foi a música “State of Shock”.
11 – E sobre suas apresentações com o espetáculo “Freddie Mercury Revisited”, como foi a receptividade do público? Conte-nos dessa outra grande experiência.
“Freddie Mercury Revisited” foi uma ideia que eu tive com a minha esposa, pra gente revisitar as músicas do Freddie Mercury e voltar elas com um formato que acho que como elas foram concebidas. Hoje nós temos computador, todo tipo de coisa, mas na época no começo do Queen, eu imagino o Freddie ligando pro Brian May, pro Roger Taylor, pra todos eles e falando ‘cara, vem aqui pra casa, vamos fazer um som, traz as violas e a gente vai compondo’… E aí a gente quis criar essa atmosfera de novo nos shows, então nós criamos uma sala, onde tem um sofá, todas essas coisas, onde eu fiz todos os arranjos pra violão, piano e quatro vozes. Nós estreamos o show em Nova York e depois fizemos com a produção do Poladian, que é um cara já muito renomeado no mercado, um produtor muito conhecido, a gente fez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro lotado, lotamos também o Teatro Bradesco em São Paulo duas vezes, então realmente foi um sucesso. Obviamente com a minha entrada no Extravaganza, nós tivemos que parar o show, até pra que eu pudesse fazer de maneira correta com os gringos.
12 – Como se sentiu ao ser escolhido para ser o frontman do Queen Extravaganza?
Foi um sonho, eu não imaginava! E eu tava de lua de mel com minha esposa e a gente já estava muito feliz por estarmos na lista do Brian May pro show do Queen em Londres, três dias antes recebi um email do Jim Beach, o empresário do Queen, perguntando se eu não tinha interesse no Queen Extravaganza, aquilo ali pra mim já foi algo impressionante. Então cheguei antes no show, nós fizemos uma reunião, eles me passaram as diretrizes do que eu tinha que fazer, ficamos negociando em torno de dois meses até que eles me anunciaram, foi pra mim um sonho. Sei do tamanho da responsabilidade que é cantar numa banda como o Extravaganza que tinha um frontman, que era considerado quase um Freddie Mercury, o Marc Martel, que era um super cantor, mas eu me sinto pronto, estou disposto a morrer por essas músicas como já disse inúmeras vezes, pois elas forjaram a minha carreira, e assim, Queen é uma das bandas que eu mais amo no mundo, é uma grande honra. E no momento em que eu vi minha foto no site do Queen com o Roger Taylor falando aquelas coisas ali, eu chorei, foi sensacional, eu estou muito honrado e vou fazer meu melhor pra entregar essas músicas como elas devem ser entregues, eu não sou e nem tento chegar perto do que era Freddie Mercury, então respeitando a obra do Queen, eu vou tentar fazer meu melhor, mas também colocar minha digital, porque Freddie Mercury só teve um.
13 – É realização de um sonho? Já caiu em si da responsabilidade por ter sido escolhido pelos membros da banda? É realização de um sonho?
Isso é a coisa mais maluca de todas, porque você ter o carimbo dos caras que fizeram as músicas, eu acho que é a maior recompensa de todas, sem medo de soar piegas ou alguma coisa assim, pra quem é fã do Queen ver o Brian May e o Roger Taylor falando ‘cara, a gente quer você cantando nossas músicas’, eu fiquei acho que uns dez dias assim ‘será que é isso mesmo? Será que eu não vou abrir o olho e ver que foi um sonho?’ até que a ficha caiu. Eu sei que a responsabilidade é grande, mas eu sou um cara muito focado e já estou me preparando desde agora, pra que quando começar, pois são muitos shows, são em torno de cinquenta shows, vamos fazer Estados Unidos, Canadá, Europa, então é bastante coisa, bastante responsabilidade, mas vamos lá, só faz gol de pênalti quem bate!
16 – Acha possível o Queen Extravaganza vir ao Brasil?
Eu acho possível sim que venha para o Brasil, para a América do Sul, não sei realmente como está isso porque o Queen é uma empresa que tem todo controle sobre todas as ações, tudo aquilo que acontece, mas eu acredito que isso possa ser possível sim e esperamos que sim, eu adoraria, porque imagina eu fazer uma turnê, cantando essas músicas aqui no meu país, pois eu me senti muito acolhido pelo povo brasileiro, todo mundo me dando muita força, a grande maioria das pessoas, claro que não existe unanimidade, mas eu gostaria muito de retribuir esse carinho fazendo uma turnê aqui e na América do Sul também.
17 – Qual conselho você daria para uma pessoa que quer ser um artista, como você, mas tem muitas dificuldades.
Acho que o melhor conselho que eu posso dar é: faça tudo por amor, encontre dentro de você aquilo que faz sentido, aquilo que faz o seu olho brilhar e com certeza você vai tocar as pessoas e aí sim você se torna um artista. Óbvio que você precisa ter muita organização, muito foco pra tudo aquilo que você ta fazendo porque o preço é muito caro, você precisa estar disposto a ouvir muito “não”, muito mais do que “sim”, mas com certeza a recompensa é maravilhosa. O palco é mágico, o palco é um lugar onde você pode tocar todo mundo, então é uma troca de energia muito grande, é um privilégio estar ali, se você entender isso, for se organizar, estude bastante, a não ser que você realmente queira partir para um outro lado, tipo o que tem tocado muito nas rádios hoje, que não faz muita diferença pra quem gosta de uma banda como o Queen por exemplo, mas se você quiser faze a diferença você precisa ser o primeiro a acordar e o último a dormir pra fazer isso acontecer, pelo menos é assim que eu faço.