Jeff Scott Soto: Queen me deu uma inspiração maior que a vida

Na iminência de mais uma de suas várias visitas ao Brasil, o cantor americano JEFF SCOTT SOTO – a famosa voz de “Rock Star” – desembarca pela primeira vez no Amazonas para protagonizar ao lado do TEMPESTT duas noites de Hard Rock no evento denominado “Cover Night”, que acontece dias 21 e 22 no Porão do Alemão.Trata-se de dois tributos: dia 21 (quarta) o TEMPESTT primeiro apresenta algumas músicas próprias e em seguida se firma como banda de apoio para que Soto comande o tributo ao QUEEN. No dia seguinte (22, quinta), o TEMPESTT faz tributo ao JOURNEY e posteriormente, Soto manda ver mais uma dose de homenagem ao QUEEN.

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Para quem ainda não teve o prazer de conhecer, TEMPESTT é uma banda de Hard Rock paulista notável. Mas ao ouvir o termo “Hard Rock”, se for o caso, mantenha-se longe dos preconceitos: não é algo que se possa comparar a WHITESNAKE, BON JOVI ou KINGDOM COME. Para mim não seria ruim se assim fosse, pois admiro todos estes artistas que citei, mas sei que tem gente que ojeriza o som chiclete romântico levado por eles. O fato é que TEMPESTT é mais pesado, com claras influências de Metal Progressivo. E fazendo a felicidade geral da nação, os riffs ficam fácil na cabeça, assim como os refrões.

O CD “Bring ‘Em On”, cujas faixas serão apresentadas ao público amazonense na quarta, é todo ótimo. Desde “Faked By Time”, “Bring ‘Em On”, “A Life’s Alibi”, “Insanity Desire” (na qual Soto divide os vocais com B.J), “Too High”, “Fallen Moon”, enfim, praticamente todas: é tudo de ótima qualidade e profissionalismo.

Fica claro que dessa dobradinha vai sair Hard Rock de qualidade facilmente. Para encurtar a conversa, JEFF SCOTT SOTO respondeu algumas perguntas por e-mail antes de sua vinda para a capital amazonense.

Como você veio a conhecer o trabalho do TEMPESTT?

“Conheço os caras desde a minha primeira visita a São Paulo, em 2002, quando fui para lá fazer dois shows. Me perguntaram se eu poderia usar uma banda local para me acompanhar e fiquei um pouco preocupado, pois meu som não é para músicos medianos. Depois de ouvir dois MP3 do TEMPESTT, me convenci que eles tocariam meu material com facilidade. Foi uma surpresa mais prazerosa ainda eu ter chegado em São Paulo para os ensaios e ter descoberto que eles haviam aprendido tudo com perfeição! Desde então, tenho convidado o TEMPESTT para ser minha banda de apoio para todos os shows que voltei para fazer em São Paulo. Eles são meus irmãos e eu os acho ótimos!”

Como se firmou essa parceria?

“Não se trata bem de uma parceria, é mais uma confiança que tenho neles e que eu quero que o resto do mundo conheça o quanto antes. Nestes dias, é muito difícil achar público para bandas novas, então eu tento usar minha própria base de fãs e influências para ajudá-los a serem reconhecidos”.

Com o TEMPESTT você tem protagonizado tributos ao QUEEN. Como músico, fale da sua relação com a banda de Freddie Mercury.

“Freddie e o QUEEN representam uma influência enorme na minha vida musical tanto pelas suas gravações quanto pela presença de palco. Queen me deu uma inspiração maior que a vida e que formou o artista que eu sou, a presença de palco do Freddie é algo que maioria dos cantores tenta imitar com perfeição. A maestria de segurar um público de 60 mil pessoas na palma da mão era simplesmente incrível! Me orgulho de conhhecer os caras do QUEEN, assim como de tocar suas músicas sempre que tenho a oportunidade!”

Como foi a escolha do repertório: você deu prioridade a suas músicas favoritas ou às que mais fizeram sucesso entre os fãs?

“Claro que foi um pouco dos dois. Me dei conta de que nem todos os fãs que vão a estes shows conhecem músicas que não foram hits, então eu tento prover uma boa mistura especialmente porque tocar apenas os hits, a maioria das bandas covers faz isso. Não quero me assemelhar a uma banda cover, quero que as pessoas não só se divirtam com também apreciem as muitas cores da carreira do QUEEN”.

Ainda que os tributos sejam uma parte vital dessa turnê, o que você tem a dizer do trabalho autoral do TEMPESTT?

“Eles são minha banda de Hard Rock preferida no momento. Pra falar a verdade eu não ouço Hard Rock novo, mas o TEMPESTT é tão bom que os caras são uma exceção no meio do que eu gosto de ouvir por conta das músicas, performances e talentos individuais – que são enormes dentro da banda.

Nos shows, você divide os vocais com o B.J (vocalista do TEMPESTT)?

“Ainda não sei até que ensaiemos antes do primeiro show. Ainda não arquitetei um dueto, mas talvez role em ‘Under Pressure’!”

Você teve contato com outras bandas brasileiras depois de ter conhecido o TEMPESTT? Se sim, quais?

“Pra falar a verdade não. Conheci muitos músicos depois que comecei a ir ao Brasil, mas não fiz nenhuma jam com eles ou conheci um número grande de bandas”.

Você acha que o Hard Rock, um ritmo que muita gente acredita ter ficado perdido nos anos oitenta, pode ser reinventado nos dias atuais?

“Vai sempre estar vivo, para sempre. Apenas em níveis diferentes de popularidade, mas você pode atestar isso pelos números nos shows de rock, porque as pessoas vão aos shows. O rádio e a MTV tiveram uma grande influência durante os anos 80, o que fez com que as pessoas pensaram que, depois destes terem abandonado este ritmo, ele havia acabado. Isso não é verdade de forma alguma! Agora só demora um pouco mais para que chegue até as pessoas e seja ouvido, mas o gênero está bem vivo e em alta!”

Para terminar, o que o pessoal do Amazonas pode esperar da sua visita com o TEMPESTT?

“Não tenho idéia do que esperar, nunca fui aí antes então é sempre meio assustador tocar em um lugar totalmente novo porque você fica se perguntando se haverá público ou fãs. Mas para aqueles que aparecerem, estou ansioso para tocar para vocês, nós vamos nos divertir bastante! Nos vemos em breve, JSS”.

http://whiplash.net/materias/entrevistas/072935-jeffscottsoto.html

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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