Todos os súditos do Queen

(PARIS BERCY 24/09/08 (RELATO)

Algo mágico aconteceu na quarta-feira à noite no Palais Omnisport de Palais Bercy, Paris, França,: uma banda entrou no palco, e tocou canções. Mas mais que um espetáculo, foi uma EXPERIÊNCIA, ums destas noites cheias de emoção, prazer, e acima de tudo, uma questão de comunhão entre os músicos e o público. Um momento sem igual para as 15.000 almas que estavam presentes. Foi um destes momentos que são muito raros no ramo da música. Essa banda é a Queen + Paul Rodgers.

Eu nunca percebi a que ponto a experiência do Queen é mística. Freddie contou uma vez que ele considerava a sua música como pura diversão, algo como uma lâmina de barbear descartável. Eu acho que ele estava errado. Porque a música do Queen agrada ao cérebro, a alma, e o corpo. Em todos os sentidos, eles sempre entregaram uma mensagem universal. E em shows, o Queen foi sempre uma banda que tem uma habilidade sem igual para mover multidões.

Eu nunca vi o Queen com Freddie. Mas eu acho que seu legado está se mantendo nas suas canções e na sua banda. Queen + Paul Rodgers teve sucesso no domínio particular onde o Queen era excepcional: comover as pessoas. Sentindo que eles têm um tempo bom, compartilhando pura emoção com os outros, cantando a mesma palavra ao mesmo tempo que milhares das pessoas. E por isso, o show de Paris era algo para ver…

O show foi progressivo: no princípio a banda tocou educadamente, baixo, devagar, mas alto. Durante as primeiras canções (Surf’s Up School’s Out, Tie Your Mother Down, Fat Bottomed Girls, Another One Bites The Dust, I Want It All, Break Free and C-Lebrity), a multidão estava tão fria quanto o som estava pesado. Como paralizadas com muita emoção. Era como se o público estivesse encontrando um monstro do rock n’roll pela primeira vez e foi muito tímido em responder.

E para a banda, eu acho que foi o mesmo. Tudo foi produzido perfeitamente, mas sem uma real emoção. Falta alguma coisa, e essaa coisa era comunhão.

O momento aconteceu onde o Brian tomou o palco para tocar Love Of My Life. Em um silêncio de catedral, quase religiosamente, todo o mundo no local cantou as palavras, completamente. Foi um momento de pura emoção, um momento que tocou Brian, tanto que ele chorou ao término da canção. A sombra de Freddie estava lá. E todos ficaram comovidos.

O momento foi alcançado quando o Roger se juntou a Brian para tocar ’39. Como nos velhos tempos, eles estavam lá, os dois, cantando esta canção a**stica. John tristemente fez falta, mas a energia que eles entregaram foi fantástica. Então Jamie, Spike, e Danny se juntaram para fazer uma versão a**stica-jazzística-metal extraordinária e original da canção. Em um certo ponto eu pensei que isso que estava acontecendo era musicalmente tão interessante que eles têm que fazer uma turne como esta um dia, revisitando os maiores hits mas também as canções solos e obscuras em uma versão como esta. Talvez eles façam isto quando eles estiverem com seus setenta anos durante os 50 anos do Queen?

Então veio um momento sem igual com um solo de bateria muito original. Roger começou a tocar bateria no baixo de Danny! Então todo o seu equipamento da bateria foi reconstituído por roadies, e ele entregou um poderoso solo, demonstrando que ele ainda é o melhor. I’m In Love With My Car seguida, com esta voz sem igual… o Roger é o Mister Rock.

Say It’s Not True foi o ponto de indicação para a outra a metade do show. O retorno de Paul ao término da canção mostrou sem dúvida nenhuma que a sua voz se ajusta tão bem com os instrumentos de Brian e de Roger.

Bad Company and Feel Like Making Love foram puro rockers, e a banda estava melhor que no início, porque a conexão com a multidão estava lá agora.

A magia estava operando. Então veio O momento de Brian, com um solo de guitarra, e a EXPLOSÃO de gritos, e lágrimas de todos ao meu redor quando a voz de Freddie e a imagem apareceu no telão… eu vou sempre me lembrae dos calafrios em minhas costas quando Freddie apareceu. Também é importante notar que Brian tocou perfeitamente. Sua guitarra é um instrumento de emoção, e ele toca com a sua alma.

Depois disso, foi Crazy Little Thing Called Love. Todo mundo foi conquistado. Eu vi as pessoas claramente ao meu redor, que estavam sentadas, assistindo um espetáculo. Todo mundo se levantou, dançando, festejando, batendo palmas. Jamie fez um trabalho maravilhoso nesta canção.

Para The Show Must Go On, Radio Ga Ga and Bohemian Rhapsody, Paul fez um trabalho maravilhoso, como um shaman. Modesto, sempre legitimo. Ele graciosamente substituiu Freddie nestes números. E fez um ótimo trabalho como cantor.

Para o bis (Cosmos Rockin’, All Right Now, We Will Rock You and We Are The Champions), foi um triunfo. A banda chegou à perfeição e fez o espetáculo.

Concluindo, eu gostaria de dizer que esta noite nós todos fomoss súditos do Queen. Sem barreiras de idade, religião, ou política. Isso é o que o show de Paris se parecia. Uma reunião universal.

Foi o que o Brian disse em um certo ponto (antes de Love Of My Life) a Inglaterra e França são geograficamente íntimas mas tiveram muitas guerras e tensões. Aquela noite o poder da música do Queen foi forte o bastante para quebrar as barreiras. Eu ainda ficarei comovido quando eu pensar em todas as emoções e sentimentos que foram emitidos pelas 15.000 almas que estavam lá graças a um setlist maravilhosamente construído (há uma real experiência na narração e como construir um espetáculo, do princípio ao fim).

Algumas bandas alcançaram um status de icones mundial. Mas o Queen ainda mereceu a multidão.

Thomas Jamet
Fonte: Queen’s Day

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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