Russel Mulcahy, diretor de “Highlander” e amigo de Freddie Mercury, em documentário no canal BIS

Eu sei, o horário é ingrato, mas é para isso que existe o botão “REC”, não é mesmo? Amanhã, quarta-feira, às 16h, o canal BIS reprisa o documentário “Video Killed the Radio Star” sobre o diretor australiano Russel Mulcahy. Para quem se interesse pela história dos videoclipes, é imperdível.

Cinéfilos conhecem o australiano Mulcahy da série de filmes “Highlander”. Meu filme predileto dele é “Razorback”, um terror trash sobre javalis gigantes que atacam moradores do deserto australiano. Gostei tanto que vi duas sessões seguidas no saudoso Cine Marrocos, em São Paulo.

Antes de ficar famoso com “Highlander”, Mulcahy foi um requisitado diretor de videoclipes. No início dos anos 80, só dava ele: dirigiu uma penca de clipes – ele calcula mais de 400 – para Duran Duran, Elton John, Billy Joel e Rolling Stones, e fez clássicos absolutos dos primórdios da MTV, como “Bette Davis’ Eyes’ (Kim Carnes), “True” (Spandau Ballet), “Total Eclipe of the Heart” (Bonnie Tyler), “The War Song” (Culture Club), “Turning Japanese” (The Vapors), entre outros.

O primeiro videoclipe exibido na MTV, em 1981, foi “Video Killed the Radio Star”, do Buggles, dirigido por Mulcahy.

O programa é divertido demais. Mulcahy é uma figuraça e fala sem rodeios sobre os problemas que teve nas filmagens. Conta que Rod Stewart estava tão bêbado nas filmagens de “Young Turks” que se trancou no camarim e só saiu quando Mulcahy concordou que ele filmasse de óculos escuros, para esconder a ressaca.

Quando fez o clipe de Kim Carnes, “Bette Davis’ Eyes”, Mulcahy atraiu a atenção de muita gente de cinema e publicidade. Ele conta que, um dia, sua secretária lhe deu um recado: “Russel, Steven Spielberg ligou para você, eu disse que você estava ocupado e que ele deveria ligar depois!”

Às vezes, o estilo ousado de Mulcahy não batia com a preferência dos artistas. O diretor, que era amigo íntimo de Elton John e Freddie Mercury e gostava de “apimentar” os clipes com imagens de homens musculosos com pouca roupa, conta que sempre dava um jeito de incluir “uma pitada de tensão homoerótica” em seus vídeos. Mas quando Bonnie Tyler viu uma cena de “Total Eclipse of the Heart” em que vários rapazes sem camisa são atingidos por jatos d’água, chamou Mulcahy de “pervertido”. “Daí, um ano depois, ela me liga e pede para eu dirigir seu novo clipe”, diz Mulcahy. “Mandei ela se foder!”.

Mulcahy conta também como um acidente quase decapitou Stevie Nicks, do Fleetwood Mac, durante as filmagens do clipe de “Gypsy”, e outro acidente quase afogou Simon Le Bon, do Duran Duran, nas filmagens de “Wild Boys”. Le Bon diz que não lembra ter passado tanto perigo assim, mas depois pensa bem e diz: “Mas eu estava tão chapado naqueles dias que não me lembro muita coisa.”

Os clipes de Russel Mulcahy trazem um futurismo que hoje parece ridículo e cafona, mas que nos anos 80 era a coisa mais moderna e inovadora que havia na TV. Vale muito a pena ver o documentário e lembrar.

Um detalhe: é muito engraçado ver como o canal Bis traduziu para o português o nome de seu concorrente, a MTV: “canal de música”.

Dias e Horários:

DiaHorário
Quarta-Feira 03/04/201316:00
Quinta-feira 04/04/20138:00
Segunda-feira 08/04/20134:00

 

 Fonte: http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br
Dica de: Roberto Mercury

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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