Entrevista de Brian May para a Revista Mojo – edição de dezembro de 2024

Em uma entrevista com James McNair,  publicada na Revista Mojo de dezembro de 2024, que já está disponível pra venda, Brian May fala sobre a melhora no som do primeiro álbum do Queen, que será relançado em 25 de outubro, do legado da banda, de como John Deacon está se sentindo com tudo o que está acontecendo em torno do Queen, e a possibilidade de melhorarem o som de outros álbuns do Queen…. 

 

JM: Como foi renovar o som do álbum  de estreia do Queen 50 anos depois? 

BM: “Foi ótimo! Não estou dizendo que a versão original era ruim – simplesmente não era o que sonhávamos. Freddie e John também sempre foram conscientes dessa coisa em nosso passado que parecia não ter conserto.” 

 

JM: O som da bateria de Roger é uma revelação. O que mais foi melhorado? 

BM: “Tudo. Cada instrumento foi reexaminado de baixo para cima. As guitarras foram originalmente gravadas muito secas, então corrigimos isso. Lembro-me do meu pai dizendo: ‘Não há ambiente, Brian. Não sinto que estou na sala com você tocando ao meu lado.’  Mas não estávamos em posição de impor a lei, e sentimos que se saíssemos da linha perderíamos a oportunidade completamente. Roy Thomas Baker fez um excelente trabalho sob as circunstâncias, mas ele estava preso entre nós, jovens esperançosos, e esta empresa de gestão [Trident Audio Productions] que nos via como uma lata de feijão.” 

 

JM: O legado do Queen claramente ainda importa para você. 

BM: “Absolutamente. A paixão ainda está lá. Ainda ficamos bravos se as coisas não estão certas, e ainda é divertido. Recentemente vendemos nossos produtos para a Sony, é claro, então claramente não estamos fazendo isso pelo dinheiro. Quando eu sair deste planeta, gostaria de saber que fiz o meu melhor em qualquer coisa que já toquei.” 

 

JM: John Deacon ainda tem algo a dizer? 

 BM: “John ainda tem uma palavra a dizer ‘sim’ ou ‘não’. Recebemos mensagens de que ele está feliz com o que estamos fazendo, mas ele não quer o estresse de se envolver criativamente, e nós respeitamos isso. Infelizmente, não podemos falar com Freddie. Mas nós quatro trabalhamos como uma equipe por tanto tempo que Roger e eu temos uma boa ideia do que nossos colegas do Queen diriam. Essa coisa é mais longa que o casamento de qualquer um.”  

 

JM: Revisitando o álbum, Roger disse que está “impressionado com o quão religiosas as letras são…”  

BM: “Eu também fiquei surpreso. Freddie obviamente nasceu um Parsi na fé Zoroastriana, mas ele também frequentou uma escola em Zanzibar que eu acredito que era uma escola cristã. O funcionamento da mente de Freddie era interessante e às vezes obscuro. Eu realmente não sei de onde sua letra para Jesus vieram, assim como não sei de onde Bohemian Rhapsody veio.”  

 

JM: Algum plano para aplicar essa abordagem ao resto do catálogo do Queen? 

 BM: “Eu certamente acho que o Queen II merece esse tratamento. Há muitas camadas naquele disco e não havia realmente a tecnologia para fazer isso ser ouvido. Acho que vamos parar por aí, no entanto. Ao chegarmos no Sheer Heart Attack, tínhamos tudo sob nosso controle.” 

 

JM: Você está surpreso que novas oportunidades para melhorar o som do Queen  continuem surgindo? 

BM: “Eu estou, mas você cria suas próprias oportunidades, não é? Eu posso ficar muito estressado se as coisas não forem feitas corretamente e discutidas da maneira que costumavam ser. Nós sempre fomos garotos precoces que diziam: ‘Queremos que o disco seja promovido dessa forma, queremos que essas imagens sejam usadas…’, e é assim que deve ser. O escultor não entrega aquela estátua e então diz: ‘OK, pode se lascar agora.'” 

 

Fonte: Mojo Magazine

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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