Com o sucesso do filme Bohemian Rhapsody, o Queen atrai uma nova geração de fãs

A cinebiografia “Bohemian Rhapsody”, que narra a trajetória do cantor e compositor Freddie Mercury (1946-1991) com ênfase na histórica apresentação de sua banda, o Queen, no festival Live Aid, em 1985, é um sucesso retumbante. Orçado em US$ 52 milhões, o filme lançado no dia 1º de novembro já arrecadou cerca de dez vezes o que custou — até a última quinta-feira, sua bilheteria mundial tinha batido US$ 485 milhões, segundo o site especializado “Box Office Mojo”, sendo US$ 10,5 milhões dos cinemas brasileiros, o décimo maior consumidor do longa fora dos Estados Unidos.

O trunfo do filme alavancou, consequentemente, a busca pelas músicas do Queen em diferentes plataformas, do rádio ao streaming. No Spotify, por exemplo, as reproduções de faixas da banda britânica tiveram um aumento de 267% desde o lançamento do filme. Na Deezer, entre os usuários brasileiros, o Queen ocupa atualmente a segunda posição no ranking trending artists.

Entre os dados da Deezer, chama a atenção ainda um maior apelo entre ouvintes de menos de 18 anos e na faixa que vai dos 18 aos 25 — ou seja, de jovens que nem sequer eram nascidos quando Mercury morreu, há 27 anos. De linguagem familiar, “Bohemian rhapsody”, o filme, tem servido para os pais apresentarem a seus filhos a obra do Queen de maneira mais imersiva — afinal, o jovem está muito mais focado no cinema do que ouvindo música no carro, por exemplo. Os dados encontram reflexo nas escolas, onde a banda britânica surpreendentemente passou a ser assunto em pleno 2018.

Tiago Domingues, de 13 anos, sempre se interessou pelo rock — ele ganhou sua primeira bateria do padrinho aos 4. Seu conhecimento sobre o Queen, porém, era superficial. Depois que viu o filme, tudo mudou: apaixonou-se pelo som do grupo e está ensaiando para tocar “We Are The Champions” na apresentação de fim de ano da School of Rock, onde faz aula de bateria.

Assim que saí, quis relembrar as cenas tocando algumas das músicas na bateria, como “Bohemian rhapsody”. O que mais gostei no filme foi entender o processo de criação das músicas. Vi que sempre pode aparecer um sentimento ou pessoas interesseiras que podem atrapalhar. Nem tudo são flores na vida dos músicos. Eles são pessoas normais — diz o garoto, impressionado pela “levada bem marcante” do baterista Roger Taylor.

Também adepto das baquetas, pratos, bumbos e companhia, Vitorino Charmont, de 10 anos, cresceu ouvindo sua mãe falar sobre outro show histórico do Queen: a apresentação na primeira edição do Rock in Rio, em 1985, quando cerca de 250 mil pessoas cantaram, em coro, “Love of my life”. Fã de bandas da década de 1960 e 1970, o baterista mirim conhecia o Queen antes mesmo da estreia do filme — o que o ajudou quando “Bohemian rhapsody” virou o assunto entre seus colegas de escola. O conhecimento prévio permitiu ao futuro “biólogo ou músico” fazer uma avaliação embasada da cinebiografia:

O filme é muito bom. Ele conta mais a história do Freddie do que a da banda. Gosto das músicas de antigamente por causa do estilo de tocar. Naquela época não usavam tanta computação na música, tinha uma coisa mais limpa. Hoje em dia tem muitos efeitos sonoros.

Alice Holmes, de 17 anos, não tem nada contra efeitos sonoros. Nas suas playlists, reinam Lana Del Rey e bandas de indie rock. De uns tempos para cá, tais artistas millennials foram substituídos pelo velho rock do Queen.

Meu pai me colocava para dormir cantando “Bohemian rhapsody”, fui assistir ao filme com ele. A minha música preferida é “Radio gaga”, porque sempre tem uma interação legal com o público. Eu coleciono algumas coisas da banda: tenho camiseta, meu pai e eu dividimos os CDs e também quero comprar o DVD desse filme, quando sair — diz Alice, que diz adorar o carisma e o estilo de Freddie Mercury.

Replicados pela atuação aclamada do ator Rami Malek, a voz e o charme de um dos maiores astros do rock ainda podem ser admirados no cinema: só na cidade do Rio, 31 salas seguem exibindo “Bohemian rhapsody” nesta semana.

Fonte: O Globo

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