Pesquisadores investigam o segredo do alcance explosivo do vocalista do Queen
Qualquer registro de performance da banda Queen, ao vivo ou em estúdio, demonstra que seu vocalista, Freddie Mercury, tinha uma voz excepcional. Os registros de gravações com seus vocais isolados dão a dimensão exata de sua potência vocal:
Para entender o segredo por trás da voz do cantor, pesquisadores da Áustria, República Tcheca e da Suécia se debruçaram sobre registros antigos para analisar seu estilo de cantar e a sua acústica vocal.
O estudo mostra que Freddie Mercury tinha um alcance vocal e era um mestre em técnicas para modular a voz. Ele usava recursos raros, como uma vibração na garganta que normalmente é utilizada apenas por cantores tradicionais da Mongólia.
A voz de Freddie também se caracterizava pela irregularidade no vibrato. O vibrato é quando um músico ou cantor segura uma nota por um tempo. Os vibratos do vocalista do Queen eram rápidos e irregulares:
As faixas “Bohemian Rhapsody” e “We Are the Champions” são as que melhor demonstram a capacidade do vocalista. Nelas, é possível escutar o tipo de vibrato característico de Freddie:
Quando falava – o que pôde ser constatado ao analisar áudios de entrevistas – o tom de voz de Freddie tinha uma frequência de 117,3 Hz, típica de um cantor barítono. Mas o vocalista conseguia atingir até 37 semitons além de seu tom original.
Para os pesquisadores, Freddie tinha um amplo controle e sabia usar muito bem os recursos vocais que tinha. O sistema de produção de som do vocalista, como eles definiram sua voz, era levado aos seus limites – mas também era utilizado com elegância. Esses atributos, combinados ao vibrato rápido e irregular, ajudaram a criar o personagem que Freddie encarnava quando cantava.
“Eu sou apenas uma prostituta musical”, ele declarou em 1984, em uma frase destacada pelos pesquisadores que analisaram sua voz. Mercury morreu em 1991 devido a complicações da Aids.
Fonte: www.nexojornal.com.br