Análise: Queen sobrevive com altas doses de nostalgia, mas só
Após a morte de Freddie Mercury, Paul Rodgers e Adam Lambert ocuparam o posto de vocalista do grupo
Quando o perfil oficial do YouTube do Queen atingiu a marca de 1 milhão de assinantes, no ano passado, comemorou com o vídeo intitulado Queen Still Rock You. A marca não se compara a fenômenos pop como Justin Bieber e Taylor Swift, cujas marcas chegam a 12 milhões e 15 milhões, respectivamente, mas é elogiável e diz muito sobre a sobrevivência da banda.
O Queen, instituição tanto do rock quanto do pop, conseguiu se manter vivo graças ao público que se mantém fiel a Brian May e Roger Taylor, integrantes originais do grupo outrora formado também por Freddie Mercury (morto em 1991) e John Deacon (baixista aposentado). Não houve uma renovação, contudo. A nova geração, tão ligada no mundo digital – e sabe o que assinar um canal do YouTube significa, de fato –, não é tão interessada em Queen quanto a velha guarda poderia supor.
Freddie Mercury se apresenta com o Queen no primeiro Rock in Rio / Foto: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
A culpa de tudo isso recai justamente nos dois integrantes originais da banda. Tão interessados em manter o legado de Mercury vivo na memória de todos, os dois cometeram o pecado mortal da indústria fonográfica dinâmica do século 21: deixaram de olhar para frente.
Nenhum novo vocalista foi acrescentado à banda, desde que eles decidiram voltar a tocar como Queen, nos anos 2000. Mantiveram o grupo intacto como entidade e criaram o Queen + Alguém. Primeiro, com Paul Rodgers. Depois (e atualmente), o jovem Adam Lambert foi o selecionado.
Com Rodgers, o grupo lançou o álbum autoral chamado The Cosmos Rocks, em 2008, e deixou clara a ideia de se distanciar o máximo possível daquele Queen grandiloquente. Rodgers é cantor dos bons, mas de estilo oposto ao Mercury. Ponto para May e Taylor. Já Adam Lambert, que deveria rejuvenescer a base de fãs do Queen e não o fez, terá de encarar o palco do Rock in Rio no qual Freddie Mercury foi rei, 30 anos atrás.
Fonte: http://cultura.estadao.com.br/
Dica: Roberto Mercury