O último dia 21 de maio marcou os 30 anos do lançamento do décimo álbum de estúdio do Queen, o contestado “Hot Space”. Gravado em dois períodos (entre junho e julho de 1981e de dezembro de 81 e março de 1982) em dois locais, no Mountain Studios (em Montreaux, Suíça) e no Musicland Studios (em Munique, Alemanha).
O álbum trouxe uma sonoridade diferente do “padrão Queen de qualidade”. O habitual heavy/hard rock característico da banda deu espaço para um estilo mais disco – talvez pela influência do estrondoso sucesso de “Another One Bites The Dust” – e funk (por favor, não associe esse funk com aquele que é popular aqui no Brasil!), com algumas pitadas eletrônicas (não confunda com os “putz putz”).
Devido à mudança, o álbum não agradou a maioria de seus fervorosos fãs, que o considera como o pior álbum do Queen. Aliás, o direcionamento que foi tomado em “Hot Space” causou várias discussões, brigas e ameaças de saída de integrantes. Mas, para a alegria geral da nação, eles se mantiveram unidos. A “salvação” do álbum foi a faixa “Under Pressure”, que contou com a participação especial de David Bowie.
O álbum começa com as chatas “Staying Power” e “Dancer” (duvido quem consiga ouvir as duas faixas até o último acorde). Em seguida, aparece “Back Chat”, que é totalmente influenciada na Black Music por John Deacon, e para desespero de Brian May, que queria deixá-la mais “rocker”. A quarta canção é “Body Language”, com temática e videoclipe estrambólicos. Aliás, o vídeo foi filmado em um balneário onde atores, incluindo Mercury, se exibiam em cenas eróticas, o que levou a MTV a vetar o clipe na emissora. Mesmo desagradando os fãs “glam”, a música contribuiu para o surgimento de novos adeptos da disco. E a primeira parte de “Hot Space” termina com “Action This Day”, que mostra um Roger Taylor influenciado pela New Wave. A música chegou a fazer parte do set durante a “Hot Space Tour” e o refrão era cantarolado em dueto entre Freddie Mercury e o baterista.
A segunda metade do álbum começa com “Put Out The Fire”, uma canção “anti-arma” escrita por Brian May, que é um ‘hardão’. Freddie Mercury resolveu prestar uma homenagem ao ex-beatle John Lennon, que foi assassinado em 1980, com “Life Is Real (Song For Lennon)” e foi uma tentativa de deixá-la a cara do homenageado, ou seja, um tom melancólico e um arranjo para piano. Há um boato de que o próprio Lennon solicitou para que o Queen tocasse a sua famosa “Imagine” em turnê. Depois, vem a pop “Calling All Girls”, de Roger Taylor (aliás, nada contra o baterista, mas de todas as suas músicas, as melhores disparadas são “I’m Love With My Car” e “Radio Ga Ga”). Nela, Taylor toca guitarra rítmica. Em seguida, aparece a melosa “Las Palabras de Amor (The Words Of Love)”, que a banda homenageia os fãs da América Latina, que no ano anterior os trataram como deuses em visita ao continente. Curiosamente, na época do lançamento do disco, o “bicho comia solto” na Guerra das Malvinas entre argentinos e britânicos. O vídeo da música foi feito durante uma aparição da banda no famoso Top Of The Pops. Já “Cool Cat”, que leva a assinatura da dupla Mercury e Deacon, originalmente, teria David Bowie nos vocais de apoio, porém, o Camaleão do Rock ficou descontente com os resultados e pediu que eles fossem limados. E, para finalizar, aquela que é considerada a “música salvadora” do álbum, “Under Pressure”, que traz o famoso dueto entre Mercury e Bowie. A música foi resultado de uma jam session improvisada no estúdio da banda em Montreux. A faixa chegou ao primeiro lugar das paradas de singles no Reino Unido.
O Queen inspirou-se na capa de “Let It Be”, dos Beatles, para produzir a capa do álbum (excetuando a parte colorida). Mas, a capa de “Hot Space” também inspirou outros grupos, como a copilação “Blur: The Best Of” (2000), do Blur e de “Pop” (1997) do U2 (apesar de não gostar dessa banda, não posso deixar passar despercebido a coincidência da capa do referido álbum do segundo maior grupo de rock da Irlanda com o trabalho da “Rainha”).
Só uma curiosidade: os norte-americanos não sabiam, mas a turnê de “Hot Space” foi a última feita pelo Queen em seu território. Pois, dali em diante, a banda diminuiu a quantidade de shows e turnês em virtude da saúde de Freddie Mercury.
Concluindo, apesar de ser conhecida pelas suas excelentes canções, o Queen deu “um tiro no pé” com “Hot Space”. É um álbum recomendado apenas para quem quiser fazer a coleção da discografia da banda. Um conselho: deixe-o para comprar por último e, mesmo assim, em promoção. Não vale a pena pagar a bagatela de R$ 40,00, como muitos estabelecimentos estão cobrando atualmente.
A seguir, a ficha técnica e o tracklist do álbum.
Álbum: Hot Space
Intérprete: Queen
Lançamento: 21 de maio de 1982
Gravadora: EMI/Parlophone (Europa) / Elektra (EUA)
Produtores: Queen, Arif Mardin, Mack, David Bowie
Freddie Mercury: voz, piano, sintetizadores, baixo synth em “Staying Power“, teclados
Brian May: guitarra, sintetizadores, piano, vocais, baixo synth em “Dancer“, vocais
Roger Taylor: bateria, bateria eletrônica, programação, backing vocais , teclados e guitarra rítmica em “Calling All Girls“
John Deacon: baixo, sintetizadores, guitarra, bateria, piano elétrico, programação
David Bowie: vocais, percussão e teclados em “Under Pressure“
Arif Mardin: arranjos e produção em “Staying Power“
Mack: produção e programação de teclados em “Action This Day“
1. Staying Power (Mercury)
2. Dancer (May)
3. Back Chat (Deacon)
4. Body Language (Mercury)
5. Action This Day (Taylor)
6. Put Out The Fire (May)
7. Life Is Real (Song For Lennon) (Mercury)
8. Calling All Girls (Taylor)
9. Las Palabras de Amor (The Words Of Love) (May)
10. Cool Cat (Deacon / Mercury)
11. Under Pressure (com David Bowie) (Bowie / Deacon / May / Mercury / Taylor)
Por Jorge Almeida
Fonte: http://culturaefutebol.wordpress.com
Dica de: Roberto Mercury
Realmente é um dos álbuns mais chatos da carreira da banda.
Apesar de ter algumas faixas brilhantes como "Fire", "Girls" e a estrondosa "Pressure",
as canções medianas sobrepujam a beleza delas.
Ele e a trilha sonora de Flash Gordon forma os últimos que comprei na minha coleção.
Tem toda a razão oque salva nesse álbum é Under Pressure, pessoalmente acho esse o pior álbum do Queen até mesmo que o Flash, gostei da matéria!
Não acho o álbum ruim. O autor exagerou ao dizer que Under Pressure ''salva o álbum''. Apesar de ser um pouco pop, Hot Space traz músicas boas, como Las Palabras de Amor, Life is Real, Action This Day, Back Chat.
Não li a matéria. O álbum realmente é fraco, é bem diferente né? Mas gosto muito de Under Pressure, Cool Cat e Back Chat. Porém, é interessante que a turnê deste álbum foi muito boa. E ao vivo, as músicas ficaram muito legais, eu penso. É só conferir Queen on Fire – Live at the Bowl. Particularmente, adoro este álbum.
Não vejo motivos para as críticas a "Flash", um álbum legal, voltado para um filme.
Eu amo o hot space e escuto todas as musicas ate o ultimo acorde nao tenho nada contra. Eh um album diferente bom demais