Review: God Save The Queen em Porto Alegre

God Save The Queen – 12 de agosto de 2011 – Teatro do Sesi

“Eu vi o Queen”. É essa a sensação que se tem depois de assistir a apresentação do grupo argentino God Save The Queen. Dios Salve a La Reina, nome da banda em sua língua materna, apresentou-se na última sexta-feira em Porto Alegre, mostrando ao público porque é considerado o melhor tributo ao Queen em atividade.

Com aqueles 10 minutos de atraso previstos em todo show, Pablo Padín, no papel de Freddie Mercury , Francisco Calgaro encarnando Brian May, Matías Albornoz como Roger Taylor e Ezequiel Tibaldo como John Deacon, surgem no palco ao som de uma trilha sonora bem “Queen”.

Ressalta-se que os termos “papel” e “encarnando” não são sem motivo: o que se vê no palco, principalmente com o vocalista e o guitarrista do tributo, é um perfeito trabalho de atuação e mimetização em relação às estrelas do Queen. Cada movimento e som, além, é claro, dos figurinos super fiéis, nos faz lembrar a banda inglesa, tão original e, por isso mesmo, difícil de ser copiada.

O início do espetáculo (que o é em todos os sentidos da palavra) traz alguns sucessos da banda, como “Under Pressure” e “Somebody to Love”, sendo que nesta última, público e iluminação dão um toque especial à performance impecável de Pablo. Também traz o “Boa noite, Porto Alegre” e o desnudamento de braços e tórax de Pablo, mostrando a incrível semelhança com Mercury também no porte físico e provocando alterações na ala feminina da platéia.

Um medley de “Hammer to Fall”, “A Kind of Magic” e “Another One Bites the Dust” dá sequência ao show. Em “Save Me”, tal como Brian May, Calgaro mostra seus dotes com as teclas, sentando-se ao teclado de Pablo e levantando apenas para fazer o solo.

A próxima música que merece destaque é “Love of My Life”, talvez uma das mais bonitas e tocantes baladas já compostas. No palco apenas um violão nas mãos de Calgaro, perfeitamente dedilhado, um banquinho e uma voz poderosa fizeram a platéia cantar e se emocionar. Também Pablo emocionou-se, e transmitiu o sentimento dizendo “Do caralho!”, num portunhol engraçado, ao final da música.

Retornam com “I Want it All” (com o roadie tocando violão ao fundo!) para novamente deixarem o palco durante o solo de Calgaro, cheio de “alavancadas” e timbres característicos do guitarrista do Queen, que aliás, usa o mesmo modelo de guitarra. Vale registrar que o solo durou o tempo necessário e foi bastante “musical”, não apenas uma demonstração de técnica maçante que muitos guitarristas gostam de fazer enquanto seus vocalistas descansam.

Calgaro continua como o centro das atenções cantando “Too Much Love Will Kill You”, enquanto Pablo tocava teclado. Em “Now I’m Here”, o público é convidado a responder aos vocalizes de Pablo, numa típica cena de um show do Queen.

Outra cena típica vem com “I Want to Break Free”: peruca, blusa feminina e seios postiços adornam o corpo do vocalista, tão show-man quanto Freddie Mercury.

Outros três clássicos da história dos ingleses encerram o show dos argentinos, com um óbvio destaque para a ópera mais famosa do rock “Bohemian Rhapsody”, belissímamente executada.

Deixam o palco rapidamente, e voltam para o encore com “The Show Must Go On” e “We Will Rock You”, acompanhada pelo público com as palmas características. Em “We Are the Champions”, que anuncia o verdadeiro final do show, Pablo, já sem camisa, traz unidas as bandeiras da Argentina e do Brasil, provocando aplausos calorosos da platéia em pé.

O manto, a coroa e o cajado (que na verdade é o pedestal de seu microfone) de “king” (ou queen…) é o último figurino de Pablo, bem ao final da canção. São aplaudidos de pé e saem sem muitas palavras.

O público animado e participativo, a equipe que há nos bastidores do tributo, a lindíssima iluminação e a ótima qualidade do som do teatro (que falta a alguns outros espaços em Porto Alegre) contribuíram muito para a perfeição do espetáculo. Mas sem dúvida alguma, os protagonistas da noite foram os quatro músicos, que executam com perfeição movimentos e sons. Percebe-se todo o cuidado e trabalho desenvolvidos para que tudo soe e pareça como o Queen. Pablo Padín, em especial, se move, canta e olha como Freddie Mercury. Há o rigor técnico, mas há também a sensibilidade e a naturalidade em cada gesto. É emocionante.

O show do God Save the Queen “must go on” e você must to watch it!


Set List

Tie Your Mother Down
Under Pressure
Somebody to Love
Hammer to Fall
A kind of Magic
Another One Bites the Dust
Save Me
Bicycle Race
Who Wants to Live Forever
Love of My Life
These Are the Days of Our Lives
I Want it All
Solo
Too Much Love Will Kill You
Now I’m Here
I Want to Break Free
Radio Gaga
Crazy Little Thing Called Love
Bohemian Rhapsody

Encore

The Show Must Go On
We Will Rock You
We Are the Champions

Por Mariele Giovanaz
Fotos: Soraya Hossain

Fonte: http://rockbox.com.br/
Dica de: Roberto Mercury

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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