PARTE 1 – Compra do Ingresso
Para um office-boy que ganhava salário mínimo, a compra do ingresso ficou na história desse fã aqui, assim que anunciaram as vendas, corri para loja de discos chamada ‘Museu do Disco’ que ficava atrás s do Teatro Municipal.
E sem pensar nas consequências, comprei o ingresso Pista, que me levou a falência total, tanto é que dias depois veio o carnaval e todos meus amigos viajaram, inclusive meu irmão, que foi acampar no litoral norte se não me engano.
O fato é que detesto ver desfile de escola de samba, e sem amigos só me restou ver TV dia e noite, e foi desfile, mais desfile, desfile até me deixar louco a ponto de ficar em dúvida se não seria melhor ter comprado o ingresso para assistir na arquibancada.
PARTE 2 – A ida
Como tinha 17 anos, sem carro é claro, fiquei de ir com meu irmão e um primo, dois tranquilos sem pressa de chegar, visto que nenhum dos 2 tinha comprado ingressos.
Saímos a meu ver, bem atrasados, pra quem queria ficar na fila do gargarejo (na linha de frente).
E com o transito infernal, a tensão aumentava a cada segundo, pois no dia anterior a banda entrou com pontualidade britânica.
Eu já estava xingando minha própria mãe, e meu irmão dizendo caaaalma, vai dar tempo.
PARTE 3 – A Entrada
Chegando na cara do Morumbi, já se notava a agitação da galera lá dentro, e eu ainda fora disse “PQP chegamos atrasado e eles nem tinha comprado ingresso, que já não havia mais, nem na mão de cambista. sabe o que é vender 200 mil ingressos, só a maior banda de todos os tempos.
Bem não dava mais pra segurar a tensão, larguei os 2 antes do cordão de seguranças, que faziam uma primeira triagem, já que a entrada das cadeiras numeradas (superior / inferior), era junto com a pista.
Mostrei meu ingresso para um segurança, e meu irmão na maior cara de pau, passou pelas costas dele.
Bem meu primo fez o mesmo, quando outra pessoa apresentou o ingresso, ele passou pela primeira triagem.
Já no corredor, onde estava indicado pista para a direita e numeradas para a esquerda, foi a hora de dizer adeus.
Eles tinham consciência de que no portão que dava acesso ao gramado (que estava todo forado com placas de madeira), era algo impossível de se entrar sem ingressos, pois bem eles assistiram sem pagar um tostão.
PARTE 4 – A Procura do Lugar Ideal
Bom eles fizeram um agito, dizendo que o show já tinha começado, e todos que estavam com seus respectivos ingressos, forçaram a entrada, que dá acesso as numeradas, foi assim que eles que tinham passado 10 dias acampando, assistiram sem gastar nada.
Já eu que estava falido e revoltado com tudo isso, disse a mim mesmo “vou ficar lá na frete, pra valer cada centavo”, afinal tenho 1,60 hoje, imaginem na época, e ainda tinha chegado quase na hora do show começar.
cença, cença, dá licença pequenininho, fui me enfiando feito jogador de futebol americano, ombro daquí, ombro de lá, fui até chegar na cara do palco.
Foi quando eu olhei pra cima e não via meio palco, toda parte do meio pra trás, logo não iria admirar meu integrante da banda predileto (Roger Taylor), afastei-me uns 4 ou 5 metros do palco, o suficiente pra ter a melhor visão do palco, foi quando começou o som de We Will Rock You (Fast), que abriu o show, tal como no Live Killers.
PARTE 5 – O Show
Bem o show em si é indescritível…
5.1 – As músicas:
01) We Will Rock You (Fast)
02) Let Me Entertain You
03) Play The Game
04) Somebody To Love
05) I’m In Love With My Car
06) Get Down Make Love
07) Need Your Loving Tonight
08) Save Me
09) Now I’m Here
10) Dragon Attack / Now I’m Here (Reprise)
11) Fat Bottomed Girls
12) Love Of My Life
13) Keep Yourself Alive
14) Drums Solo
15) Guitar Solo
16) Flash’s Theme
17) The Hero
18) Crazy Little Thing Called Love
19) Bohemian Rhapsody
20) Tie Your Mother Down
21) Another One Bites The Dust
22) Sheer Heart Attack
23) We Will Rock You (Slow)
24 ) We Are The Champions
25 ) God Save The Queen
As músicas: basicamente eram as melhores do Live Killers, com praticamente todo o The Game, álbum que diversas faixas ainda estavam nas paradas do sucesso e o tema do Filme Flash Gordon, que foi o lançamento da época.
5.2 Os Detalhes Marcantes:
O primeiro deles foi quando Freddie cantou Somebody To Love (a primeira música do Queen que eu ouvi na rádio e fiquei fã de cara), me arrepia só de pensar.
O segundo veio logo na sequência com I’m In Love With My Car com Roger assumindo os vocais, sem deixar de dar um show a parte na bateria.
O terceiro e quarto foram respectivamente, com Save Me e Love Of My Life, que a galera formou um coro de 200 mil vozes, coisa de louco, só estando lá pra sentir a energia.
O quinto foi com Bohemian Rhapsody, onde só quem estava bem perto, percebeu que eles saíram do palco quando o estádio do Morumbi ficou totalmente escuro, pois o coro feito no estúdio não dava pra ser feito ao vivo, e só deu pra perceber porque, quando, acenderam-se as luzes do palco, o Roger estava sentando no banquinho.
E a sexta foi com We Are The Champions, pois todos alí se sentiam campeões por estarem assistindo a um mega show, que na época não era comum no Brasil, nem na América Latina.
PARTE 6 – Final do Show
O final como sempre foi com God Save The Queen, e isso significava, que não tinha mais volta, bis, nada disso, o sonho chegava ao fim.
Só Deus sabe como eu acabei encontrando meu irmão e meu primo na saída com toda aquela multidão, saindo ao mesmo tento.
Inesquecível é a palavra que exprime essa experiência vivida a mais de 30 anos.
Link da postagem original: Show Morumbi 1981 – Max Taylor Botias – Queen Net