O baterista queria lançar uma canção própria como lado B de “Bohemian Rhapsody” – e, Brian May, uma dele
Queen queria muito ter “Bohemian Rhapsody”, composição de Freddie Mercury, como single de A Night at the Opera(1975). Tiveram algumas dificuldades pelo tamanho da música (mais de cinco minutos), mas o maior problema foi escolher o Lado B do disco: gerou até briga entre Roger Taylor e Brian May (consequentemente, todo o resto da banda).
Depois de muita insistência, Queen conseguiu “Bohemian Rhapsody” como single. Seria lançado no Lado A de um LP de 7”, azul; o Labo B receberia “The Prophet’s Song”, composição de Brian May. Taylor detestou a decisão.
Fazia algum tempo que o baterista queria uma composição própria como single. No caso, “I’m In Love With My Car,” música escrita e cantada por Taylor. Implorou para Mercury colocá-la com “Bohemian Rhapsody”. Não adiantou.
Tomou, então, uma decisão um tanto infantil: trancou-se em um armário (não era nem um guarda-roupas, mas um desses de louça) e se recusou a sair até os colegas do Queen prometerem que “I’m In Love With My Car” seria o Lado B do single “Bohemian Rhapsody.”
O maior problema veio dos atritos posteriores. O LP rendeu uma quantidade absurda de royalties para Freddie Mercury (por ser autor de “Bohemian Rhapsody”) e Roger Taylor (por ter o Lado B do single – ambas vendiam juntas). Brian May ficou bravo, pois era para uma composição dele estar ali. John Deacon também achava injusto.
Desagrado e tensão foram acumulando e não dissiparam tão cedo. Brian May, uma vez, comparou o Queen a “quatro pintores, cada um tem um pincel, mas só existe uma tela.” Em 1977, a banda brigava durante os shows. Um contrato com a gravadora os obrigava a ficar juntos, apesar da vontade de tocarem músicas diferentes.
Demorou alguns anos para Queen voltar aos trilhos. A mudança começou, realmente, em Hot Space (1982), e completou-se no harmonioso The Works (1984) – o disco que apresentou “I Want to Break Free”e “Radio Ga Ga” ao mundo.
Fonte: https://rollingstone.uol.com.br