Sabina e Brian May – A relação em Another World

A distorcida Sabina Herreña de La Dehesa.

A árvore na capa do Álbum de Brian May  Another World de 1998.

 

Sabina é uma pequena árvore que se encontra nas ilhas de El Hierro, La Gomera, La Palma, Tenerife e Gran Canaria. Uma das espécies mais importantes da floresta termofílica. É uma planta símbolo da ilha de El Hierro onde é tida em especial estima.

E Brian May parece ter uma relação muito especial com ela, em um momento vulnerável da sua vida.

 

Como a árvore de Another World o ajudou a sobreviver

A capa do Álbum Another World de Brian May mostra a lenda do Queen posando ao lado de uma árvore de formato único nas Ilhas Canárias. E em 2022, quando Brian se preparava para relançar seu disco de 1998, ele revelou em um novo vídeo como isso o ajudou à se adaptar em uma época muito diferente, como ele mesmo sabia.

 

Se eu não mudar, vou meio que morrer nesta situação …

Brian disse: Eu chamo isso de Minha Árvore. Na verdade, é uma espécie de emblema nacional de El Hierro, se você quiser. Vi a árvore pela primeira vez em um artigo de jornal, em preto e branco, e pensei: ‘

Que coisa incrível. Porque eu sempre … estou sempre passando por momentos difíceis emocionalmente. E este foi um momento difícil. E pensei: Se eu não mudar, vou morrer nesta situação, então tenho que encontrar maneiras de superar isso. 

Brian continuou:

Esta árvore estava vivendo em circunstâncias muito adversas. Ele está tentando crescer em um lugar onde há constantemente um vento forte vindo dos oceanos, vento de água salgada, e ainda consegue sobreviver. Como ela sobreviveu?

Adaptando-se…

Pensei: Quero visitar aquela árvore. Então encontrei-a numa revista de viagens. Lá estava, em Sabinosa em El Hierro. Por impulso – quero dizer, às vezes você tem que viver a vida por impulso, não é? – Eu pensei – OK, temos que ir para lá. 

Ao fotografar a famosa capa do Álbum Another World com a árvore, Brian compartilhou:

Tiramos fotos minhas e da árvore, e eu estava tentando encontrar maneiras de fazer o que a árvore fazia. Eu estava tentando essas poses para imitar a pose da árvore. E eventualmente, criamos essa coisa, o que acho que aconteceu quase por acidente. Foi meio que se curvar e se adaptar dessa maneira. Então você me vê ao lado da árvore.

Você não poderia mexer em nada [no Photoshop como hoje], então é real o que você está olhando e, infelizmente ou felizmente, a árvore é realmente muito grande. É quase o dobro do meu tamanho. Então, para obter o efeito que queríamos, usamos a perspectiva. E a árvore é um grande símbolo de Another World para mim.

 

Retornando à árvore em Março deste ano de 2022, Brian disse:

Agora há uma corda em volta dela e diz: Por favor, não entre, e eu não entrei. Foi tão tentador correr até lá e abraçar aquela árvore e tocá-la e fazer contato com ela todos aqueles anos atrás.

Mas não fiz isso porque pensei: ‘Tenho que dar o exemplo’. Tenho que ser igual à todos os outros e não deveria estar invadindo isso. Eu deveria respeitar aquela árvore, não tocá-la, apenas gostar de estar aqui junto dela, e espero que ela permaneça lá por mais 300 anos.

 

Em um depoimento de 2011, Brian demonstra a sua preocupação nos cuidados com a árvore.

Em Dezembro de 2011, Brian estava muito preocupado com o destino da Sabina Herreña.

“Esta foto e o artigo que a acompanha me deixaram muito triste. Estremeci, porque é algo que temo há muito tempo.

Para mim, simboliza uma doença central que permeia a raça humana … como diz no artigo … falta de respeito.

Essa linda árvore, como você sabe, é muito especial para mim. Viajei para vê-la quando procurava uma imagem que pudesse marcar a capa do meu Álbum solo – Another World.

A árvore para mim simboliza uma forma de pensar. Faz parte de um pequeno grupo de sabinas (uma espécie rara de sempre-viva com cone, encontrada apenas nas Canárias) que se situam num promontório exposto, onde são constantemente sujeitas à ventos fortes vindos do mar. Para sobreviverem, dobram-se e esculpem-se em formas estranhas e retorcidas, de uma forma que lhes permite “seguir o fluxo”, em vez de se oporem diretamente às forças da natureza.

Enquanto estava fazendo o Another World, eu estava em uma grande crise pessoal e procurando uma maneira de fazer algo semelhante – encontrar força na flexão em vez de permanecer rígido diante de forças intransponíveis de mudança.

Eu tinha visto uma foto desse maravilhoso Arbol em uma revista … então, sem saber quase nada sobre ele, fiz uma espécie de peregrinação para conhecê-lo. Vive numa bela pequena ilha nas Canárias chamada ‘El Hierro’ – a mais pequena das Canárias habitadas.

Para mim foi uma viagem totalmente mágica. A pequena ilha era pouco visitada por turistas naquela época, e quase exclusivamente por pessoas locais que compreendiam o quão precioso era o estatuto da ilha, como uma obra quase inteiramente preservada da natureza.

O primeiro momento em que finalmente coloquei os olhos no Sabina foi eletrizante. Na vida real parecia ainda mais como eu havia imaginado – uma senhora elegante e tragicamente sofredora, com a cabeça jogada para trás, os cabelos e as roupas varridos pelo vento, num ato de submissão aos elementos.

Há aqui outra analogia … Admitir impotência diante da depressão é uma técnica poderosa, que aprendi mais tarde em Cottonwood, Arizona.

 

Bem, talvez eu esteja divagando, mas quando estávamos lá capturando meu encontro com a árvore na câmera, senti um profundo respeito por ela e nunca toquei em um galho dela. Mas lembro-me de ter sentido, durante toda a aventura, uma preocupação de que, ao espalhar o conhecimento sobre a árvore, pudesse torná-la mais vulnerável à maus-tratos. Parte de mim queria ir embora e ficar quieta, guardando o segredo da árvore dentro de uma pequena comunidade. Até publiquei um apelo na época para que qualquer pessoa que seguisse meus passos demonstrasse o mesmo respeito que eu e valorizasse essa coisa viva única.

Bom, não sei se foi por minha causa ou não, mas sinto uma tristeza enorme olhando essa foto da profanação da Sabina pelos turistas. Entrarei em contato com as autoridades de El Hierros para ver se há algo que eu possa fazer para ajudar a proteger esta fabulosa árvore que triunfou sobre os Elementos, mas que pode ser morta pela ignorância e descuido das pessoas.

Mas enquanto isso, se alguém que tiver alguma influência ler isto, vamos tentar espalhar a palavra de que o respeito pela vida de todos os tipos é a chave para uma maneira melhor de viver.

À minha Sabina … minhas desculpas abjetas … Espero não ter tornado a vida pior para você ao torná-la uma ‘celebridade’.

 

Brian

Fonte – Express.co.uk – Por George Simpson

Sheila Pauka

Meu nome é Sheila Pauka, uma "jovem senhora" de 58 anos, fã da Banda Queen desde 1984, quando descobri Radio Ga Ga. Eu moro no estado de Goiás. Sou casada e mãe de 01 casal de gêmeos. Me formei em Turismo e Administração de Empresas aqui no Brasil. Em 2021 tive a honra de fazer parte da equipe da tradução do livro Freddie Mercury A Life In His Own Words do inglês para o português e conheci alguns bons amigos, que mantenho até hoje. Colaboro com o site Queennet.com.br desde Outubro de 2021, em postagens semanais. Agradeço ao site pela oportunidade, fazendo votos que apreciem as muitas histórias contadas. Abraços Queenianos !

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