Documentário Sobre Freddie Mercury é Apresentado No RJ

Contar as histórias que nunca foram contadas, sobre a vida íntima das celebridades, pode estar se transformando na especialidade de Rudi Dolezal, um alemão simpático, de quase 2 metros de altura, que está no Rio mostrando “A Verdadeira História de Freddie Mercury.” No original é “Freddie Mercury – The Untold Story.” Rudi Dolezal tornou-se, ele próprio, uma lenda do audiovisual que se ocupa da música. Seus clipes e documentários sobre os Rolling Stones, Miles Davis, Bruce Springsteen e Quincy Jones, para não falar dos muitos anos de colaboração com o grupo Queen, fizeram dele uma referência nesse universo do registro pop. Não foi o dinheiro nem o sensacionalismo que o levaram a traçar esse retrato íntimo de Freddie Mercury. Tudo o que for arrecadado vai reverter em benefício da fundação que leva o nome do cantor e compositor e que se dedica a apoiar pesquisas e programas de apoio a vítimas da Aids. Sensacionalismo? “Freddie nunca quis ser um ativista dos direitos gays, mas ele fez mais pelo movimento, por seu comportamento libertário no palco (e na vida), do que se tivesse carregado bandeiras”, diz o diretor.

Brian May, que foi guitarrista do Queen, numa entrevista por telefone, de Londres, termina por dizer a mesma coisa, com outras palavras.

“Freddie era um espírito livre. Transformou a voz e o corpo em ferramentas de trabalho e desmontou todo preconceito, levando alegria e felicidade a milhões de pessoas em todo o mundo. Tenho muito orgulho de ter estado com ele nessa cruzada por um mundo melhor e mais tolerante”, ele diz.

PHD em astronomia, o doutor Brian May é autor de um livro chamado “Bang!”, em parceria com o astrônomo Patrick Moore, no qual tenta desvendar os mistérios da origem do universo.

“Somos tão pequenos diante da complexidade do mundo. Poucas pessoas têm coragem de ir ao limite do que são ou do que acreditam. Freddie foi uma delas.”

Rudi Dolezal sente a mesma coisa. “Freddie foi um homem e um artista adiante de sua época. Ele morreu tão novo. Poderia estar fazendo coisas maravilhosas.”

Dolezal traça o retrato do jovem Farrokh, que nasceu em Zanzibar, na Tanzânia e virou Freddie ao ser assim batizado pelos colegas, numa escola na Índia, para onde foi en***** pela família. O filme mistura cenas reconstituídas com um riquíssimo material iconográfico.

São mostradas cenas de festas, e as festas de Freddie Mercury foram as mais ruidosas da história do rock, contam muitos que lá estiveram.

São verdadeiras celebrações GLS, ou talvez, mais exatamente, gays. Dolezal não apenas teve acesso a esse material – “Fui eu que filmei tudo”, ele conta.

Em cenas particularmente emotivas, Mary Austin, companheira de Freddie Mercury, conta como eles tinham planos de ter um filho e um dia ele chegou e lhe disse que sua preferência sexual era pelos homens. Ela teria todo direito de esbravejar, de sentir-se ludibriada. O olho brilha. Essa mulher, tantos anos depois, ainda ama Freddie Mercury.

O último parceiro, com quem Freddie viveu muitos anos, também fala sobre a relação. Freddie era extravagante no palco. Fora dali, queria ter direito à privacidade e, por isso, gostava de Nova York, de Montreux e Munique, onde não havia, como em Londres, sempre um bando de papparazzi atrás dele.

Dolezal está cheio de expectativa de que seu filme seja comprado para o Brasil. Você não precisa ser fã de carteirinha de Freddie Mercury para isso. Basta querer conhecer um artista raro.

Luiz Carlos Merten (RIO)
Fonte: O Estado de S. Paulo
Texto retirado do site:
www.agenciaaids.com

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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