Mother Love – Álbum Made In Heaven

MOTHER LOVE

(4ª música do 15º álbum)

– Sem dúvida, o tema mais sombrio do álbum, mas também um dos mais bem sucedidos, Mother Love é a última canção gravada por Freddie Mercury em 22 de maio de 1991, em Montreux. A letra, de Brian, é muito pesada, e está acompanhada de uma melodia de infinita melancolia.

– Freddie canta o desejo de voltar atrás no tempo, de rebobinar sua vida até voltar a encontrar-se nos braços reconfortantes de sua mãe, quando todavia não era mais que um menino:

I don’t want to make no waves/But you can give me all the love that I crave/

I can’t take it if you see me cry/I long for peace before I die

All I want is to know that you’re there/You’re gonna give me all your sweet/Mother love

(Eu não quero fazer nenhuma onda/Mas você pode me dar todo o amor que eu desejo/Eu não aguento se você me ver chorar/Eu anseio por paz antes de morrer

Tudo que eu quero é saber que você está aí/Você vai me dar todo seu doce/Amor de mãe)

 

– Muito maltratado pela enfermidade, Freddie grava somente as duas primeiras estrofes da canção.

– Emocionado, Brian relataria:

[Ele] estava exausto pelo esforço. Nós nos esforçamos o máximo possível na penúltima estrofe, até ele dizer: ‘Não estou muito bem. Vamos deixar aqui por hoje. Vou terminá-la quando eu voltar na próxima vez’. Porém, evidentemente, não voltou mais ao estúdio depois desse dia.

 

– A nota mais alta do tema, no 1:50, ao cantor resulta, em particular, difícil de alcançar, como confirmaria o guitarrista:

Toma uma ou duas vodkas, se levanta e começa […]. Aqui está um homem que não pode se levantar sem um sofrimento incrível, extremamente doente, com nada além de pele cobrindo seus ossos e você pode ouvir o poder, a vontade que ele ainda tinha.

 

– Brian May grava a última estrofe durante as últimas sessões do mês de setembro de 1995 no Townhouse Studios de Londres.

– Com uma voz cálida e quase trêmula, imprime à canção uma grande carga emocional. Acrescenta também um solo de guitarra com um som estranho. Para esta ocasião, utiliza uma Parker Fly.

– Porém, o mais curioso do tema aparece no final. Para representar a volta, Brian, John e Roger criam uma montagem de áudio que aparece de repente aos 4:06.

– Escutam-se diversos extratos da discografia de Freddie, misturados com um efeito de rebobinagem de fita: a introdução de One Vision, assim como o tradicional scat de Freddie ao seu público (extraído do Live At Wembley Stadium), misturado com um fugaz extrato de Tie Your Mother Down.

– Depois do efeito de rebobinagem da fita, Freddie é descoberto, aliás Larry Lurex, cantando a primeira frase de sua versão do tema Goin’ Back de Carole King, gravada em 1973:

I think I’m going back/To the thing I learned so well in my youth

Acho acho que vou voltar/Para as coisas que eu aprendi tão bem na minha juventude

– Brian dirá:

Tenho um apego particular por ‘Mother Love’. Contém um extrato de ‘Goin’ Back’, que é a primeira coisa que Freddie cantou em um estúdio de gravação. Escrevi à Carole King para pedir sua autorização, e ela foi muito compreensiva e nos apoiou de uma maneira extraordinária.

 

– Finalmente a canção se conclui com o pranto de um bebê, que evoca a ideia de que a oração de Freddie foi cumprida e que ele encontrou os braços de sua mãe.

 

A mãe de Freddie Mercury, Jer Bulsara, mostra uma fotografia do bebê Farrokh.

 

Vídeo oficial de Mother Love

 

Fonte: Queen – La Historia Detrás de Sus 188 Canciones, de Benoît Clerc

Tradução: Helenita dos Santos Melo

Helenita Melo

Me chamo Helenita dos Santos Melo, sou gaúcha de Cachoeira do Sul e nasci em 25 de janeiro de 1964. Sempre gostei de música, e possuo gosto musical bastante variado. Iniciei minha trajetoria no coral da Igreja Adventista de minha cidade natal e mais tarde me tornei cantora em grupos amadores e profissionais. Eu era fã “normal” do Queen há muitos anos… até o lançamento do filme “Bohemian Rhapsody” (2018), onde a minha paixão reascendeu de maneira muito forte e intensa. Eu me defino como “uma dona-de-casa curiosa” e estou sempre pesquisando, aprendendo e compartilhando o que sei sobre a banda, e me tornei uma pessoa bastante conhecida nas redes sociais. Desde 2004 resido em Bolzano (Itália) e sou casada com o Dr. Nicola Ciardi, fundador do festival de jazz daquela cidade em 1982.

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