Documentário The Final Act

Freddie Mercury – The Final Act

O lado humano e respeitoso na análise da Aids e Freddie Mercury –

– Freddie Mercury – The Final Act – é um documentário britânico de 2021, dirigido por James Rogan e produzido pela Rogan Productions para a rede BBC, e conta a extraordinária história da batalha de Freddie Mercury contra a AIDS, e o concerto inovador que o Queen realizou em sua memória depois que ele morreu.

Em 24 de Novembro de 1991, Freddie Mercury faleceu silenciosamente aos 45 anos, em sua casa em Kensington. Sua morte ocorreu apenas 24 horas depois que ele anunciou publicamente que tinha AIDS.

Assim, o ícone que definiu grande parte do rock dos anos 80 no Reino Unido se foi. A morte de Mercury enviou ondas de choque em todo o mundo – e não é difícil perceber o porque. Ao longo de sua vida, o vocalista do Queen foi tão cheio de vida, tão exuberante, que a ideia de que ele estava morto parecia difícil de entender e ainda mais difícil de aceitar.

Nas semanas após sua morte, o legado de Freddie Mercury foi arrastado pelos tabloides. Em uma coluna de jornal, ele foi descrito como um pervertido, enquanto outros jornalistas focaram em sua sexualidade e seu diagnóstico de AIDS como uma crítica moral cruel.

– Esse tempo difícil é explorado no novo documentário da BBC 2 – Freddie Mercury -The Final Act.

O filme acompanha os últimos meses de vida do cantor e culmina com o Freddie Mercury Tribute Concert, realizado em 20 de Abril de 1992, no Estádio de Wembley.

Por meio de entrevistas com os colegas de Banda de Freddie, sua irmã, seus amigos e outras pessoas que viveram a epidemia de AIDS, Freddie Mercury – The Final Act dá uma visão de como era viver um momento no tempo em que ser gay ou bissexual transformou você em um pária social.

James Rogan, diretor do Documentário, era apenas uma criança quando Mercury morreu. Ele ficou chocado ao descobrir o quão cruéis os tabloides foram em sua avaliação do vocalista do Queen nos dias e semanas após sua morte.

Sou essencialmente um cineasta de direitos humanos, então estou bastante acostumado a observar abusos de direitos humanos e documentei muitos ao longo dos anos.   Mas acho inescrupuloso – alguém se pergunta como alguém publica algumas das coisas que foram ditas sobre Freddie depois que ele morreu, e qual é a conversa consigo mesmo – o que aquele jornalista está dizendo para si mesmo enquanto escreve essas coisas …

Haviam manchetes como ‘ Eu atiraria no meu filho se ele tivesse AIDS ‘, e outras em que eles te pegavam desprevenido e você lia e pensava – ”Como isso conseguiu sair impresso?

Simplesmente não consigo entender isso. E então você ouve Margaret Thatcher dizendo que as crianças estão sendo ensinadas que tem o direito inalienável de ser gay como se isso fosse uma coisa ruim, e você percebe que é um produto de seu tempo, disse James ao PinkNews.

 

Dan Hall é o produtor de Freddie Mercury – The Final Act – e ele também era um jovem gay que estava em processo de aceitar sua própria sexualidade, quando o cantor morreu em 1991. Olhando para trás naquela época, ele acha que as pessoas usaram a celebridade de Freddie para desumanizá-lo nas semanas e meses após sua morte – e é por isso que eles decidiram dissipar essa fama e lembrar o público de que por trás do artista havia um homem que sofria, assim como tantos outros que enfrentavam problemas relacionados à AIDS.

-Dan explica

Isso é simplesmente terrível e o reduz a não ser um ser humano, a ser apenas um artista. E, portanto, realmente não importa quando ele morre, e é por isso que imediatamente após sua morte as pessoas começam a fazer manchetes sujas sobre sua vida suja e sórdida, porque ele não é um homem – ele não é uma pessoa que morreu com dor. Ele é uma celebridade cujo único papel é entreter.

Ao equipará-lo à outras pessoas que viveram a epidemia de AIDS, e ao equipará-lo à irmã, para quem ele não é uma celebridade, apenas um irmão – ele se torna uma pessoa que sofre e é envergonhada pela sociedade. E dessa forma, ele é o mesmo que outras pessoas com AIDS.

Estávamos tão interessados na edição que as histórias de todos que aparecem no Documentário foram tratadas com o mesmo respeito. Só porque um de vocês vende muitos discos, sua voz não é mais nem menos válida do que a de qualquer outra pessoa. 

Os membros do Queen – Brian May e Roger Taylor – ficaram horrorizados com o tratamento dos tabloides para com seu amigo. Ninguém poderia ter ficado mais enojado com os maus-tratos dos tabloides à Freddie do que seus companheiros de Banda.

Ambos aparecem no Documentário e falam de maneira comovente e honesta sobre seu amigo íntimo. Ao longo do filme, Brian e Roger refletem sobre alguns dos piores exemplos dos tabloides perseguindo Freddie.

Jornais publicaram peças investigativas e especulativas questionando se ele havia contraído o HIV, enquanto outros chamaram a atenção para sua aparência cada vez mais magra em uma tentativa de descobrir o que estava acontecendo nos bastidores. A mensagem de Brian e Roger é clara –

O que os tabloides esqueceram foi que Freddie era um ser humano, um homem que estava sofrendo e lutando e provavelmente apavorado com o que era então um diagnóstico terminal.

No Documentário, Roger Taylor diz –

Ficamos muito zangados com o que aconteceu com nosso amigo. Estamos com raiva. Estamos muito zangados com o que aconteceu. Você não pode olhar para essa situação e não ficar com raiva. As pessoas com esta doença morrem sozinhas. As pessoas morreram sem o reconhecimento de sua humanidade. As pessoas ficavam envergonhadas, e não acho que você possa responder à isso com nada além de raiva – e também com um leve alarme de que esses comportamentos ainda existem hoje … 

Dan Hall aponta que, em sua essência, Freddie Mercury – The Final Act é uma história sobre aliados – é um documentário que centra aqueles que amavam Freddie exatamente por quem ele era, e serve como um poderoso lembrete do poder que os aliados podem ter quando eles defendem seus amigos.

Em um nível humano simples, aquela Banda era uma espécie de família, e eles haviam perdido um ente querido, e queriam expressar seu amor publicamente.

Para mim, meus dois momentos favoritos no filme são a entrevista que tivemos com Roger, que disse – ‘ Tivemos que defender nosso amigo, nosso melhor amigo … ‘ – e é um homem heterossexual dizendo isso . O outro momento é Brian May indo à TV em 1991, dizendo – ‘ Temos que parar de dizer que ser gay é errado … ‘ Eu, como um homem enrustido, vendo um homem heterossexual muito, muito influente e mundialmente famoso dizer isso – o poder e a importância dos aliados não podem ser subestimados … 

James Rogan espera que o amor desses aliados transpareça em Freddie Mercury – The Final Act.

Em um nível humano simples, aquela Banda era uma espécie de família e eles perderam um ente querido e queriam expressar seu amor publicamente, e acho que isso é a coisa mais humana do mundo. E essa foi uma bela resposta ao que foi uma vida extraordinária …

 

 

Nota final –

Freddie Mercury – The Final Act ganha prêmio Rose d’Or

Poucos dias depois de vencer o Emmy Internacional de Programação Artística, Freddie Mercury – The Final Act ganhou mais um prêmio. Desta vez o Rose d’Or de Melhor Documentário Artístico.

O Documentário está disponível no canal Star +.

 

 

Fonte –

Pink News

24 de Novembro de 2021

Por Patrick Kelleher

Sheila Pauka

Meu nome é Sheila Pauka, uma "jovem senhora" de 58 anos, fã da Banda Queen desde 1984, quando descobri Radio Ga Ga. Eu moro no estado de Goiás. Sou casada e mãe de 01 casal de gêmeos. Me formei em Turismo e Administração de Empresas aqui no Brasil. Em 2021 tive a honra de fazer parte da equipe da tradução do livro Freddie Mercury A Life In His Own Words do inglês para o português e conheci alguns bons amigos, que mantenho até hoje. Colaboro com o site Queennet.com.br desde Outubro de 2021, em postagens semanais. Agradeço ao site pela oportunidade, fazendo votos que apreciem as muitas histórias contadas. Abraços Queenianos !

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