Balanço Final

Por Luiz Felipe Carneiro

Uma semana atrás, escrevi aqui nesse espaço sobre a minha expectativa do reencontro com o Queen, 23 anos depois. Durante a semana inteira, dediquei todas as seções desse site à banda inglesa. E, prometo que depois desse texto, vocês ficarão um bom tempo sem ouvir falar do conjunto por aqui. Mas, depois de quatro dias intensos com três shows, não poderia deixar de fazer um balanço final da passagem do Queen e do vocalista Paul Rodgers pelo Brasil.

Conforme já escrevi na resenha do primeiro espetáculo em São Paulo, as apresentações mostraram que a Rainha não perdeu a majestade. Se Freddie Mercury não esteve presente, Paul Rodgers, longe de querer fazer qualquer comparação, segurou bem a peteca ao lado de Brian May e Roger Taylor. As três apresentações foram as últimas da “Cosmos Rocks Tour”, e, pelo que se pôde ver, a banda se esforçou para que os shows compensassem a longa espera dos brasileiros.

Infelizmente, nenhum dos três shows teve os seus ingressos esgotados. O alto preço, certamente, foi o responsável por isso. Em uma conversa exclusiva com o guitarrista Jamie Moses, ele disse que a banda estava preocupada com o valor das entradas. Moses quis saber os preços de todos os setores para as apresentações em São Paulo (em real e em dólar), e quando soube que um lugar no camarote custava R$ 900,00, ficou de queixo caído. Ele só conseguiu dizer uma frase: “Oh, my God!”. Quando falei que os ingressos para o show no Rio de Janeiro eram um pouco menos caros, ele ficou mais ali*****. “Então deve ficar mais cheio. Acho que o show em um lugar maior vai render mais. Estamos ansiosos, especialmente Brian, para tocar no Rio”, afirmou.

Apesar de não estar lotado (a pista VIP em São Paulo e no Rio ficou muito vazia), o cantor Paul Rodgers ficou muito bem impressionado com a platéia paulistana (a conversa foi antes do show no Rio). “Achei o público brasileiro sensacional. Os dois shows foram especiais, mas a platéia de quinta-feira era realmente selvagem”, disse o vocalista.

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Pois é, assim como a banda, o público também fez o seu show. Após ter assistido às três apresentações, posso afirmar que Paul Rodgers não encontrou uma platéia melhor do que a de quinta-feira. A segunda apresentação em São Paulo, apesar de quase nenhuma mudança no espetáculo (no roteiro, trocaram apenas “Bad Company” por “Feel Like Makin’ Love”, que foi mantida no Rio), foi realmente a mais visceral. A do Rio, com uma Arena razoavelmente cheia (tinha mais gente do que no show do R.E.M.), foi bacana também, mas o som não estava lá essas coisas, diferentemente da Via Funchal, onde o negócio estrondou mesmo.

Mas mesmo assim, foi bonito ouvir Brian May dizer, antes de “Love Of My Life”, que ainda podia ouvir o coro da platéia do Rock in Rio de 1985. Assim como também foi bonito vê-lo enxugar uma singela lágrima após a canção. Foi bonito também ver, em um lugar maior, a galera toda batendo palmas sincronizadas em “Radio Ga Ga” e em “We Will Rock You”. Também foi bonito ouvir o público cantar “Imagine”, de John Lennon, que ecoou nas caixas de som antes de o Queen entrar em cena.

Em São Paulo, outras cenas marcantes, como Brian May tendo que interromper “Love Of My Life”, porque a platéia não parava de berrar o seu nome, ou então, a voz de Paul Rodgers inaudível devido ao coro da platéia em “I Want To Break Free”. Foi bonito também ver a banda, humildemente, no saguão do aeroporto em São Paulo, atendendo fãs e esperando pacientemente por um vôo comercial da TAM (nada de avião fretado) que atrasou mais de trinta minutos. Chegando ao Rio, apesar da má-vontade dos seguranças, Brian May ainda atendeu a um pedido de um fã, que aguardava havia mais de cinco horas, para uma foto.

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Foi tudo muito rápido. O Queen chegou no Brasil na segunda-feira à noite e, hoje já vai embora. Foi bom enquanto durou. Quem teve a felicidade de estar presente em algum dos três shows do Queen + Paul Rodgers, pode realmente dizer que foi “uma espécie de magia”.

Até a próxima!

Fonte: queensday.mus.br

Alexandre Portela

Fã do Queen desde 1991. Amante, fascinado pela banda e seus integrantes. Principalmente Freddie! =)

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There are 1 comments

  1. Realmente foi uma espécie de magia, a passagem da banda pelo Brasil. Se uma multidão não apareceu para ovacionar a banda durante os três shows, quem lá esteve presente, como eu, que sai de Itajubá, sul de Minas, tive que andar mais 200 Km, além dos 350Km de distância de Itajubá-Rio, devido a uma queda de barreira na serra de Piquete, deixou claro que quantidade não é qualidade. Como você mesmo citou, o coro dos presentes ecoou mais alto que as vozes de Paul e Brian. Realmente no Brasil, os preços de espetáculos desta grandeza, são explorados de todas as maneiras, seja no preço dos ingressos, dos estacionamentos, das bebidas. Ainda temos de aguentar a falta de educação e respeito dos seguranças e organizadores das respectivas casas de show. Porém, quando o show começou, a emoção superou os limites da razão, e tudo ficou maravilhosamente perfeito. Para mim, esta sensação ainda não acabou!

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