Ninguém é infalível, ninguém é perfeito. Muitos grandes nomes do rock, com o passar dos anos, resolveram aventurar-se em outros estilos. Talvez por experimentação. Talvez pela busca incessante de maiores vendas. Talvez ambos. Alguns acabam acertando o alvo uma vez, outros passam longe… Fato é que muitas vezes nós fãs nos deparamos com momentos da discografia dos nossos ídolos onde eles nos surpreendem… negativamente! Aquela velha sensação de “Que diabos é isso?” (o famoso “What The Fuck?” em inglês).
Antes que os fãs mais radicais atirem as primeiras pedras, vale lembrar que um pouquinho de bom humor não faz mal a ninguém… Então, deixe a sua porção “xiita” de lado um momento e vamos relembrar de dez episódios bem constrangedores da discografia de alguns grandes nomes do rock…
Queen – Body Language
Ok, nós entendemos que, após o sucesso do flerte com a black music de “Another One Bites The Dust” dois anos antes, o Queen deve ter sofrido uma pressão muito grande da gravadora para repetir o feito – tanto que o sofrível álbum “Hot Space”, salvo algumas exceções, descaracterizou totalmente o som do grupo, além de quase ter provocado um “racha” no quarteto. Mesmo assim, é difícil acreditar que o mesmo Freddie Mercury, responsável por algo tão genial quanto “Bohemian Rhapsody”, seja autor desta pataquada…
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Ozzy Osbourne – So Tired
A reação era sempre a mesma… Ozzy tinha sobrevivido muito bem à perda de seu amigo e braço direito Randy Rhoads, e “Bark At The Moon” foi um grande álbum, mas sempre que alguém ia comentar sobre o disco, não deixava de mencionar; “o que é que Ozzy estava pensando quando gravou aquela segunda faixa do lado B?”. Pois bem, ouvindo a tal “segunda faixa do lado B”, você só pode ter uma reação: “Ozzy, cê tá de brincadeira, né?”.
Kiss – I Was Made For Lovin’ You
E eis que a banda de hard rock que tinha o sonho de dominar o mundo sucumbe à moda da discoteca. Se por um lado angariou mais “fãs”, por outro lado viu muitos dos seus verdadeiros seguidores torcendo o nariz e dando as costas aos mascarados. Por mais que tenha sido um êxito comercial e que a canção ainda esteja presente no set list do Kiss, “I Was Made For Lovin’ You” nunca foi unanimidade dentro do grupo… Se duvidar, pergunte ao linguarudo Gene Simmons…
Metallica – Until It Sleeps
Sim, aquele mesmo Metallica que alguns anos antes era responsável por sons rápidos, pesados e destruidores, agora aparecia na MTV de maquiagem, com visual pra lá de glam, tocando uma musiquinha insossa… Após o auge do sucesso com o chamado “Black Álbum”, onde alguns fãs mais radicais já acusavam o grupo de “ter se vendido”, ninguém entendeu nada quando a faixa de trabalho de “Load” foi lançada… Pensando bem, hoje em dia, até dá pra perdoar, depois de ouvir “Lulu”…
Megadeth – Crush ‘Em
Que o Metallica havia invadido o “mainstream” era fato, gostassem ou não os fãs de metal. Agora, ver o Megadeth se comercializando tanto como foi com “Crush ‘Em”, que pra piorar ainda foi trilha sonora de algo tão duvidoso como “Soldado Universal 2”… haja estômago… Não é de se admirar que Marty Friedman depois tenha ido se aventurar tocando música pop japonesa…
Deep Purple – Call Of The Wild
A primeira vez que se assistia ao vídeo clipe desta música, já vinha um ar de interrogação: mas não era esse o novo single do Deep Purple? Que diabos é esse som que está tocando? Aí você assiste a clipe que mais parece um show de horrores, esperando ouvir um solo do mestre Richie Blackmore… e nada! Ô saudades dos tempos de “Machine Head”…
Van Halen – Josephina
Começando pelo título: o que você espera de uma música chamada “Josephina”? Se a impressão ruim já vem daí, vamos tentar ouvir sem preconceitos, afinal é o Van Halen quem a compôs, mestres do hard rock americano… Tarefa ingrata… e a coisa ainda podia ficar pior ao vivo, quando a banda insistia em inclui-la em seu repertório, tocando a violão e voz apenas… e pensar que Eddie, não fazia muito tempo, criticava o quanto era “anti-clímax” quando Sammy Hagar fazia questão de tocar alguma música sua do mesmo estilo violão e voz…
Judas Priest – Johnny B. Goode
Judas Priest, reis do metal, regravando Chuck Berry, um dos pais do rock… a ideia até soa interessante no papel, mas se lembrarmos que o Priest estava em sua fase “Turbo Lover”… Tente ouvir esse som e bater cabeça se for capaz! Ainda bem que logo eles acordaram e voltaram a fazer o que sabem de melhor em “Painkiller”…
Scorpions – To Be No. 1
Os alemães do Scorpions já não sabiam o que era sucesso fazia muito tempo. As vendas de seus álbuns despencavam a cada novo lançamento (assim como a qualidade deles). E então veio uma sequencia de apelações para vender: primeiro, um disco ao vivo com orquestra; depois (novidade!), um disco acústico; e, por fim, que tal gravar um disco pop? Nada melhor para simbolizar que o fundo do poço havia chegado de vez, como uma cena tão desagradável com Rudolf Schenker sentado na privada…
Rod Stewart – Do Ya Think I’m Sexy?
Hoje em dia falar de Rod Stewart em um site especializado em rock chega a soar estranho. Mas devemos sempre nos lembrar de que o escocês foi o vocalista da primeira encarnação do Jeff Beck Group, que à sua época rivalizava com o Led Zeppelin. Além disso, Rod passou pelo The Faces e ainda lançou grandes álbuns em sua carreira solo, como “Every Picture Tells a Story”. Assim como no caso do Kiss, era deprimente ver um grande nome do rock cantando uma canção de discoteca tão ridícula como esta (que ainda tinha o grande Carmine Appice na bateria), por maior que tenha sido o sucesso. Pra piorar, o cara ainda perdeu um processo para o brasileiro Jorge Benjor (à época, ainda Jorge Ben), que alegava que o refrão da canção plagiava sua composição “Taj Mahal”.
No caso do Scorpions, eles realmente deram uma caída no fim da década de 90, mas em 2000 voltaram com tudo, lançaram ótimos álbuns de estúdio e outros projetos e estão num ótimo nível até hoje, Qto ao Queen se vcs não tivessem falado eu não ia nem perceber que Freddie deu alguma vacilada alguma vez, ele é tão talentoso que a gente nem repara