44 anos de A Day At The Races

O quinto álbum do Queen, A Day At The Races, é conceitualmente uma peça complementar ao LP anterior, A Night At The Opera. O nome do álbum, assim como o de seu antecessor  foi baseado em filmes dos Irmãos Marx. Ao contrário de seus álbuns anteriores, A Day At The Races foi produzido inteiramente pela banda e mixado por Mike Stone no Wessex Studios. O álbum foi lançado em 10 de dezembro de 1976 pela EMI no Reino Unido, atingindo o número 1 e chegando à platina, assim como seu antecessor. Lançado em 14 de dezembro de 1976 pela Elektra, o álbum não foi tão bem sucedido nos EUA, mas ainda alcançou um respeitável número 5 nas paradas, e também foi platina. No primeiro single do álbum, Freddie novamente entrega uma obra-prima épica que atrai mais de Aretha Franklin e gospel do que  da ópera. Somebody to Love foi lançado em 12 de novembro no Reino Unido e em 10 de dezembro de 1976 nos EUA. A faixa atingiu o número dois nas paradas britânicas e 13° nos EUA. “Tie Your Mother Down”, de Brian May, seguiu-se em março de 1977, atingindo um modesto número 31 no Reino Unido e um 49° lugar um tanto decepcionante nos EUA. No mesmo mês, um single exclusivo foi lançado no Japão, uma edição única de Teo Torriatte (Let Us Cling Together), que apresentava letras japonesas.

“Tie Your Mother Down”

“Tie Your Mother Down” foi escrita em Tenerife, Espanha, enquanto Brian May estava trabalhando em seu PhD em Astronomia, durante o ano de 1968. Ele a compôs com um violão e pensou que fosse mudar seu título e o refrão, mas Mercury gostou da música como ela estava e eles a mantiveram assim.

A faixa se inicia, primeiramente, com vários canais de guitarras, reminiscentes de “White Man”, e em seguida inicia-se uma introdução instrumental de um minuto, criada com a escala Shepard em um harmônio, que na verdade é uma reprise do encerramento de “Teo Torriatte”, com o objetivo de fazer o álbum ser “circular”. A escala ascendente foi criada ao tocar ao contrário a gravação de uma escala descendente também em um harmônio.

A música pode ser descrita como um heavy blues rock e contém vocais agressivos de Mercury e um solo de slide guitar de May, que foi quem gravou a maior parte dos backing vocals.

O videoclipe da música, dirigido por Bruce Gowers, foi gravado durante o show da tour desse álbum no Nassau Coliseum, em Long Island, Nova York, em 1977.] Após seu lançamento, “Tie Your Mother Down” foi tocada em todas as tours do Queen.

“You Take My Breath Away”

“You Take My Breath Away” foi escrita por Freddie Mercury e baseada na escala menor. Freddie canta todos os vocais e toca o piano, e a tocou sozinho no Hyde Park antes de gravá-la. Há um interlúdio vocal entre essa faixa e “Long Away”, que começa com vocais ecoados repetindo “take my breath” (criados por multicanais). Eles evoluem gradativamente até completar o verso “you take my (breath away)” e se reintegram aos vocais da próxima faixa.

“Long Away”

“Long Away” foi composta e é cantada por May. Ele utiliza uma guitarra Burns Double Six de 12 cordas em vez de sua Red Special. Seu desejo era utilizar uma Rickenbacker, a mesma que John Lennon usava, mas May não se deu bem com o braço fino da guitarra. Foi lançada como single nos Estados Unidos, no Canadá e na Nova Zelândia, mas não alcançou lugares altos nas paradas.

“The Millionaire Waltz”

“The Millionaire Waltz” foi escrita por Mercury e John Reid (empresário do Queen e de Elton John na época). Ela segue a linha com multi-compassos de “Bohemian Rhapsody”, com mudanças bruscas nos arranjos e um solo de guitarra em multicanais de May. É um bom exemplo do “baixo principal” de Deacon, que pode ser ouvido com destaque durante os dois primeiros minutos da música, quando há apenas o baixo e o piano de Mercury.

Após os dois primeiros minutos, a música deixa de ser uma valsa 3/4 e se torna um hard rock 4/4 por meio minuto, e volta de novo ao compasso 3/4 e há um solo de guitarra.

“You and I”

“You and I” é a única contribuição de John Deacon para o álbum. A música tem o tom Ré maior e é basicamente levada no piano. Deacon toca o violão acústico nela. A faixa nunca foi tocada ao vivo. Foi utilizada como lado B de “Tie Your Mother Down”.

“Somebody to Love”

“Somebody to Love” é o maior hit do álbum. Escrita por Mercury, foi inspirada em músicas gospel, principalmente Aretha Franklin. Mercury, May e Taylor gravaram vários canais de suas vozes para criar um coro gospel de 100 vozes.

Assim como “Bohemian Rhapsody”, a faixa possui complexas camadas de canais vocais, mas agora baseada num arranjo de coro gospel. A letra, especialmente combinada com a influência gospel, cria uma canção sobre fé, desespero e busca profunda. O vocalista se questiona tanto sobre a falta de experiências amorosas em sua vida quanto sobre a importância e existência de Deus.

Fiel ao estilo de guitarras do Queen, ela é composta de complexas harmonias e um solo de guitarra. Mercury gravou um grande alcanço de notas, indo de um G#2 (no último verso do coro) a um falsetto G#5 (no topo de seu melisma e nos “ooh” por cima do coro). A música chegou ao segundo lugar das paradas britânicas (atrás apenas de “Under the Moon of Love”, gravada por Showaddywaddy) e ao 13.° lugar nas paradas estadunidenses.

“White Man”

“White Man” foi escrita por May e fala do sofrimento dos ameríndios sob a mão dos colonizadores europeus, pelo ponto de vista dos nativos. Essa música era o ponto de um solo de vocais de Freddie durante a turnê do álbum. Ela também servia para introduzir um solo de guitarra de May durante a turnê de 1977-78 do álbum News of the World. Essa é uma das faixas mais pesadas do Queen, tanto pela temática quando pela sonoridade. Durante as turnês de 2005 e 2008 com Paul Rodgers, o riff de “White Man” era usado como introdução para “Fat Bottomed Girls”, faixa do álbum Jazz.

“Good Old-Fashioned Lover Boy”

“Good Old-Fashioned Lover Boy” foi escrita por Mercury. Ela começa com um piano e uma introdução vocal de Mercury, e continua, com a entrada do baixo e da bateria no refrão. A segunda estrofe é cantada e seguida por outro verso. Nessa hora, a bateria, o baixo e a guitarra somem, levando a uma ponte, que é cantada por Mercury e Mike Stone. Em seguida há o solo de guitarra de May, outro refrão e a música acaba.

Os vocais em multicanais realçam a música, assim como a guitarra de May. Essa canção foi tocada ao vivo uma vez no Top of the Pops em junho de 1977, com Roger Taylor cantando a parte de Mike Stone. Ela era parte importante das turnês do A Day at the Races e do News of the World.

“Drowse”

“Drowse” é a única faixa de Roger Taylor no álbum. Ela tem compasso 6/8, assim como “I’m in Love with My Car” (música do baterista para o álbum A Night at the Opera) e Taylor toca a guitarra rítmica e os tímpanos, além de ser o vocalista dela. É a única música além de “Tie Your Mother Down” a contar com o slide guitar de May.

Taylor canta oitavas no vocal principal durante os versos, exceto no terceiro verso e no final). O compasso dela é, na verdade, 12/8.

“Teo Torriatte (Let Us Cling Together)”

“Teo Torriatte (Let Us Cling Together)” foi escrita por May em tributo aos fãs japoneses. Ela foi tocada ao vivo em Tóquio nas turnês do Jazz (1979), The Game (1981), Hot Space (1982) e The Works (1984).

A parte mais notável da música são os dois refrões cantados em japonês. É uma das únicas três músicas do Queen (junto com “Las Palabras de Amor”, do Hot Space, e “Mustapha”, do Jazz) a ter uma estrofe ou refrão cantado em uma língua que não seja inglês. O instrumental possui um piano e um harmônio, tocados por May.

A melodia de encerramento da faixa é igual à melodia de abertura do álbum, e portanto ligada ao começo de “Tie Your Mother Down”. May descreveu isso como uma “escadaria sem fim”, ou, como conhecida musicalmente, uma escala Shepard.

 

Fontes: Queenvault.com

https://pt.wikipedia.org/

 

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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