Não há gênero musical em que a “integridade” dos músicos seja algo tão levado a sério pelos fãs quanto no rock — eu diria que nem mesmo no rap. Basta ver que nos anos 90 os fãs de rap não ligaram quando Dr. Dre passou de gangsta para magnata, mas os fãs de rock simplesmente surtaram quando o Metallica cortou o cabelo.
Era muito comum no passado (muito mais do que hoje em dia) que fãs de uma banda passassem a torcer o nariz para ela após se tornar mainstream, dizendo que ela “se vendeu”. De Nirvana a Red Hot Chili Peppers passando por Offspring, até os anos 90 era certo que quem fizesse muito sucesso receberia o rótulo.
Em meados dos anos 80, quando tinha apenas vinte e poucos anos, Axl Rose nesse quesito era apenas um fã. Em entrevista de 1987, ele confessou que quando ouviu pela primeira vez “A Kind of Magic” do Queen, considerou que a banda tinha se vendido.
Quando peguei o disco novo do Queen, ‘It’s A Kind Of Magic’ [sic], do ano passado, ouvi uma música e pensei ‘Ah, eles se venderam!’ Nem prestei atenção, só fechei a mente porque estava muito acostumado com o material antigo, mas agora é um dos meus discos favoritos. Comparo os vocais [de Freddie Mercury] nesse disco a alguns dos antigos, sabe, mas com um alcance muito maior e uma técnica é muito mais complexa. Ficou incrível! Fico feliz em ver isso.”
Axl, fã do Queen das antigas, ficou feliz de ver que em meados da década de 80 a banda ressurgiu maior que nunca após um período em baixa:
“Quando li sobre o Live Aid, algumas resenhas (como a da Kerrang!) diziam que o Queen tinha sido tudo, que o Queen valeu o show inteiro, que ninguém era tão bom, tão badalado, tão sinistro quanto o Queen. [Como um fã da banda] para mim é muito bom ver isso.”
Fonte: https://whiplash.net