Assistente Pessoal de Freddie Mercury conta histórias

Continuando a entrevista com Peter Freestone feita por Mercury Roadrunner do Fã Clube não oficial Russo Queenrocks e divulgado no Queenchat, Peter conta histórias das turnês da banda.

PS: Tudo bem. Então, o segundo tópico é sobre você, Peter. E você é creditado como um membro da “turma da banda” na turnê The Works. Você pode esclarecer o que significa uma turma da banda? Porque estou pensando que é como uma comitiva, mas será bom ouvir a definição expandida de você.

PF: Sim, a turma da banda, eu acho, eram cerca de dez ou doze pessoas. Eram os membros da banda, seus assistentes – eu, Chris Taylor esteve lá, e Paul Prenter esteve lá. Se Jim Beach estivesse em turnê na época, ele teria feito parte da turma da banda também. E algumas vezes Gerry Stickells esteve lá. Mas muitas vezes ele estaria na frente, certificando-se de que tudo estava pronto para quando a banda chegasse. Mas foi só isso. Havia cerca de dez pessoas. E havia etiquetas de bagagem para cada membro da turma da banda. Eu sei disso porque tive o número 9, eu acho. E havia cerca de doze, eu acho, no total, porque no início eu costumava pegar a bagagem da turma da banda, então é por isso que eu sempre sabia quais eram, mesmo que eu não soubesse de quem era o quê. Ela teria uma dessas etiquetas de tripulação nela, então eu apenas pegava e sabia que haveria vinte malas, então apenas peguei as vinte malas. Mas elas eram fáceis de identificar por causa dessas marcas.

PS: Entendo. E qual é a sua memória favorita sobre a turnê The Works e sobre essa época, como, 1984, 1985? Talvez os shows do Rio?

PF: Sim, quero dizer, o Rio foi … incrível. O sentimento daquela multidão … você sabe, algo em torno de 350.000 pessoas. Oh, você não pode superar isso. E quando você está voando em um helicóptero sobre aquela multidão, é impressionante. Mas a questão é, eu sei que isso parece muito, muito estúpido, mas [risos] … uma coisa que sempre, sempre lembrarei daquela turnê foi, lembre-se, no fundo do palco você tinha essas engrenagens que giravam de vez em quando, não constantemente, mas apenas de vez em quando. Isso foi porque houve … o cara que cuidava da bateria de Roger e eu que realmente girávamos aquelas rodas. E não houve nenhuma deixa definida ou qualquer coisa que, “Oh, tem que começar neste compasso, nesta música.” Não, era quando ele não estava fazendo nada e eu não estava fazendo nada, dizíamos “Ok, vamos fazer isso.” E girávamos as rodas por alguns minutos e depois deixávamos. Ele tinha então que fazer algo por Roger e eu apenas esperar sentado lá como sempre fiz. E então você voltava e girava as engrenagens, como um hamster. Éramos como hamsters …

Então, essa é a minha lembrança da turnê The Works.

PS: E como tecnicamente você operou essas engrenagens? Como isso foi possível?

PF: Com as mãos. Você apenas agarrava, sabe, porque era como engrenagens de uma roda, e você simplesmente as agarrava. Porque estaríamos para trás, quer dizer, eu sempre estive do lado de John Deacon, então estava escondido atrás do seu equipamento de baixo. E você apenas puxava as engrenagens porque a roda inteira estava em um eixo de metal e você apenas segurava lá e puxava para baixo.

PS: E as engrenagens realmente eram as engrenagens reais, as grandes, certo?

PF: Aquelas muito grandes na parte de trás que se mexiam, sim. E elas eram feitas, eu acho, de poliestireno e compensado. Então, elas não eram muito pesadas.

PS: Então foi, tipo, na verdade você participando do show, tipo, dirigindo isso?

PF: Sim, quero dizer, você sabe, é assim que as coisas funcionavam nos velhos tempos, antes de metade de vocês nascerem. [risos].  Você tinha que usar as mãos. Eu não acho que uma turnê do Queen, como agora é, seja mais manual. Tudo tem “botões” agora.

PS: Sim, então foi mesmo como “as obras” [The Works], você teve que trabalhar para fazer funcionar, certo?

PF: Sim, mas ninguém sabia que é assim que funcionava. Eles apenas viam essas engrenagens girando de vez em quando.

PS: É como uma espécie de mágica …

PF: Sim, era assim em tudo com o show do Queen – que as pessoas viam as coisas acontecendo, mas não tentavam pensar “Oh, como eles fazem isso?”. Se eu estiver vendo um grandshow agora, só penso “Como eles fazem isso?”. Você não está mais ouvindo a música, está pensando “Como eles fazem isso funcionar? Como eles conseguem isso?”. Mas nos velhos tempos, você nunca fazia isso, apenas via o movimento e fazia parte do show.

PS: Você estava apenas gostando, não tinha tempo de analisar.

PF: Sim.

Continua…..

Se você não leu a primeira parte, acesse aqui:

Live Aid: Assistente de Freddie Mercury conta histórias dos bastidores – Queen Net

 

Fontes:

Fontes: www.vk.com/queenrocks

queenchat.boards.net

www.peterfreestone.com

www.queenonline.com

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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