A prova de que Eddie Van Halen e Dave Lee Roth eram grandes fãs do Queen antes de qualquer uma das bandas se tornarem megaestrelas
No início de 1975, a carreira do Queen estava decolando. Eles alcançaram um trio de sucessos no Reino Unido com “Seven Seas Of Rhye”, “Killer Queen” e “Now I’m Here”, enquanto o álbum Sheer Heart Attack do ano anterior alcançou a quarta posição nas paradas britânicas.
A América também estava no caminho, pois Killer Queen e Sheer Heart Attack chegaram ao Top 20 nos Estados Unidos, enquanto a banda chegou na América no início de 1975 para sua primeira turnê como atração principal.
Entre seu crescente exército de fãs norte americanos estava uma jovem banda de Pasadena, Califórnia, que havia mudado seu nome, alguns anos antes, de Mammoth para Van Halen, em homenagem ao pródigo guitarrista Eddie Van Halen e seu irmão baterista Alex.
Nessa mesma época, o Van Halen estava fazendo seu nome no circuito de shows de Los Angeles. Seus primeiros sets se apoiavam fortemente em covers amplificados de tudo, desde “Waitin’ For The Bus” do ZZ Top até o clássico boogie-rock do Foghat, “Slow Ride”.
E então havia o Queen. Em um show na Pasadena High School em 25 de abril de 1975, o Van Halen tocou um cover do single mais recente da banda, “Now I’m Here”, e felizmente, alguém estava lá para gravá-lo em fita.
O áudio da apresentação foi lançado no YouTube e mostra o Van Halen tocando perfeitamente. Dave Lee Roth pode não ter o alcance de Freddie Mercury, mas ele é um dos poucos cantores que se iguala ao vocalista do Queen em termos de carisma. E o baixista Michael Anthony e Eddie Van Halen acertam em cheio nos vocais de apoio. Mas é Eddie quem rouba o show, intensificando o riff central da música e lançando alguns solos ardentes que apontam para o que surgiria alguns anos depois. “Obrigado”, diz Roth no final. “Um pouco de heavy rock.”
O Van Halen certamente foi um dos primeiros a adotar a música do Queen. Sheer Heart Attack havia sido lançado há menos de seis meses, enquanto “Now I’m Here” ainda não havia sido lançada como single nos Estados Unidos. Coincidentemente, a banda britânica tocou duas noites no Santa Monica Civic Auditorium de Los Angeles, menos de um mês antes – não é inconcebível que algum membro do Van Halen tenha assistido aos shows.
Eddie Van Halen e Brian May do Queen se conheceram pela primeira vez em outubro de 1978, quando o Van Halen abria para o Black Sabbath na turnê Never Say Die. Em uma entrevista, Brian May se lembra de ter sido convidado para um show em Munique pelo guitarrista Tony Iommi, e decidiu conferir a banda de abertura.
“Cheguei lá cedo, pensando: Eu me pergunto quem são esses caras do Van Halen? Eu penso: como eles são? E sentei lá ouvindo-os e meu queixo caiu. Observar Ed foi como assistir Jimi Hendrix pela primeira vez. Fiquei impressionado.”
Após o show, os dois começaram a conversar e Ed revelou a influência do guitarrista da banda inglesa em sua forma de tocar.
“Ele apontou pequenas partes em seus arranjos que foram inspirados por coisas que fizemos”, diz May. Uma dessas coisas era a técnica de ‘tapping’ que se tornou a assinatura de Eddie. “Ele disse: ‘Bem, você fez isso em “It’s Late”.’ E eu respondi: ‘Sim, só brinquei com a ideia porque vi um cara no Texas fazendo isso’. Eu fiz isso da forma mais rudimentar, e depois mudei para outra coisa. Considerando que Ed basicamente fez da guitarra um novo instrumento.”
Os dois gênios trabalhariam juntos no mini-álbum lançado em maio de 1983, Star Fleet Project, onde tocaram uma adaptação do tema de encerramento de um programa de TV de ficção científica infantil japonês.
“Foi um passo ao desconhecido para mim”, diz May sobre Star Fleet Project, lançado sob o nome de Brian May + Friends. “Mas foi uma chance de me divertir um pouco, tocar com caras que eu conhecia e gostava e, finalmente, ter a oportunidade de tocar com Ed.”
Na mesma entrevista, May também presta homenagem ao guitarrista que morreu em 2020. “Ele era incrivelmente animado, nada trazia problema para ele: ‘Sim, eu posso fazer isso’, ‘Ei, eu posso fazer isso.’ Posso ficar triste ao lembrar, mas tenho que pensar nisso por um ângulo diferente. Em todas as vezes que estive com ele, nunca vi Ed ser derrotado por nada, nunca vi aquele espírito vacilar.”
Fonte: www.maquiavelli.com