Você conhece a história do Filme Metrópolis, de 1927, que serviu de fundo de pano para Radio Ga Ga ( The Works Tour)?
Metrópolis trata da urbanização acelerada e da mecanização do trabalho com acirramento das desigualdades sociais dentro de uma cidade opressora. Hoje, visto à distância, é considerado clássico precursor do cinema mundial, mas causou polêmicas na agora longínqua década de 1920.
Sinopse –
Em um futuro distante na época (2026), a industrialização e a tecnologia se desenvolveram tanto que os seres humanos passaram a ser vítimas deste processo, sendo a sociedade dividida entre trabalhadores explorados e tecnocratas que vivem no ” Paraíso “.
▪️Metrópolis – ano 2026.
A cidade se divide rigidamente entre os poderosos no plano superior e os operários, em regime de escravidão, vivendo num local subterrâneo com suas famílias. Tudo é governado por Joh Fredersen, um insensível capitalista, cujo único filho, Freder, leva uma vida idílica, desfrutando de suas riquezas. Mas tudo muda quando o jovem conhece Maria, a líder espiritual dos operários, e se apaixona perdidamente.
Versões –
Uma curiosidade que deve ser compartilhada com cinéfilos sobre este filme é que ele possui algumas versões:
▪️A primeira versão de Metrópolis tinha mais de três horas de duração, mas se perdeu.
▪️Existem ainda as versões com 119 minutos (DVD) e 87 minutos (1984), que foram colorizadas e musicadas por Giorgio Moroder.
Custo na época –
Fritz Lang, o cineasta e diretor austríaco conta que foi um dos filmes mais caros da história do cinema, tendo custado na época cinco milhões de Marcos Alemães ( moeda oficial na República Federal da Alemanha de 1949 à 2002 ), e quase levou a Universum Film S.A. à falência. Teve pelo menos 37 mil extras.
Entendimentos –
Este filme é cercado de teorias e interpretações de todas as formas, isso sem falar em simbolismos, mensagens subliminares e no antissemitismo que rondava a época, refletido aqui claramente.
Pela fé, temos Maria que prega a vinda do Salvador. Tem aspectos do gnosticismo, hermetismo, passando ao aforismo, a revolta dos trabalhadores em péssimas condições de sobrevivência, causas e consequências que são lideradas por uma falsa Maria.
Curiosidades –
O longa caiu no gosto de Hitler, chegando a chamar o diretor austríaco para ser o chefe do Cinema Nazista. Fritz Lang rejeitou e foi embora para os Estados Unidos. Lang vem de família judia e foi casado com uma famosa escritora/roteirista, a autora do livro que deu origem ao filme – Thea von Harbou – porém quando ela decidiu apoiar o Nazismo ele se separou dela.
Assistindo à este filme e pensando que ele foi criado em 1927, percebemos o quanto ele é grandioso e profundo. A direção nos leva à uma viagem sem precedentes, visionário, com elementos como os cenários futurísticos da cidade que serviram de inspiração décadas depois para Blade Runner, e Gotham em Batman Begins.
A ginoide (robô que se parece uma mulher) que serviu de inspiração também para George Lucas ao criar o querido C3PO, a falsa mulher que possui uma alegoria na cabeça muito próxima à que a Rainha Amidala usa em Star Wars – Episódio I. Essas são só algumas das referências fantásticas que podemos pontuar, certamente, você também encontrará semelhanças com diferentes gêneros e influencias para filmes sci-fi, cinema noir, assim como moda, música (Queen, Madonna), livros e diversas formas de artes, enquanto assiste Metrópolis.
▪️O Filme Metrópolis já foi exibido ao ar livre, durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 24 de Outubro de 2010.
▪️Na recente turnê do Queen – Bohemian Rhapsody – a canção Machines (or ‘Back to Humans’ ), junto com Radio Ga Ga, iniciava o show, como uma referência à Metrópolis –
Quando as máquinas assumirem, não haverá lugar para o Rock And Roll …!
A mensagem –
▪️Uma análise de Thea von Harbou, a ex esposa de Fritz Lang, e autora do livro que deu origem ao filme –
➡️ ” Este filme não é de hoje, e nem do futuro. Ele fala de lugar nenhum. Ele não serve à nenhuma tendência, partido ou classe. Ele tem uma moral que cresce quando há compreensão.
O mediador entre o cérebro e as mãos deve ser o coração … ”
– Thea Von Harbou, 1925.
Metrópolis (Metropolis) – Alemanha, 1927 Direção: Fritz Lang
Roteiro: Thea von Harbou, Fritz Lang
Elenco: Alfred Abel, Gustav Fröhlich, Rudolf Klein-Rogge, Fritz Rasp, Theodor Loos, Erwin Biswanger, Heinrich George, Brigitte Helm Duração: 153 min.
Sem dúvida, é um filme de ficção científica à frente do seu tempo.
Via
danycostacine.blogspot.com