Mais uma vez o Prof. Renato Gurgel – membro do grupo de WhatsApp Queen Net – analisa um álbum do Queen. O álbum agora é Sheer Heart Attack, o terceiro álbum da banda.
Sheer Heart Attack
Terceiro álbum de estúdio do Queen. Lançado no mesmo ano que Queen II, porém um estilo diferente do anterior.
O grupo estava em um momento difícil financeiramente. Estavam produzindo muito, porém sem retornos financeiros. Precisavam urgentemente de um hit para emplacar com a banda. E o hit veio com Killer Queen. Uma música potente que começa com o suave estalar de dedos (antagônico, não?) com um solo de guitarra magnífico e uma letra, que podemos considerar, desconcertante. Freddie explicou que no High Society também havia prostituição.
Vale ressaltar que Brian estava hospitalizado à época da gravação da faixa e que por alguns momentos achava que a banda seguiria sem ele. Mas os outros integrantes da banda iam visitá-lo no hospital e levavam demos da música e ele ia contribuindo com ideias. Inclusive o solo de Killer Queen é um dos melhores de Brian.
O álbum porém não se resume à Killer Queen. Now I’m Here, Stone Cold Crazy e In The Laps Of The Gods (Revisited) figuraram por anos nos shows da banda. Assim como o solo de Brighton Rock que Brian tocava incansavelmente durante os shows. Cheio de delays, criando a sensação de uma orquestra de guitarras.
John Deacon contribuiu pela primeira vez com uma música. A faixa intitulava-se Misfire. Nada que pudesse prever os futuros hits dele na banda.
Roger continuou contribuindo, dessa vez com Tenement Funster. Vale escutar Modern Times Rock’n’Roll e The Loser In The End e ver o quanto ele evoluiu para essa faixa. Para mim é uma das melhores músicas dele. Uma letra que expõe o melhor do rock. Garotas, carros, guitarra e rebeldia. (I got a way with the girls on my block / try my best be a real individual / and when we go down to Smokies and rock / they line up like it’s some kinda ritual)
Lilly Of The Valley e Flick Of The Wrist são músicas de Freddie que continuam a expor muito da cultura de sua infância nesses primeiros álbuns.
Mais uma vez o Queen mostra sua essência e sua capacidade de ser eclético nesse álbum. Apesar de ser um álbum de Rock, podemos ouvir pop (Misfire), uma tentativa de se trazer a ópera (???) com In The Lap Of The Gods, temas folclóricos como Lilly Of The Valley, Rock com referência a Johnny Be Goode de Chuck Berry (Now I’m Here – Go, go, go, little queenie).
Para finalizar gostaria de gostaria de chamar a atenção para She Makes Me (Stormtrooper In Stilettoes) de Brian. Sempre tive um olhar diferente para essa música. Não está no mesmo nível das outras canções do álbum, mas traz uma sensação de entorpecimento, quase que um sonho arrastado ou um pesadelo.
Sheer Heart Attack já é melhor que Queen I, porém não faz frente a Queen II. Ainda assim é um bom terceiro álbum de uma banda que lutava para estabelecer-se no cenário do Rock.
E novamente, ninguém tocou sintetizadores.
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