O Queen e a ficção científica – Por Sheila Pauka

. O Queen e a Ficção Científica.
Como esses dois mundos se encontram !

▪️Freddie, Brian, Roger e John já se arriscaram em diversos estilos musicais, além do clássico Hard Rock e Heavy Metal, casando com elementos de ópera e balé.

Foram ao máximo da experimentação, com assinaturas de tempo incomuns para as rádios.

▪️A Banda também já brincou com o Punk em Sheer Heart Attack, trocou os seus instrumentos padrões por guitarras espanholas, maracas e campanas em Who Needs You.

Faz parte da Banda explorar novas loucuras para inserir em seus Álbuns.

®️ Mas a primeira coisa que devemos notar é que os próprios integrantes da Banda sempre tiveram um pé na ciência.

Roger Taylor tem um diploma em biologia, Brian May possui um PhD em Astrofísica.

Inclusive, Brian chegou à colaborar com a NASA no projeto New Horizons, que tinha como um de seus objetivos fotografar e estudar Plutão.

▪️E a carreira solo dos dois é ainda mais ligada à ficção científica. Os dois primeiros Álbuns de Roger foram intitulados Fun In Space (Diversão no Espaço) e Strange Frontier (Estranha Fronteira), enquanto Brian se envolveu em projetos musicais com nomes como Star Fleet (Frota Estelar) e 1984 (referência direta ao livro de George Orwell), sua primeira Banda.

®️ Seguindo uma linha cronológica, vemos abaixo –

01 – ’39 –

A primeira ligação da Banda com o gênero está no Álbum A Night At The Opera (1975)

Escrita e cantada por Brian May, a canção ’39 traz a Banda inteira cantando em harmonia a história de um grupo de astronautas que embarca em uma viagem de um ano. Mas ao retornar, percebem que por conta da dilatação temporal, centenas de anos já se passaram. A música segue o ponto de vista desses astronautas, que agora percebem como todos que deixaram para trás estão velhos ou mortos.

Para contrastar a narrativa melancólica, Brian decide seguir com um arranjo folk, que mescla jazz, blues e country.

 

02 – O próximo exemplo não está em uma música, mas sim em uma ilustração.

No Álbum News Of The World (1977), a primeira coisa à chamar a atenção é a sua arte de capa.

A arte revela um robô gigante segurando a Banda em suas mãos mecânicas e ensanguentadas, com uma expressão aparentemente triste. Para quem acha essa capa aleatória, ela tem a ver com a paixão de Roger pelas clássicas revistas de ficção científica que você podia encontrar em qualquer banca na década de 50 e 60.

A ilustração do robô gigante apareceu pela primeira vez na capa da revista Astounding Science Fiction, e a arte original foi feita por Frank Kelly Freas.

O artista chegou a explicar a imagem, dizendo que ela representa um robô acidentalmente destruindo um ser orgânico, mas triste por não poder consertar.

A edição da revista trazia a história The Gulf Between, do escritor Tom Godwin, sobre uma civilização futurista onde os robôs podem trabalhar como qualquer ser humano, mas devem seguir as regras sem questioná-las.

24 anos depois do lançamento da revista, a Banda contratou Freas para recriar a imagem, dessa vez trocando o humano da capa original
pelos integrantes da Banda.

 

     

 

 

03 – O Álbum Flash Gordon (1980) tem uma arte de capa incrível e Brian May queria criar a música mais explosiva e heróica que imaginou.

Além da faixa-tema – Flash’s Theme – o Álbum trazia ótimas canções como The Hero e a melhor versão da Marcha Nupcial que você já ouviu.

Foi durante a turnê desse Álbum que Freddie Mercury inventou de se apresentar montado em cima dos ombros de Dart Vader. Quer mais Sci-fi do que isso ?

       

 

04 – O próximo Álbum seria Hot Space (1982), um dos mais arriscados, com a ideia de John Deacon em criar uma mistura de Funk com Disco.

Não há referências sci-fi nas letras das canções, mas o clipe da música Calling All Girls, de Roger Taylor, é uma paródia do filme THX 1138 (1971), uma distopia escrita e dirigida por George Lucas antes de ficar conhecido com Star Wars.

O videoclipe é considerado um dos mais raros da Banda.

             

 

 

05 – Álbum The Works (1984).

Além de ter músicas como Machines (Back To Humans), uma das primeiras vezes que a Banda decidiu usar sintetizadores, com o propósito de dar o ar futurista que o Álbum pedia, a maior referência ao gênero está no videoclipe de Radio Gaga, música escrita por Roger Taylor.

Com visuais inspirados no clássico filme do expressionismo alemão, Metropolis (1927), dirigido por Fritz Lang, Queen estava de volta ao topo e decidiu gastar um pouco mais com esse vídeo, recriando cenários e a fotografia do filme.

Com o lançamento de uma versão restaurada do filme Metropolis, a música Love Kills, de Freddie Mercury, foi usada. Em troca, ele recebeu a permissão para usar imagens do filme no clipe da Banda, mas eles ainda tiveram que comprar os direitos de exibição do governo alemão.

         

 

07 – Álbum A Kind Of Magic (1986).

Esse também foi um lançamento inovador, porque além de ser o primeiro gravado digitalmente pela Banda, traz faixas comuns ao lado de músicas originais criadas para o filme Highlander .

A música Who Wants to Live Forever é uma das mais belas do catálogo, mas seu clipe não foi tão impactante quanto o de Princes Of The Universe, este aproveitando imagens e cenários de Highlander, tendo até a presença do ator principal, Christopher Lambert, recriando a batalha final do filme, com Freddie Mercury.

              

Fonte –
Primeirocontatoscifi

▪️Nota –

A ficção científica se baseia, em grande parte, em escrever sobre mundos, futuros e cenários alternativos possíveis e de maneira racional, diferentemente da fantasia.

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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