Recentemente o site Music Radar pediu aos seus leitores que escolhessem de uma lista restrita – também selecionada pelos mesmos – os 15 melhores bateristas de rock de todos os tempos. Os resultados já são conhecidos. Veja…
1. NEIL PEART | 2020 começou tragicamente para os fãs de bateria e de bateristas, já que perdemos um daqueles heróis que inspiram gerações inteiras. Neil Peart foi um inovador em todas as áreas da abordagem ao instrumento. Tinha a destreza técnica para dar vida às ideias com precisão, a imaginação para fazer avançar as coisas – sendo ele próprio a própria definição de progressivo, e tinha aquele groove. Depois havia os kits em toda a sua glória: Neil Peart era sinónimo de uma configuração de 360 graus incorporando peças suficientes para construir múltiplos kits tradicionais. Inovador, afinado, musical, tecnicamente irrepreensível, assim era (é) Neil Peart.
2. JOHN BONHAM | Sim, é verdade, esta é uma das poucas listas dos melhores bateristas rock de todos os tempos que não é liderada por John Bonham, ao qual a AS dedicou inúmeras paginas na mais recente edição em papel! Como tantos bateristas da era dourada e florescente da música rock, Bonzo foi criado alimentando-se à base de uma dieta de jazz e funk. Mas quando a potência autodidata misturou estes estilos estava criada a tela perfeita para o projeto de rock do Led Zeppelin. Bonham tinha uma “voz” própria, desde o pé direito que saltava como um trovão aos implacáveis breaks, passando pela combinação perfeita entre o kit Ludwig e os pratos Paiste que utilizava. Com ou sem rock, Bonham continuará para sempre a ser um dos bateristas mais influentes da história deste instrumento.
3. ROGER TAYLOR | Dê um par de baquetas a um novato e é muito provável que irás ouvir ‘boom-boom-shack, boom-boom-shack’ de “We Will Rock You”, do Queen. Roger Taylor nem sempre foi o mais brilhante dos bateristas, mas quando se é um quarto de uma formação que tem Freddie Mercury, Brian May e John Deacon é importante estar atento ao espaço e à escrita de canções. Dito isto, Roger não é descuidado, indo da simples fórmula pop até um nível orquestral intrincado e interessante. Musical, potente, faz sempre o que era necessário numa banda cuja produção apresentava muitos temperos harmónicos.
4. DANNY CAREY | Se existirem outras formas de vida fora do nosso planeta, pensamos que um dia encontraremos uma afinidade com a bateria de Danny Carey. Misturando influências prog com a ferocidade de qualquer baterista de metal, juntamente com os floreados mais subtis de Stewart Copeland, colocar Carey numa gaveta rock é, no mínimo, redutor. Mas o rock que ele faz, e muito como a música dos Tool, ele o faz de uma forma incomparável.
5. KEITH MOON | Vamos esquecer a bebida, os quartos de hotel destruídos e o Lincoln Continental estacionado na piscina. Keith Moon mudou a forma como nos aproximamos da bateria. Outro dos “primeiros” bateristas de rock, Keith era energia, casando o showmanship dos grandes do jazz com o 4/4 do rock, num estilo bombástico, colorido, excitante mas ainda assim acessível. A atarefada bateria de Keith Moon era exatamente o que a banda sonora para a chegada da ‘primeira’ geração de adolescentes do rock precisava.
6. IAN PAICE | Ian Paice e o Deep Purple lançaram o seu 21º álbum de estúdio em 2020, mas o baterista ainda não mostra sinais de abrandamento. Com um balanço exímio para praticamente tudo o que tocava, Paice tem desempenhado um papel determinante no desenvolvimento do rock heavy blues (que foi declarado pela primeira vez heavy metal a partir da sua chegada). Brilhante.
7. DAVE GROHL | Com a sua introdução icónica de “Smells Like Teen Spirit” arrebenta nossas colunas. Dave Grohl apresentou-se ao mundo como um dos mais poderosos bateristas de rock do planeta, e assim tem permanecido, apesar de nos últimos anos o vermos mais de guitarra e cantando no Foo Fighters. Ainda assim, vamos podendo ver, Grohl massacrar seja em Queens Of The Stone Age, Nine Inch Nails, The Prodigy e, claro, o supergrupo Them Crooked Vultures.
8. GINGER BAKER | Pouco mais de dois anos foi o tempo que Ginger Baker precisou para se consolidar como um dos bateristas de rock mais amados de todos os tempos, através do seu trabalho com Eric Clapton e Jack Bruce no Cream. Mais um pioneiro inspirado no jazz (Ginger detestava ser referido como “baterista de rock”), a sua forma de tocar foi inovadora e inspiradora, balançando o seu caminho através do blues e do rock-psicodélico com dinâmica e requinte. Ginger Baker foi ousado, franco e um verdadeiro pioneiro na redefinição do que poderia ser o lugar do kit de bateria na música.
9. RINGO STARR | A mera menção do nome de Ringo Starr numa sondagem desta certamente que fará levantar sobrancelhas. Mas não estamos muito interessados nesse debate. Ringo substituiu Pete Best e completou o puzzle do The Fab Four. Os seus padrões rítmicos e técnica eram pouco ortodoxas, mas perfeitamente colocadas para acrescentar algo aos génios evidentes que eram Lennon, McCartney e Harrison. Esculpiu uma direção completamente nova para a bateria na música pop. Musical, experimental, tempo incrível, balanço único. Uma inspiração. Foi um génio deste instrumento. Ponto final, parágrafo.
10. MIKE PORTNOY | Poucos bateristas podem reivindicar tanta influência sobre o rock/prog/metal pesado nas últimas três décadas como Mike Portnoy, e se puderem, há uma boa hipótese de se terem inspirado no próprio Portnoy. Como ex-aluno da Berklee, Mike Portnoy tem a combinação letal de não só ser um monstro técnico, mas, como qualquer pessoa que tenha visto os seus DVDs de iniciação saberá, pode explicar o que está fazendo de uma forma que nos leva a crer que os meros mortais acreditam que a aprendizagem poderia ser possível. O seu impacto é ‘absurdo’ como parte do Dream Theater.
11. BILL BRUFORD | Tomou como seu o livro de regras para baterias de rock e não só o reescreveu, como o digitalizou e o transformou na sua própria canção. Além de ser um músico técnico da mais alta categoria, Bill foi um visionário ao incorporar na bateria a utilização da electrónica desde o início. Nunca antes as baterias tinham sido dotadas de tal voz com tal liberdade. Depois do seu tempo no Yes e no King Krimson, Bill prosseguiu as suas próprias composições, misturando jazz com electrónica. Hoje em dia, pode ter trocado as baquetas por livros. Mas Bill Bruford foi, e continuará a sendo, o baterista pensante.
12. GAVIN HARRISON | Gavin Harrison é um dos três bateristas desta lista que batem as fronteiras entre o rock, o prog e o metal. Em resumo, é um animal absoluto. Exaltou o seu trabalho em Porcupine Tree e continua a fazer como parte do King Crimson e do The Pineapple Thief. Gavin é um dos bateristas mais ocupados do mundo, tendo até agora lançado quatro álbuns este ano. Se gosta de uma bateria de rock executada com precisão e uma sensação de detalhe acompanhada de um som extremamente articulado, deve ouvir Gavin Harrison com muita atenção.
13. STEWART COPELAND | O The Police nos deram muitas razões para os amarmos. O poder pop adocicado veio com a energia do punk mas acoplado às capacidades musicais de alguns dos melhores compositores que a história do rock e pop já viu. Mas, para os bateristas de rock, Copeland definiu uma paisagem totalmente nova. A mistura de reggae e rock de Copeland mudou a forma como os bateristas pensam. Baquetas que pegam fogo. Copeland até ajudou a mudar a forma como afinamos as tarolas. Não acreditas? Confirma.
14. COZY POWELL | Como um dos mais prolíficos bateristas desta lista, é difícil não imaginar o que mais teria feito Colin Flooks na sua carreira, que foi interrompida depois de ter perdido tragicamente o controlo do seu carro em 1998. Depois de conseguir a sua primeira grande oportunidade com Jeff Beck, trouxe o seu solo de bateria em “Dance With The Devil” para as tabelas de vendas, atingindo o nº 3 no Reino Unido, antes de formar o Cozy Powell’s Hammer. Juntou-se ao Rainbow, Whitesnake e Black Sabbath, tendo também feito vários concertos com artistas como Michael Schenker, Brian May, Yngwie Malmsteen e Peter Green. O estilo poderoso e enérgico de Cozy fez dele ganhar fãs em todo o mundo e acumulou mais de 60 créditos em outros tantos álbuns na sua carreira.
15. PHIL COLLINS | Para os menos informados, Phil Collins é um cantor que também tem tocado ‘um pouco’ de bateria ao longo dos anos, principalmente no Genesis. Collins ajudou a inventar o som da bateria dos anos 80, vendeu algumas centenas de milhões de álbuns e demonstrou a sua capacidade de tocar bateria com os melhores inúmeras vezes. Phil pausou as baquetas para sempre em 2019. Quem não se lembra do mítico break da canção que se segue? Para os mais impacientes, magia aos 5:30.
Fonte: https://artesonora.pt