Mustapha – Por Helenita dos Santos Melo

MUSTAPHA

(1ª música do 7º álbum)

 

– É inútil aumentar o volume na primeira vez que se escuta Mustapha, já que um som com o volume baixo proposto no início da música é uma astúcia de Roy Thomas Baker.

– Até a guitarra chegar no minuto 1:19, o produtor mixa a música em mono. Nesse preciso instante, a entrada da guitarra coincide com a transição para a mixagem estéreo, à qual se acrescenta um ligeiro aumento no volume geral. O som então literalmente explode!

– O primeiro tema deste álbum, que começa com uma canção semelhante à dos muezzins que convida à oração, é desconcertante e intrigante.

– Freddie chama com uma voz distante e reverberante:

Ibrahim, Ibrahim, Ibrahim,

Allah, Allah, Allah, Allah will pray for you

(Ibrahim, Ibrahim, Ibrahim, Alá, Alá, Alá, Alá rezará por ti).

 – Sem dúvida alguma o cantor homenageia a sua infância em Zanzibar, na Tanzânia, que abandona para dirigir-se à Índia aos sete anos. O jovem Farrokh Bulsara, então praticante do zoroastrismo, estava rodeado por um grande número de amigos muçulmanos, já que o islã era praticado por mais de 99% da população da ilha.

– A sonoridade e a pronúncia da língua que utiliza Freddie nesta canção são muito próximas ao árabe. Porém o cantor construiu a canção desde cedo, inventando frases e expressões para que as palavras resultem sonoras, excluindo qualquer mensagem com conteúdo religioso. Inclusive, ele confirmaria:

Trata-se de algo sem sentido de A à Z. Não é nenhum idioma em particular, com exceção de algumas passagens.

Na verdade, se encontra uma única frase em inglês no texto:

Allah will pray for you

(Alá rezará por ti).

 – O restante da letra, como a intraduzível Mustapha Ibrahim, al havra kris vanin, não é mais que uma hábil mistura de sonoridades que confundem o ouvinte.

Mustapha é uma curiosa escolha para iniciar o sucessor de News Of The World.

– Embora o álbum anterior tinha como objetivo atingir um público mais amplo, propondo hits universais (We Will Rock You e We Are The Champions), parece que o Queen não tinha medo de desestabilizar os seus fãs com o seu novo trabalho.

– O produtor John Tatlock afirmaria em sua colaboração com a revista on-line The Quietus que provavelmente [se trata] do tema de abertura de álbum mais estranho de toda a história dos álbuns de rock.

– Dave Marsh, grande difamador do Queen na redação da revista Rolling Stone, manifestaria uma opinião mais forte sobre este tema:

Mustapha’ […] tem tanto a ver com a cultura do Oriente Médio como um ‘souvlaki’ [popular prato grego composto por carne e, por vezes, legumes, grelhados no espeto] comprado num restaurante ao virar a esquina.

 

– Por mais que pese para Marsh, a música é lançada como single na República Federal da Alemanha, Yugoslavia, Espanha e Bolívia durante o ano de 1979.

– Nos concertos, Freddie se limita a cantar a introdução do tema a cappella. Porém depois do pedido de muitos fãs, Mustapha seria interpretada integralmente durante o The Game Tour em 1980.

Um Freddie suado sob os holofotes durante o tour Live Killers.

O grupo declararia que as novas luzes exalavam um calor quase insuportável no palco.

 

Vídeo oficial de Mustapha

 

Fonte: Queen – La Historia Detrás de Sus 188 Canciones, de Benoît Clerc)

Tradução: Helenita dos Santos Melo

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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