The Fairy Feller´s Master-Stroke – Por Helenita dos Santos Melo

THE FAIRY FELLER’S MASTER-STROKE

(7ª música do 2º álbum)

 

– Pouco antes do início das sessões de gravação em agosto de 1973, Freddie leva o resto da banda, assim como Roy Thomas Baker, para visitar a Tate Gallery (atualmente Tate Britain). Para o cantor, não se trata de estreitar os laços dos integrantes do Queen por meio de um dia cultural, mas sim de compartilhar uma descoberta durante uma de suas frequentes visitas ao museu.

– Ele queria mostrar a seus colegas uma pintura de Richard Dadd, um pintor inglês do século XIX, feita no Bethlem Royal Hospital em Bromley, quando seu autor foi internado devido à demência. De fato, Dadd, que acreditava que sua mão era guiada pelo deus egípcio Osíris, estava convencido de que seu pai era o diabo disfarçado, razão pela qual o assassinou em 1843, fato que o levou a ser internado nesta instituição psiquiátrica suburbana de Londres, comumente chamada de Bedlam pelos britânicos.

– O pintor trabalhou nela por nove anos e foi sua obra mais famosa. A pintura, que apresenta uma cena povoada por personagens imaginários assombrosos atrás dos arbustos, é chamada de The Fairy Feller’s Master-Stroke (O golpe de mestre do lenhador mágico).

– Freddie se apropriaria desse nome para a segunda música de seu Black Side. Este título refere-se a personagens tão curiosos como os do pintor, e enquadra-se perfeitamente no universo fantasmagórico que Mercury e May quiseram criar no álbum.

– Freddie desenvolve no texto o universo medieval de que tanto gosta, usando um vocabulário de outra época:

Tatterdemalion and the junketer/There’s a thief and a dragonfly trumpeter

(Esfarrapado e participante do banquete/Há um ladrão e uma libélula trompetista).

 

E até mesmo:

Pedagogue squinting wears a frown/And a satyr peers under a lady’s gown

(Pedagogo que estreita os olhos e franze a testa/E um sátiro espreita sob o vestido de uma dama).

 

– O cantor, nesta época mostra seu caráter de dândi britânico e se dirige a seus interlocutores como my dear (querido). Ele abraça seu gosto pela cultura, estuda os escritos de Tolkien em particular e se inspira nas obras de Dalí, Alfons Mucha ou Arthur Rackham.

– Embora o interesse de Freddie pela arte venha enriquecer seus textos ao longo de sua carreira, o ouvinte deve saber que The Fairy Feller’s Master-Stroke possui um número significativo de referências, o que faria de Dee Snider, vocalista do Twisted Sister, grande fã do Queen, reconhecer:

Eu precisei da Enciclopédia Britânica para encontrar essa merd@, porque não eram palavras, mas fraseologia. Descobri que tudo fazia sentido e era poético. Simplesmente brilhante!

 

– Para Freddie Mercury, os pianos elétricos eram horríveis. É ele que toca cravo na introdução da música, usando seu som medieval para dar à sua música um tom de outra época.

 

A loucura do pintor pré-rafael Richard Dadd (1817-1886) está expressa em sua obra-prima,

que influenciaria Freddie em seu “The Fairy Feller’s Master-Stroke”, que leva o nome da pintura.

 

Vídeo oficial de The Fairy Feller’s Master-Stroke

 

Fonte: Queen – La Historia Detrás de Sus 188 Canciones, de Benoît Clerc)

Tradução: Helenita dos Santos Melo

 

 

 

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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