38 anos do Show do Queen no Rock in Rio – Um relato pessoal

Há 38 anos, no dia 11 de janeiro de 1985, ocorreram as duas apresentações do Queen  no Rock in rio, ainda com Freddie Mercury nos vocais.

Segue aqui um breve relato sobre o que eu senti ao assisti-los ao vivo.

Eu me considero uma pessoa privilegiada e agradeço muito à Deus por isso, pois tive a oportunidade de ver por duas vezes ao vivo, o Queen se apresentando com a sua formação original. E na época pensei que esses shows seriam os primeiros de vários shows que veria deles…. Pura ilusão….

 

Como a minha paixão começou….

Minha paixão pelo Queen começou um ano antes com o lançamento do álbum The Works, em 1984.  Na época, a música Radio Gaga era muito tocada nas rádios e rivalizava com Jump do Van Halen, que haviam lançado na mesma época o álbum 1984, ainda com o David Lee Roth como vocalista. Eu já havia escutado anos antes o Greatest Hits 1 e tinha gostado muito.

O começo de tudo…. O LP “The Works”

Um belo dia, foi anunciado que seria realizado em um terreno no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, quase divisa com o bairro vizinho de Jacarepaguá, um festival de música que duraria 10 dias e uma das atrações principais seria o Queen.

Na época, como éramos menores de idade (eu tinha 15 anos), eu e a minha amiga tivemos que  convencer nossos pais a irem conosco.

Não foi difícil para mim porque minha mãe é roqueira e gosta muito dos Beatles. Com esse obstáculo superado, compramos os ingressos para os dois dias do Queen (11/01 e 18/01), mas não esperávamos nem de longe o que nos aguardava…..

Ingresso da época

 

 

Então o grande dia chegou e lá fomos nós! Uma longa viagem de ônibus da Tijuca até a cidade do Rock. Chegando lá nos deparamos com um gramado ENORME e no fim desse gramado havia um palco gigante. Tudo era novo, não só para nós, mas para todos que estavam ali, pois esse era o primeiro show de rock com atrações internacionais. E era também o meu primeiro show de rock.

 

A abertura do Rock in Rio, no dia 11/01, ficou a cargo de Ney Matogrosso, que fez um ótimo show por sinal (sou suspeita para falar…), seguido de Erasmo Carlos (o “tremendão”), Baby Consuelo e Pepeu Gomes – um grande guitarrista nacional na minha opinião – e depois as atrações internacionais: Whitesnake, Iron Maiden (que fizeram ótimos shows, o que me fez tornar fã destas duas bandas) e finalmente Queen. Já era madrugada do dia 12 quando o show começou. O início foi com a introdução da música “Machines”, do recém-lançado álbum “The Works”. O cenário era inspirado no filme “Metrópolis”, com engrenagens enormes girando ao som da música e das luzes. E de repente o grupo entra e começa a tocar Tie Your Mother Down, deixando todos extasiados, não só pela música, mas também pela presença de palco da banda e a qualidade do som e do jogo de luzes. No final dessa música Freddie arrisca umas palavras em português, conquistando definitivamente a plateia. E o show continuou.

E eu estava amando cada minuto do show e chegando à conclusão de que seria fã do Queen para sempre…Não havia mais retorno! Como realmente não houve. E o amor pela banda cresce mais e mais, tanto que estou aqui dando o meu relato sobre esses dois dias mágicos.

Após a quinta música, que foi It´s a Hard Life, Freddie brinca com a plateia falando o seu famoso êeeeeôoooooo. O ponto alto da noite foi Love of My Life, uma das músicas mais conhecidas da banda. A plateia cantou a música toda em uníssono. Confesso que nessa hora fiquei muito emocionada, porque todas as 250 mil pessoas presentes cantaram a música toda, e sem errar a letra (o que é muito importante!). No vídeo do show, dá para se notar que tanto Brian como Freddie ficaram emocionados com a receptividade do público ao cantar a música. Antes de começar essa música, Brian também arriscou umas palavras em português. Na hora do solo de Love of My Life, o nome do Brian é gritado por algumas pessoas e o nosso querido guitarrista se emociona novamente. A música seguinte, Hammer to fall, levantou a plateia de novo. Escutar Bohemian Rhapsody ao vivo, foi uma experiência única, porque até aquele momento eu não imaginava que aquela música enorme pudesse ser cantada ao vivo. E essa, claro, foi outra música que a plateia cantou junto com a banda. Na hora do Galileo, foi impressionante ver o palco todo escuro, só com o jogo de luzes e a música de fundo. Foi algo espetacular. Não tenho como descrever o que senti. Uma mistura de alegria e surpresa.

Radio Gaga foi outra música que a plateia cantou o refrão e fez o movimento com as mãos automaticamente.

Quando começou We Will Rock You, fomos surpreendidos com Freddie entrando em cena com uma bandeira que de um lado era a do Brasil e do outro a do Reino Unido.

Após essa música, foi tocada We Are the Champions e God Save the Queen, que é o hino nacional britânico. Na hora do hino, com a ajuda de Roger, Freddie esticou a bandeira e o que se viu foram as duas bandeiras (Reino Unido e Brasil) unidas, para delírio da plateia.

E assim o show acabou…..

E ainda tínhamos um longo caminho pela frente…. a volta para casa. Estávamos exaustas, mas felizes.

No dia 18/01, os shows começaram com Kid Abelha, seguido de Eduardo Dusek e Lulu Santos na parte nacional e Gogo´s, B´52 e finalmente Queen na parte internacional.

O show não foi muito diferente do primeiro dia, exceto pelo fato de que havia chovido bastante e o que no dia 11 era grama, não passava agora de um lamaçal. Então não houve jeito, tivemos que tirar nossos sapatos e pisar diretamente na lama. Uma coisa que me recordo deste segundo dia, é que havia uma pessoa perto da gente que havia conhecido o Queen no início da carreira deles e estava extasiada também com a grandiosidade do show. O que nos deixou muito felizes.

E assim essa maravilhosa experiência terminou.

Uma experiência que vou levar por toda a minha vida!

Eu pensava na época que – como disse anteriormente – esse seria o primeiro de muitos shows ao vivo que veria deles. Mas infelizmente em 24 de novembro de 1991, aconteceu o que todos já sabem e a banda não é mais a mesma desde então.

Mas o meu amor por eles continua o mesmo. Tanto que em 2015 fui ao rock In Rio novamente somente para rever Brian e Roger ao vivo. Esse show começou no dia do meu aniversário…. Foi um presente e tanto também!

 

Show do Queen no rock In Rio

Queen Forever!

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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