ALL DEAD, ALL DEAD
(4ª música do 6º álbum)
– Às vezes, as canções servem para afugentar as tristezas da infância.
– Então, quando o apresentador Redbeard apresenta Brian May em seu programa In the studio with Redbeard em 2017, ele pergunta como Brian criou a letra de All dead, all dead, uma doce balada cheia de nostalgia e melancolia.
– A pergunta provoca no guitarrista um certo desconforto tingido de emoção:
É hora de confissões […]. Acho que nunca falei dessa música […]. Ninguém nunca me perguntou [sobre ela]. […] É constrangedor falar sobre isso… Bom. Acho que tudo começou com o meu gato, com a perda do meu gato. Ele morreu quando eu era criança e nunca o esqueci.
– O gatinho chamava-se Pixie.
– O texto é implícito e evoca a ausência e a saudade de um ente querido. A partir daí, sabemos a quem essa doce balada é dedicada.
É o próprio Brian May quem toca essa música no piano; também é ele quem a canta, com o apoio dos coros de Freddie Mercury nos refrões.
– Na edição de aniversário do álbum publicado em 2017, uma versão inédita deste tema está incluída: é interpretada por Freddie Mercury, que acrescenta algumas palavras à introdução, como que para sublinhar o tema que o amigo está abordando:
Memories, memories, how long can you stay, to haunt my days?
(Memórias, memórias, quanto tempo você vai ficar atormentando meus dias?)
– Embora esta gravação mostre a colaboração de Freddie na composição do amigo, ela não tem a intensidade emocional da versão original. Mas é impossível repreender o cantor com alguma coisa, pois o assunto das músicas era tabu entre os membros do Queen. Brian May confirmaria:
Naquela época, nunca tínhamos falado sobre isso no grupo. Nós não falávamos sobre o tema das músicas. Nunca.
Ritual antes do concerto: Brian afina pessoalmente sua Red Special,
e pratica na frente de um pequeno amplificador Fender.
Vídeo oficial de All Dead, All Dead
All Dead, All Dead, com Freddie Mercury
Fonte: Queen – La Historia Detrás de Sus 188 Canciones, de Benoît Clerc
Tradução: Helenita dos Santos Melo