Álbuns do Queen – Curiosidades – Parte 3/15 por Helenita dos Santos Melo

3º Álbum “SHEER HEART ATTACK” – (1974)

 

Brighton Rock

Foi a música que chamou a atenção de um menino finlandês de 12 anos, chamado Juha: devido à sua curiosidade em saber sobre o Queen, foi convidado a participar da entrevista coletiva, em Helsinki.

”Brighton Rock” foi escrita por Brian May durante as sessões do “Queen II”, mas não foi gravada na época, pois o grupo achou que não se encaixaria no resto do álbum.

A música conta a história de dois jovens amantes chamados Jenny e Jimmy que se encontravam em Brighton, nos feriados.

É considerado um dos melhores solos de Brian. No “Guitar World”, foi classificado no 41° lugar na lista dos 100 maiores solos de guitarra de todos os tempos.

Essa foi a música preferida de Brian May para desenvolver seus solos, que duravam de 9 a 16 minutos, em apresentações ao vivo!

 

 

Killer Queen

“Killer Queen fala de um ‘anel’ na parte alta da cidade. Tentei explicar que, mesmo entre as classes altas, existem prostitutas. A música fala sobre isso, embora eu prefira que todos interpretem à sua maneira.”

(Freddie Mercury)

Ou seja, o texto fala de uma mulher da alta sociedade, que cansada das aparências e do cotidiano preso à sociedade, abandona tudo para virar uma prostituta de luxo.

Freddie disse que havia escrito o texto antes da música, o que não era usual para ele.

Geisha Minah é um personagem enigmático, nomeado por Freddie Mercury na música.

Ainda hoje, as pessoas estão se perguntando o que significa Geisha Minah (uma espécie de anglicização da Ásia Menor? Uma referência à uma prostituta menor?), quando provavelmente não significa nada.

Teria sido típico de Freddie.

Geisha Minah é um jogo de palavras de Freddie para dar rima a Met a man from China“na música Killer Queen. Gueixa”é um termo japonês para descrever uma pessoa que entretém, e Minah é uma brincadeira com Menor como em Ásia Menor, ​​sendo este último o antigo nome do Oriente Médio, que incluía a Pérsia, agora Iraque, de onde os ancestrais de Freddie vieram.

Existe outra versão sobre a origem da música. Esse jogo de palavras é a referência codificada de Freddie: Geisha foi usada por muitos gays europeus nos anos 70 e 80 como o superlativo de gays (como: gay, gayer, Geisha). A música e suas letras absolutamente fabulosas teriam sido inspiradas em Eric Hall, famoso por sua personalidade pública extravagante e senso de moda estranho. Mais tarde, o próprio Eric admitiu que Freddie escreveu a música para ele. Mas essa hipótese restará um mistério.

 

 

Tenement Funster

Esta música erroneamente teve o título provisório de Tin Dreams. Na verdade, era alternadamente Young And Crazy e Teen Dreams, antes de se tornar Tenement Funster.

A música foi escrita por Roger Taylor, que foi o compositor e vocalista principal. É uma canção típica de Taylor sobre juventude e rebelião.

Ela está ligada à próxima faixa do álbum, Flick of the Wrist, que por sua vez é ligada com Lily of the Valley, formando um medley de três músicas.

James Hetfield, do Metallica, disse em uma entrevista à Rolling Stone que o riff de Nothing Else Matters foi inspirado por essa música, que apresenta uma batida muito semelhante.

A banda Dream Theater regravou essas três faixas no disco bônus do álbum Black Clouds & Silver Linings.

 

 

Flick of the Wrist

Essa foi a primeira música em que Brian May colaborou depois que ele foi curado de hepatite, que o atingiu na primavera de 1974 e foi liberado do hospital.

Quando Brian May retornou da recuperação, não havia escutado a música antes de gravar a linha de guitarra e backing-vocals.

É uma música pesada, com um texto muito sombrio e um tom agressivo, algumas características que estarão presentes em Death On Two Legs.

Freddie sempre afirmou que o personagem da música não é baseado em ninguém em particular.

“Flick of the wrist and you’re dead baby… Don’t look back! It’s a rip off,… All this time honey baby you’ve been had”.

Nesta parte da letra nota-se um tom corrosivo que dá uma dica de como Freddie estava começando a se sentir pelo fato do Queen, com três discos no catálogo, ainda ser um simples funcionário dos irmãos Sheffield, os proprietários do Trident Studio.

 

 

Lily of The Valley

Foi escrita por Freddie Mercury e é uma das favoritas de Brian May.

Acredita-se que a música seja sobre o romance Lily of the Valley, de 1835, de Honoré de Balzac. Freddie adorava romances franceses e o idioma francês.

Le Lys dans la Vallée é um romance de 1835 sobre o amor e a sociedade, do romancista e dramaturgo francês Honoré de Balzac.

É sobre o afeto – emocionalmente vibrante, mas nunca consumado – entre Félix de Vandenesse e Henriette de Mortsauf.

Canções como Killer Queen, Let Me Entertain You e Seaside Rendezvous continham ditados franceses também.

A música também faz referência a Seven Seas of Rhye do álbum Queen II: “Messenger from Seven Seas has flown to tell the King of Rhye he’s lost his throne” (Mensageiro dos sete mares voou para dizer ao rei de Rhye que ele perdeu seu trono).

 

 

Now I’m Here

Brian May começou a compor a letra de Now I’m Here uma noite no hospital, onde estava se recuperando depois de uma cirurgia de emergência para hepatite.

Essa música é sobre os tempos difíceis, rápidos, bons e ruins das extensas turnês, que a banda fez nos primeiros anos.

Como a banda observou, seu sucesso não ocorreu da noite para o dia – o sucesso nos Estados Unidos foi particularmente marcado por muitos anos de turnê por lá, nos anos 70.

Quando foi apresentada pela primeira vez ao vivo, um sósia (provavelmente um roadie) de Freddie Mercury apareceu durante a sequência de abertura de um lado do palco, enquanto o verdadeiro Freddie apareceu do outro. É no início da música, onde Freddie canta Now I’m Here… Now I’m There… (Agora estou aqui… agora estou lá…).

Ela detém o recorde de música do Queen, que durou mais tempo no set ao vivo, desde o lançamento em 1974 até os shows finais de estádio em 1986.

 

 

 

In the Lap of the Gods

“In the Lap of the Gods” foi escrita por Freddie Mercury e apresentava vários overdubs vocais dele e de Roger Taylor.

A música apresenta uma das notas mais altas (notas agudas) do álbum.

Embora a maioria das pessoas acredite que as notas altas de Roger são falsete, elas não são. Elas fazem parte do seu alcance normal.

Roger era um menino de coral quando criança e sempre cantou as partes altas por causa de seu registro excepcionalmente alto.

Além do nome, essa música não tem nenhuma relação com  In the Lap of the Gods… Revisited, desse mesmo álbum.

 

 

Stone Cold Crazy

Composta por Freddie Mercury em 1970 para a banda em que tocou, Wreckage, esta música é considerada por alguns críticos um dos precursores do “speed metal” e do “thrash metal”.

Em 1991, a banda americana “Metallica” fez um cover da música, inicialmente incluída em uma “compilation” publicada por ocasião do 40° aniversário da fundação da gravadora “Elektra Records”.

A música, proposta pela banda em quase todos os shows nos primeiros anos de carreira, foi lançada como single quinze anos após o lançamento, em 1989, como lado B do single The Miracle.

Brian May no DVD “Queen Rock Montreal”, lançado em 2007, diz que “a música foi composta por Freddie com uma guitarra elétrica”.

Nenhum dos membros conseguia se lembrar quem havia escrito a letra quando o álbum foi lançado, então eles dividiram o crédito entre si – a primeira vez que isso aconteceu. A letra fala sobre mafiosos, como Al Capone.

https://youtu.be/T8Rfb1Jtmic

 

 

Dear Friends

É uma balada composta e tocada no piano pelo próprio Brian.

Ela é muito lenta e é interpretada por Freddie Mercury, com sua própria voz desde os primeiros anos da banda, quando sua voz era mais delicada.

É a música mais curta do Queen.

Foi regravada pelo Def Leppard num EP bônus do álbum “Yeah!”, com o baixista Rick Savage nos vocais.

“Foi escrita por Brian. Eu fiz os vocais nela, mas Brian escreveu essa melodia adorável. Ele é muito versátil.”

(Freddie Mercury entrevistado por Kenny Everett, em 1976).

 

 

 

Misfire

Foi a primeira contribuição de John Deacon para a banda e isso deu a ele grande prestígio em 1974.

Ele toca a maioria das guitarras da faixa.

Diz-se que a letra tem um duplo sentido, razão pela qual alguns chegaram a dizer que a canção é sobre uma mulher que está tendo relações com o seu amante. Prova disso são frases como “Don’t you misfire, fill me up” e “Your gun is loaded, pointing on my way, there’s only one bullet, so don’t delay”.

Esta canção toca ritmos caribenhos e reggae, demonstrando o amplo espectro de diversidade musical do quarteto inglês.

É uma melodia acústica com um ótimo conjunto de vozes de Freddie Mercury e um uso engenhoso dos tons agudos de Roger Taylor. A música tem duração muito curta e se funde com a próxima.

 

 

Bring Back That Leroy Brown

Foi escrita por Freddie Mercury e possui muitos overdubs vocais. Brian toca ukulele e John toca contrabaixo. É uma melodia do tipo ragtime.

A “DRUM! Magazine” disse que a bateria de Roger Taylor nessa música é um grande exemplo da sua versatilidade.

O nome da faixa é uma alusão à música “Bad Bad Leroy Brown” de Jim Croce, cantor que havia morrido em um acidente de avião em 1973.

Nos shows, era tocada com um arranjo diferente e menor, e com poucos dos versos cantados, sendo geralmente instrumental apenas.

Na remasterização de 2011 desse álbum, foi lançada uma versão a capella dessa música.

 

She Makes Me (Stormtrooper in Stilettos)

Foi escrita e é cantada por Brian May, com ele e John Deacon tocando guitarras acústicas.

No fim da faixa, há o que Brian chamou de “sons do pesadelo de Nova Iorque”, incluindo sons de sirene de carros de polícia e uma respiração pesada.

A música apresenta uma atmosfera noturna, melodia difusa e acordes de guitarra sempre presentes.

A letra fala de uma história de amor e ódio, cujo fim não é muito conhecido.

É uma das canções mais fracas do álbum, mas os críticos destacam o desempenho vocal de Brian May.

 

 

In the Lap of the Gods… Revisited

Foi escrita inteiramente por Freddie Mercury nos primeiros meses de 1974 e revela o lado mais autêntico e íntimo de seu autor.

Esta música em sua versão original contém a voz de Freddie com um refrão notável e backing vocals de toda a banda no final. Perto do final da música, há uma explosão dando a entender o fim do álbum.

Quando ele canta “I can see what you want me to be, but I’m no fool” (Eu posso ver o que você quer que eu seja, mas não sou bobo), ele parece descrever sua própria condição de artista no início de carreira: percebido pelos críticos como um meio frontman, um fenômeno meio esquisito, ansioso para ser aceito por uma crítica exigente, que não parece gostar das performances ao vivo de uma banda semi-desconhecida que teve o mau gosto de escolher um nome tão sonoro que parecia quase uma afronta.

Durante a performance, Freddie parece isolar-se do resto da banda. Ele aparece como um homem solitário, com o olhar baixo, fechado sobre si mesmo, uma figura esbelta e magra que ouve a música e parece querer se apegar às palavras e ao teclado do piano, para se isolar de tudo o mais… das luzes, dos vapores de palco… de todo o ambiente circundante.

In The Lap Of The Gods… Revisited é uma joia que pertence ao seu autor e permanecerá para sempre em suas cordas vocais, até um novo intérprete capaz de assumir o comando, como Freddie Mercury fez naquela noite de 24/12/1975 no “Hammersmith Odeon”, em Londres, mostrando ao mundo uma maravilha chamada Queen.

Além do nome, essa música não tem nenhuma relação com In the Lap of the Gods, desse mesmo álbum.

https://youtu.be/jhyZYjmEJ24

 

Fontes:

– Comunità Queeniana

– Queen Unread – Le Traduzioni Inedite

– Queenpedia

– Songfacts

– QueenZone

– Queen Archives

– Queen Concerts

– Queenlive.ca

– Queen Vinyls

 

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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