A enigmática história do sucesso “You Don’t Fool Me” por Bruno Cavalcante de Oliveira

› Após a realização do épico Tributo ao Freddie Mercury em abril de 1992, os fãs acabaram se sentindo órfãos de qualquer material novo da banda. Na época, não havia tanto acesso à informação, e a grande maioria não sabia dos prováveis planos dos remanescentes.

› Muitos só souberam da existência do álbum “Made In Heaven” em seu próprio lançamento. E com ele, conseguiram identificar com as faixas um pouco do trabalho desempenhado, e até mesmo a lógica do título e das músicas que estavam presentes nele.

› Não há como negar que é um álbum extremamente emotivo. Mas diante deste contexto, convenhamos que a faixa 9 chamou muito a atenção de todos: You Don’t Fool Me.

› Balada estilo “Eurodance” (estilo de música que estava em alta desde o início da década de 90) que a banda resolveu encarar como um desafio. O início dela é ótimo, mostrando que a banda manteve o alto nível de qualidade e perfeccionismo que tinha. Frisamos: os vocais foram gravados em Montreux, nos derradeiros meses de vida de Freddie Mercury.

› Pelo estilo diferente do que o Queen já havia produzido, muito se especulou sobre ela após o lançamento. E para a nossa sorte, um fã fez a seguinte pergunta ao Brian May em seu site pessoal:

› [In response to “Was ‘You Don’t Fool Me’ written in the late 80’s or during the Hot Space sessions…?”] – “Em resposta a ‘You Don’t Fool Me’ foi escrita no final dos anos 80 ou durante as sessões do Hot Space…?”

›“É estranho, porque “You don´t fool me” não foi um projeto que eu levei facilmente. Entre todos os fragmentos parcialmente trabalhados deixados quando Freddie não estava mais por perto, esse, para mim, era um dos menos promissores. Eu tinha pouco a ver com sua gênese…Acho que era realmente algo que Freddie havia trabalhado em momentos esparsos com John. Havia tão pouco vocal, e existia tão pouca melodia na existência, e o ritmo tipo club na base não me atraiu – e realmente não consegui visualizar uma faixa final. Na verdade, foi Dave Richards quem assumiu o desafio de dar um pontapé inicial de alguma forma, motivado por Roger, eu acho. David (agora infelizmente também recentemente partiu) construiu uma nova faixa rítmica, baseada em um loop “humano” em vez de uma máquina, e reuniu todas as várias tentativas gravadas nela. Eu não acho que havia uma guitarra nisso tudo naquele momento, e eu ainda não conseguia ouvi-la. Então, em um dia em que todos nós começamos a focar nele, desenvolvemos uma estrutura de acordes e, como eu me lembro, todos começamos a gostar realmente. Ou talvez fosse apenas eu! De qualquer forma, quando isso acontece comigo, fico empolgado com um tipo de obsessão… E a música acontece comigo (por exemplo, com o arranjo de Born Free para Kerry). Uma noite, tive ideias suficientes para habitar meu cérebro febril e liguei a guitarra. O que aconteceu é aproximadamente o que você ouve na mix final. Mas havia muito a ver e a fazer. Eu queria criar um tipo de riff hipnótico para complementar a insistência já hipnótica da música. E todos os embelezamentos que fiz estão relacionados a isso. O riff é muito simples – infantil, realmente, mas parecia ser o ingrediente que faltava na faixa. O solo? Bem, obrigado – acho que ninguém destacou isso antes. Eu também gosto… E é um daqueles momentos em que sou agradecido por David ter gravado. Era muito cedo – muito espontâneo e aconteceu porque eu já podia ouvir na minha cabeça, e o momento era certo. De repente, senti realmente uma empatia pela faixa…. Por causa do bom trabalho que havia sido feito nela, agora eu podia sentir a paixão no vocal, e a faixa tinha intensidade para me sentir relaxado e animado. Provavelmente, o ponto principal é que finalmente senti que a faixa era de alguma forma sobre a minha vida. A maneira como todos fazemos as músicas com as quais nos relacionamos…certo? Enfim, está aí, e agradeço por perceber. Havia um monte de mágica por toda a parte em Made In Heaven, e apesar de alguns terem sido dolorosos, eu concordo que é possivelmente, no final, o melhor álbum do Queen. A vida é estranha.”

› E ainda para fechar com chave de ouro, “You Don’t Fool Me” ficou em 1° lugar na Itália, sendo a única música do álbum “Made In Heaven” a conquistar a primeira colocação nas paradas mundiais.

 

Fonte: Brian’s Soapbox.

 

Capas do LP, cd e fita k7.

                 

Vídeo da música

 

Dica do grande amigo Arnaldo Silveira

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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