Breakthru – e a locomotiva “Miracle Express”

Breakthru

Álbum: The Miracle

Data de lançamento: 19 de junho de 1989

Melhor posição nas paradas: 7° lugar na parada britânica; não entrou na parada dos Estados Unidos

Lado A: Breakthru

Lado B: Stealin’

 

– Possui uma semelhança passageira com Whole Lotta Rosie do AC/DC.

– O ritmo da música deu a Roger Taylor a ideia de um trem atravessando uma planície, como visualizado no vídeo dos Torpedo Twins.

– John Deacon explica:

Nós estávamos ouvindo a música, você sabe, pootoo pootoo pootootoo, e ele teve a sugestão de criar como um trem expresso. Então eu acho que Freddie e eu tivemos a ideia de ter um trem e chamando-o de ‘The Miracle Express’, [e] foi a partir daí. Eu olhei para a possibilidade de fazer isso, e era possível, então nós tentamos!


O vídeo

– O vídeo mostra a banda tocando a música em cima de um motor a vapor personalizado chamado The Miracle Express, na ferrovia privada Nene Valley em Cambridgeshire, Inglaterra.  Foi produzido pelo Torpedo Twins.

Sobre a gravação do vídeo, Brian comenta:

Suponho que você imagine que essas coisas são feitas por truques, mas na verdade estávamos no topo deste trem, indo a cerca de 60 a 80 km, então você tem que ter uma confiança incrível – se o motorista tivesse que mudar a velocidade mesmo que um pouquinho, estaríamos fora daquela coisa e mortos!  Então, uma vez que esquecemos que o trem estava em movimento e desenvolvemos uma espécie de confiança no maquinista, nos comportamos normalmente.

 

– Roger concordou, dizendo:

Foi muito divertido, porque era um trem a vapor, mas continuamos ficando sujos em nossos olhos – eu me lembro disso fluindo nos olhos.  Foi um vídeo divertido, meio enigmático de certa forma, mas apenas uma boa ideia: The Miracle Express.  Dia quente e pegajoso, eu me lembro.

– O calor foi o único desconforto real durante a produção do vídeo, que foi uma mudança dos habituais estúdios gelados, mas manteve Freddie acordado a noite toda em seu quarto de hotel após o primeiro dia de filmagem.

– Felizmente, o vagão ao ar livre em que a banda estava se apresentando enquanto o trem viajava ao longo da linha forneceu a todos os envolvidos bastante ar fresco.  Apesar das aparências, por razões de segurança, o trem nunca viajou a velocidades superiores a 40 km por hora.

– No entanto, a filmagem ainda envolvia riscos de segurança, e as flexões não ensaiadas de Freddie na lateral do trem em movimento estavam longe de ser a menor preocupação!

– A banda gostou de fazer este vídeo, Roger em particular, que estava namorando a bela mascarada que abre o vídeo; a atriz Debbie Lang mais tarde se tornou esposa de Roger e mãe de dois de seus filhos, Rufus Tiger e Tiger Lily.

– No entanto, foi ideia de Freddie tê-la nas filmagens, sentindo que ela se encaixava nos requisitos que ele e os Torpedo Twins tinham em mente.

– Sempre os perfeccionistas, apesar de gostarem imensamente da filmagem, ainda havia um aspecto do vídeo com o qual nem os diretores nem Freddie estavam totalmente satisfeitos.

– Após a participação especial de Debbie, o plano era ter um dos arcos de uma ponte que passava sobre a linha férrea preenchido com uma parede de poliestireno que o próximo Miracle Express poderia esmagar enquanto a seção principal da música entrava em marcha após a introdução baseada em piano.

 

– Devido à pressão do ar se acumulando no túnel enquanto o trem se movia em direção à parede, os blocos desmoronaram momentos antes do trem romper, o que Freddie sentiu prejudicado pelo choque da explosão.

 

A música

– Começa enganosamente como uma melancólica balada de piano, originalmente uma música separada escrita por Freddie intitulada A New Life Is Born, antes de explodir em um roqueiro feroz, impulsionado por uma linha de baixo ruidosa e acordes pesados.

– Escrita por Roger, a música recebeu elogios de Brian, que comentou:

Gosto muito dessa faixa – é uma faixa do Roger – cheia de energia. Claro que a faixa é, falando liricamente, sobre romper uma para a próxima parte de sua vida.  E em outro nível, é apenas um pouco de diversão.

– Roger foi um pouco mais crítico, dizendo:

A música acabou sendo mais complicada do que eu queria.  Eu acho que os outros queriam colocar uma mudança de tom – eu realmente odeio mudanças de tom normalmente, e essa não é uma das minhas mudanças de tom favoritas – mas eu acho que essa música deveria ter sido mantida mais simples e foi apenas um pouco exagerada – arranjada no final  , mas manteve todos os outros felizes.

– Um remix estendido da faixa foi criado e é superior à versão padrão, pois inclui vários novos segmentos: a música começa com um eco de Freddie cantando o título.

– Esta versão, com cerca de seis minutos, foi incluída nas versões de 12″ e CD do single, e foi lançada na The 12″ Collection em 1992, mas foi mantida fora da reedição de The Miracle.

 

Stealin’

– Ouvir Stealin’ é como espionar o grupo no meio de uma sessão de trabalho. Através desta música de estilo blues aparentemente inocente podemos perceber o método cooperativo de trabalho utilizado pelo Queen neste período de sua carreira.

– A gravação original durou 12 minutos, e continha um divertido intercâmbio entre vários Freddies, e às vezes soa como se ele estivesse discutindo consigo mesmo.

– Começa com um violão de doze cordas, a música tem todas as características de um clássico do blues.

– O cantor conta sua vida como ladrão e vigarista, justificando seus crimes e explicando que sua situação financeira o impede de pagar o aluguel.

– A música se move para uma jam session onde interessantes improvisações de guitarra e vocais se misturam, oferecendo um fragmento fascinante ao invés de uma faixa completa do Queen.

– Embora não seja a faixa mais forte já escrita pelo Queen, certamente teria sido para uma boa diversão em The Miracle, mesmo que apenas por seu uso proeminente de violão de 12 cordas.

 

 

Fonte:

Queen all the songs: the story behind every track – Bernoît Clerc
Queen em discos e canções – Marcelo Facundo Severo

Sites: www.queenpedia.com
www.queenvault.com

 

Livros:

Georg Purvis. Queen: Complete Works.

Bernoît Clerc.  Queen all the songs: the story behind every track

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

Outras notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *