32 anos se passaram desde o lançamento do “The Miracle”

Após o lançamento do álbum A Kind of Magic (lançado em 02 de junho de 1986), a banda saiu em uma turnê (Magic Tour), que seria a última com Freddie Mercury, fato que só seria conhecido no ano seguinte.

No ano de 1987, após o término da Magic Tour a banda fez uma pausa e cada membro da banda aproveitou o tempo livre da maneira que quis. Freddie (que já sabia que era soropositivo), se concentrou na sua colaboração com a soprano espanhola Montserrat Caballé. Foi um período difícil para ele porque o seu ex-gerente pessoal, Paul Prenter havia feito revelações sobre a sua vida privada para o tabloide britânico The Sun, contando muitos detalhes da sua vida sexual e de seus excessos. Nessa mesma época, Brian estava se separando de sua primeira esposa, e também havia perdido o seu pai, que era um herói para ele. O guitarrista ficou muito deprimido e encontrou consolo  como produtor do álbum de Anita Dobson, atriz com quem havia começado um relacionamento e com quem está até hoje.  A música Scandal, escrita por Brian, foi uma música destinada à imprensa britânica que perseguia May para saber detalhes de sua vida privada.

Roger estava trabalhando no terceiro álbum do The Cross, seu outro grupo.

No início de janeiro de 1988 o grupo se reuniu para gravar o próximo álbum, e a banda decidiu que dali em diante todas as canções seriam atribuídas a todo o grupo.

Brian May comentaria:

“Tomamos uma decisão que deveríamos ter feito quinze anos atrás. Decidimos que escreveríamos como Queen, que creditaríamos tudo a nós quatro […]. Também ajuda quando você escolhe singles, porque é difícil ser imparcial sobre uma música que é puramente de sua própria criação.”

Outra decisão tomada foi que todos os membros do grupo trabalhariam juntos na gravação do álbum.

May recordou: “Era como nos velhos tempos, com todos nós presentes e muitas discussões, mas construtivas.” 

Foi durante a gravação desse álbum que Freddie contou para o grupo sobre o seu estado de saúde.

Brian May mais uma vez lembrou:

“Assim que percebemos que Freddie estava doente, nos agrupamos ao redor dele como uma concha protetora. Estávamos mentindo para todos, até para nossas próprias famílias, porque ele não queria que o mundo se intrometesse em sua luta. Ele costumava dizer: ‘Não quero que as pessoas comprem nossos malditos discos por simpatia’. Todos nos tornamos muito próximos. Crescemos muito.” Ele também disse: “Nós nunca conversamos sobre isso e era uma espécie de lei não escrita que não o fazíamos, porque Freddie não queria”. As sessões de gravação duravam no máximo três semanas e eram distribuídas ao longo do ano para que Freddie pudesse descansar entre as sessões.

A maioria das sessões ocorreu no Olympic Studios e no Town House em Londres, mas algumas foram concluídas em Montreux, no Mountain Studios, porque, como Brian May explicou:

“Tornou-se difícil trabalhar em Londres porque havia um terrível foco e atenção em [Freddie]. As pessoas estavam enfiando câmeras nas janelas do banheiro dele […]. Montreux era um lugar muito mais tranquilo para se trabalhar, então terminamos com um monte de coisas lá”.

Dessas sessões, surgiram várias músicas de rock (Scandal, Khashoggi’s Ship, Breakthru) e faixas de rock pesado (I Want It All, Was It All Worth It). Em janeiro de 1989, o décimo terceiro álbum estava completo, e foi lançado em 22 de maio de 1989.

As músicas Hang On In There, Hijack My Heart e Stealin´ foram lançadas como lado B de singles, mas não foram incluídas no álbum.

O single I Want It All precedeu o lançamento de The Miracle e Roger e Brian assumiram o trabalho de promoção do disco, evitando as perguntas sobre o estado de saúde de Freddie. A capa do álbum foi criada pelo designer Richard Gray e seu técnico, Richard Baker, que produziu a fotomontagem a partir de fotos tiradas por Simon Fowler. Ela mostra os rostos dos 4 integrantes fundidos em um só e capta bem o espírito do álbum, pois os músicos se tornaram uma entidade única. É o retrato de uma família unida, descrita por Brian May:

“O grupo tende a ser a família mais estável que temos, embora seja difícil ver como ficamos juntos todo esse tempo. Roger é o mais extremo em extravagância e estilo de vida rock ‘n’ roll. Freddie é um mistério, ninguém sabe ao certo de onde ele vem. John também [é] o baixista silencioso arquetípico – ele pode ser incrivelmente atencioso e inexplicavelmente rude, fazer alguém se enrolar e morrer com algumas frases. Ele é muito estranho, mas é o líder do lado dos negócios […]. E eu, acho que os outros diriam que sou o membro mais teimoso da banda e posso ver isso em mim mesmo.

Outras músicas do álbum:

 

Fontes:
Livros:
Queen all the songs: the story behind every track – Bernoît Clerc
Queen em discos e canções – Marcelo Facundo Severo

Sites: www.queenpedia.com
www.queenvault.com

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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