Queen e o Irã – A liberação da música ocidental

A boa música não tem fronteiras ou limitações

– Queen foi a primeira Banda de Rock britânica à lançar disco no Irã, com aprovação oficial do governo, em 24 de Agosto de 2004, sem que a Polícia da Moral  aplicasse seus conhecidos métodos repressivos.

Bandeira do Irã

– Foi uma surpresa!

– Depois de 25 anos criminalizando e banindo a música ocidental, perseguindo e punindo quem a escutava, algumas dessas canções consideradas depravadas receberam o selo oficial de aprovação da República Islâmica do Irã.

– No Irã, a música ocidental, como em todos os países islâmicos, era estritamente proibida e a homossexualidade considerada um crime. E como todos sabemos das origens parsi de Freddie, os Álbuns piratas do Queen ainda foram importados ilegalmente por anos, o que fez do Queen uma das Bandas mais populares do Irã, até serem aprovados pelo governo da época.

– Este foi apenas um pequeno gesto num país onde, como se sabe, as mulheres ainda estão sujeitas à leis abusivas e discriminatórias.

– O Álbum, em fita cassete, contém sucessos como Bohemian Rhapsody, The Miracle e I Want To Break Free, mas há informações de que foram excluídas várias canções românticas do Queen.

– O Álbum que custava menos de US$ 1, vinha com um folheto explicativo e a tradução das letras do grupo.

– O folheto informava aos fãs do Queen que Bohemian Rhapsody fala sobre um jovem que matou alguém acidentalmente e, como Fausto, vendeu sua alma ao diabo. Na véspera de sua execução, ele chama Deus em árabe – Bismillah – e assim resgata sua alma.

– Akbar Safari, um vendedor em uma livraria que vende discos na capital iraniana, Teerã, disse na época que o Álbum já estava tendo uma boa saída.

– Outros artistas ocidentais tiveram Álbuns com coletâneas lançados oficialmente no mercado iraniano, inclusive Elton John, Julio Iglesias e Gypsy Kings.

* Notas complementares –

– Houve um tempo em que os iranianos podiam curtir a música ocidental e ouvir suas Bandas favoritas.

– Até 1979, quando a Revolução Islâmica impôs suas leis autoritárias e antiocidentais. Qualquer coisa lançada por Bandas estrangeiras foi criminalizada, suas músicas foram banidas, as lojas de discos desapareceram e os locais de shows ficaram em silêncio. Qualquer um pego tocando música considerada anti-islâmica podia ser multado, açoitado ou preso por cometer atos corruptos, de acordo com a lei iraniana.

– No entanto, muitas pessoas continuaram a ouvir discos não-islâmicos.

– Nasceu um mercado pirata que distribuía cassetes e LPs secretamente.

– Países vizinhos, como Turquia ou Iraque, favoreceram esse comércio ilegal. Fitas originais de alta qualidade eram difíceis de encontrar e geralmente apenas cópias de cópias estavam disponíveis. Mas a qualidade era o mínimo.

 

Fitas, Fitas, Fitas …

– O governo islâmico reforçou seu controle sobre a sociedade. Além das dificuldades de obtenção de música no exterior, seu custo subiu tanto que dobrou, triplicou e até quadruplicou o preço original. Com o tempo, um grande mercado negro se desenvolveu e, em 1986, os últimos sucessos ocidentais estavam disponíveis nas ruas iranianas, uma semana após seu lançamento.

Em algumas áreas da cidade, quando estávamos andando, um cara aleatório sussurrava fitas, fitas, fitas, disse Hossini à Euronews.

 

– A diligente Polícia da Moralidade perseguiu os distribuidores, prendeu-os ou impôs pesadas multas. Segundo o depoimento de um jovem iraniano à AFP, com apenas 17 anos foi detido e colocado numa cela junto com outros 30 homens –  assassinos, narcotraficantes e estupradores -, porque foi descoberto em uma lanchonete com sua namorada e algumas fitas cassete do The Doors e do Queen.

A polícia levou isso muito a sério. Fui punido e insultado. Eles disseram que era uma música maligna e que eu me tornaria um pervertido.

 

*A Revolução do Queen –

– No país da Ásia Ocidental, a homossexualidade é considerada crime. Desde o início da Revolução Islâmica, estima-se que milhares de pessoas foram executadas por sua condição sexual.

– Freddie Mercury (Farrokh Bulsara), sempre se orgulhou de sua ascendência iraniana e de sua origem zoroastriana (Religião baseada nos ensinamentos do profeta Zaratustra).

– Farrokh é um nome persa popular que significa fortuna e felicidade.  De acordo com sua irmã, sua fé no Zoroastrismo o inspirou a seguir seu sonho.

– Enquanto Freddie Mercury canta I Want To Break Free …

– Enquanto alguns dos maiores sucessos do Queen tocavam nas rádios iranianas, as leis abusivas e brutais dos Aiatolás continuam a correr soltas.

– Enquanto Bohemian Rhapsody tocava, as patrulhas da Guarda Revolucionária paravam qualquer mulher e verificavam suas roupas.

– Enquanto Freddie Mercury cantava I Want To Break Free, Nika Shakarami era presa por usar o véu incorretamente. Ela estava protestando nas ruas de Teerã … e foi brutalmente assassinada. Tinha 16 anos …

 

Via: https://los40.com/…/31/los40classic/1667239992_252215.html

Fontes –

– BBC Londres

– Queen Factory

Sheila Pauka

Meu nome é Sheila Pauka, uma "jovem senhora" de 58 anos, fã da Banda Queen desde 1984, quando descobri Radio Ga Ga. Eu moro no estado de Goiás. Sou casada e mãe de 01 casal de gêmeos. Me formei em Turismo e Administração de Empresas aqui no Brasil. Em 2021 tive a honra de fazer parte da equipe da tradução do livro Freddie Mercury A Life In His Own Words do inglês para o português e conheci alguns bons amigos, que mantenho até hoje. Colaboro com o site Queennet.com.br desde Outubro de 2021, em postagens semanais. Agradeço ao site pela oportunidade, fazendo votos que apreciem as muitas histórias contadas. Abraços Queenianos !

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INGRESSOS QUEEN’S DAY

Postado por - 1 de novembro de 2006 0
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