Álbuns do Queen – Curiosidades – Parte 2/15 – Queen II – por Helenita dos Santos Melo

2º Álbum “QUEEN II” – (1974)

Procession

– É uma música instrumental “majestosa, régia e fúnebre”, foi composta por Brian May, um grande amante da música clássica, tendo as partituras de Gustav Mahler em mente.

– A gravação foi feita com várias faixas.

– As partes sobrepostas foram gravadas com a sua guitarra Red Special através do “Deacy Amp”, amplificador projetado artesanalmente por John Deacon.

– A música se tornou a sigla de abertura de todas as apresentações do Queen no período de setembro de 1973 a maio de 1975, para depois ser retomada ocasionalmente em 1977 para shows no Earls Court Arena.

– Roger Taylor também contribui a este instrumental, usando apenas um pedal de bumbo.

 

Father to Son

– Foi escrita por Brian May e apresenta seções de heavy metal e uma parte de piano tranquila, tocada por ele também (no clip oficial).

– Como Procession, Father to Son, tem partes com Brian na guitarra multi-track tocada através do amplificador Deacy Amp, construído artesanalmente por John Deacon.

– Foi escrita da perspectiva do pai ao falar ou pensar em seu filho. O Queen imediatamente adicionou a música às suas listas de reprodução ao vivo.

– Em 1975, foi retirada dos shows ao vivo, mas reviveu algumas vezes em 1976.

– A música é a segunda do álbum: depois de Procession e antes de White Queen (As It Began). Não há pausa no início ou no final, mas as três músicas estão ligadas uma após a outra.

 

White Queen (As It Began)

– Foi composta por Brian May durante seus estudos de astronomia no Imperial College London.

– Todos os vocais são cantados por Freddie Mercury, incluindo algumas harmonias multitrack que emulam um coro angelical.

– A letra é sobre o amor não correspondido do guitarrista por uma garota, a quem ele não conseguia confessar seus sentimentos.

– A esse respeito, Brian declarou em uma entrevista subsequente: “Lembro que estava totalmente apaixonado por essa garota que estudava biologia e nunca tinha falado com ela nem sequer uma vez… Eu estava com medo de perguntar se ela queria sair comigo, depois ela se tornou uma grande amiga, uma coisa muito estranha…”.

– A música apresenta uma atmosfera descontraída, deprimente e triste, num clima de incrível beleza bem como ao seu som. Para esta música, Brian May usou uma guitarra Hairfred que tinha desde a infância.

https://youtu.be/f8usNj4x9NA

 

Some Day One Day

– É a primeira música cantada inteiramente por Brian May em um álbum do Queen e é inspirada, através da evocação de ambientes medievais, pela ideia de um lugar onde todos os relacionamentos fossem perfeitos.

– Esse tema foi revisitado pelo guitarrista alguns anos depois, no álbum solo Another World.

– Nessa música, Brian toca guitarra acústica e elétrica. O último solo de guitarra, durante o “fade-out”, consiste em três partes de solo.

– Este tipo de arranjo complexo é típico de Brian, mas normalmente as guitarras tocam partes em harmonia, enquanto neste caso tocam partes diferentes umas das outras.

– Em 1996, a banda argentina “Soda Stereo” gravou uma versão em espanhol de “Some Day One Day” chamada “Algún Día”, incluída no álbum “Tributo a Queen: Los Grandes del Rock en Español”, lançado em outubro de 1997.

 

The Loser in the End

– É a única contribuição de Roger Taylor no álbum, como autor e vocalista.

– Embora “Queen II” não possa ser considerado um “concept album”, esta música parece “separada” de todas as outras faixas, que estão conectadas entre si pelo tema tratado ou pelo tom.

– É uma espécie de ode, longe de ser ouvida, a todas às figuras maternas do mundo, arranjada em um tom de hard rock com muitas partes complicadas de bateria e órgão ao fundo.

– Os críticos não ficaram entusiasmados com a música. O tema desta música é um jovem que, após 20 anos, deixa a casa dos pais e um vazio na mãe, que tem dificuldade em assimilar a situação, em certas partes fala sobre o apoio da mãe e porque é que devem ser valorizados.

– Nunca tocada em show pela banda, a música é apresentada como lado B na versão japonesa do single Seven Seas of Rhye, no lugar de See What A Fool I’ve Been.

 

Ogre Battle

– Freddie Mercury compôs Ogre Battle na guitarra em 1972.

– A banda desistiu de incluir essa faixa no primeiro álbum (Queen), preferindo esperar até que tivesse mais liberdade no estúdio para poder gravá-la corretamente.

– Esta peça é musicalmente complexa, sendo construída sobre uma estrutura acíclica e modulações inusitadas.

– A pedido de Freddie Mercury, o produtor Roy Thomas Baker introduziu muitos efeitos progressivos durante as sessões de gravação, como tambores reversos, gritos selvagens e gongos de reverb pesados.

– Outra coisa interessante sobre essa música é que, junto com The Fairy Feller Master-Stroke e Nevermore (ambas nesse mesmo álbum), ela forma uma espécie de conexão, já que o som do gongo no final de Ogre Battle continua a diminuir no início de The Fairy Feller Master-Stroke e o solo de piano de The Fairy Feller Master-Stroke continua no início de Nevermore.

https://youtu.be/fhIzRul3qFU

 

The Fairy Feller’s Master-Stroke

– Freddie Mercury escreveu essa música depois de ver a pintura de Richard Dadd, com o mesmo nome.

– Richard Dadd (1 de agosto de 1817 – 7 de janeiro de 1886) foi um pintor britânico.

– Pertencente ao período vitoriano, é conhecido pela representação de fadas e outros assuntos sobrenaturais, cenas orientais e enigmáticas, com detalhes obsessivamente minuciosos.

– A maior parte dos seus trabalhos pelos quais ele é conhecido foi criada enquanto ele estava preso em um hospital psiquiátrico, onde ficou confinado após matar seu pai em 1843.

– Conta-se que algumas vezes quando o Queen tinha algum tempo livre, Freddie os levava para admirar a pintura na “Tate Gallery” em Londres, onde estava em exibição.

– O complexo arranjo da peça é baseado em uma faixa básica de piano, baixo e bateria, completada por cravo e partes de vocal e guitarra sobrepostas.

 

Nevermore

– Balada para piano escrita e cantada por Freddie Mercury; ela se conecta à música anterior e é a mais curta do álbum (excluindo a introdução “Procession”).

– A música foi tocada pelo Queen nos estúdios da BBC em 3 de abril de 1974 em um arranjo diferente com baixo e bateria, ausente na versão final. Esta versão foi incluída na compilação “On Air”, de 2016.

– Ela nunca fez parte de uma turnê musical do grupo.

– Todas as partes vocais foram executadas por Freddie, que também acrescentou alguns efeitos de “toque” de piano contemporâneo.

– Suspeitou-se amplamente que esses efeitos eram sintetizadores; entretanto, eles foram criados por alguém que dedilhava as cordas do piano enquanto Freddie tocava as notas. Nevermore é uma pequena balada escrita por Freddie sobre os sentimentos após um desgosto.

 

Funny How Love Is

– A música, como muitas outras do álbum, começa perfeitamente com a música anterior.

– Ela difere dos sons e temas do álbum (o principal é o contraste entre o bem e o mal), sendo uma ode simples e entusiástica ao amor livre.

– A música apresenta um caráter alegre, onde as vozes assumem um papel primordial na composição.

– Funny How Love Is foi criada em estúdio. Freddie a escreveu e tocou piano enquanto Robin Cable produzia.

– Foi produzida na técnica da “parede do som”. Ela nunca foi tocada ao vivo, principalmente devido aos vocais exigentes de alto registro de Freddie ao longo da música.

 

Seven Seas of Rhye

– Esta música foi originalmente planejada para o primeiro álbum, mas depois apenas uma versão instrumental foi tocada.

– O tema é o dominante de todo o álbum, que é o confronto entre as forças do bem e do mal.

– A decisão de extrair a música como single deveu-se às críticas ao primeiro single Keep Yourself Alive, que trazia uma longa introdução.

– Na introdução de Seven Seas of Rhye, na verdade, tudo acontece imediatamente. – A canção deu ao grupo londrino seu primeiro hit, alcançando a décima posição na Inglaterra. Segundo Roger Taylor, o vídeo não foi gravado na BBC porque eles estavam em greve.

Seven Seas of Rhye apresenta uma introdução distinta de piano com arpejo. Na gravação do Queen II, os arpejos são tocados com as duas mãos, uma oitava de diferença, enquanto na gravação abreviada do Queen e na maioria das apresentações ao vivo, Freddie reproduz a versão mais simples desses arpejos com uma mão.

O tema “Rhye” também aparece no final de It’s a Beautiful Day (reprise), no último álbum da banda Made in Heaven (1995).

 

Fontes:

– Comunità Queeniana

– Queen Unread – Le Traduzioni Inedite

– Queenpedia

– Songfacts

– QueenZone

– Queen Archives

– Queen Concerts

– Queen Vinyls

– Queen Fans Italia Worldwide

–  Queenheaven.it

– Freddie Mercury Queen Italia

– Queen in Rocks: Tutte le Canzoni dalla A alla Z (Marco Di Pasquale)

– Queen Opera Omnia: Le storie dietro le canzoni (Roberto De Ponti)

– Matematica Rock: Storie di musica e numeri dai Beatles ai Led Zeppelin (Paolo Alessandrini)

– Queen: Biografía, letra y música (Adolfo Pérez Agustí)

– Freddie Mercury: A Biografia Definitiva (Anna D’Angelo)

– Queen Unseen (Peter Hince)

– I Miei Anni con Freddie Mercury (Jim Hutton)

– Queen La Biografia Ufficiale (Jacky Gunn e Jim Jenkins)

– A Verdadeira História do Queen (Mark Blake)

– Freddie Mercury: Una Biografia Intima (Peter Freestone)

– Freddie Mercury: Una vita nelle sue parole (Greg Brooks e Simon Lupton)

 

 

Cláudia Falci

Sou uma professora de biologia carioca apaixonada pela banda desde 1984. Tenho três filhos, e dois deles também gostam do Queen! Em 1985 tive o privilégio de assistir a banda ao vivo com o saudoso Freddie Mercury. Em 2008 e 2015 repeti a dose somente para ver Roger e Brian atuando. Através do Queen fiz (e continuo fazendo) amigos por todo o Brasil!

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