A voz de Freddie Mercury

A ciência explica a beleza da voz de Freddie Mercury:

– O professor Christian Herbst examinou cientificamente o alcance vocal e a qualidade que o lendário frontman exibia ao cantar suas canções.

– Freddie Mercury faleceu há mais de 30 anos, mas ainda é considerado um dos melhores cantores de rock da história. Talento, criatividade, senso de entretenimento, transformação, mas acima de tudo sua voz o tornou imortal.

– Um estudo europeu, publicado na revista científica Logopedics Phoniatrics Vocology com o título de Freddie Mercury – Acoustic analysis of speaking fundamental frequency, vibrato and subharmonics, quis investigar a sua voz do ponto de vista científico. O professor Christian Herbst, que sempre esteve envolvido em suas pesquisas sobre a voz, disse que ficou fascinado com a técnica vocal de Freddie desde as primeiras vezes que a ouviu. Segundo sua análise, a chave de sua grandeza está em seu vibrato, que difere, ainda que ligeiramente, dos de outros cantores profissionais.

– Do ponto de vista das aptidões físicas, Freddie é definido como normal, mas com um grande domínio da voz, muitas vezes utilizada até atingir o limite, superior àquela compatível com ele. O domínio de técnicas vocais raras também é central.

Freddie Mercury usa um tom mais alto do que o geralmente usado pelos barítonos na ópera, embora de uma forma mais irregular do que eles podem fazer, mas isso cria uma marca vocal única, explica Herbst.

– Na análise, os pesquisadores selecionaram cuidadosamente o material para evitar que fosse corrompido pela pós-produção na sala de gravação. Desta forma, a equipe verificou o alcance do cantor, que está em 37 semitons, pouco mais de três oitavas, e não as quatro oitavas declaradas em outros lugares.

– A equipa de pesquisadores provenientes da República Checa, Áustria e Suécia contou com a presença de um cantor profissional, o dinamarquês Daniel Zangger-Borch, que, com uma voz que naturalmente não era a mesma mas semelhante à de Freddie, conseguiu atuar como um cobaia para esses estudos.

– Filmando a laringe de Daniel Zangger-Borch a 4000 quadros por segundo, descobriu-se que Freddie provavelmente usava sub-harmônicas: uma modulação particular da voz (típica de algumas canções particulares como as dos Tuvan, da Mongólia), mas acima de tudo as cordas vocais de Freddie se moviam em uma velocidade muito mais rápida do que normalmente relatada entre os humanos.

– Christian Herbst afirmou que a voz de Freddie não era nem mais nem menos normal para um adulto saudável e que, ao contrário do que sempre se acreditou, é provável que Mercury fosse um barítono que tenha cantado como um tenor, com controle excepcional de sua voz. Dados que ao mesmo tempo confirmam a hipótese de que houve, sem dúvida, um componente extraordinário na voz de Freddie.

 

Uma força da natureza com a velocidade de um furacão: assim foi denominado Freddie Mercury… e nós sabemos literalmente por quê.

 

Nota 1: Christian T. Herbst é um cientista austríaco da voz. Estudou pedagogia da voz na Mozarteum University, Salzburg, Áustria, e trabalhou por vários anos como pedagogo da voz.

Nota 2: Daniel Zangger Borch é PhD em Performance Musical no Voice Center, Estocolmo, Suécia. É o primeiro especialista em vozes cantadas a estudar cientificamente o funcionamento da voz rock, pop e soul. Ele foi pioneiro em assuntos como distorção vocal.

Nota 3: Kongar-ol Ondar foi um cantor e político russo. Ele era um mestre do canto harmônico Tuvan. Faleceu em 2013, aos 51 anos, após uma hemorragia cerebral.

 

 

Kongar-ol Ondar cantando

 

Fonte: OK Salute e Benessere

Pesquisa e tradução: Helenita dos Santos Melo

 

Helenita Melo

Me chamo Helenita dos Santos Melo, sou gaúcha de Cachoeira do Sul e nasci em 25 de janeiro de 1964. Sempre gostei de música, e possuo gosto musical bastante variado. Iniciei minha trajetoria no coral da Igreja Adventista de minha cidade natal e mais tarde me tornei cantora em grupos amadores e profissionais. Eu era fã “normal” do Queen há muitos anos… até o lançamento do filme “Bohemian Rhapsody” (2018), onde a minha paixão reascendeu de maneira muito forte e intensa. Eu me defino como “uma dona-de-casa curiosa” e estou sempre pesquisando, aprendendo e compartilhando o que sei sobre a banda, e me tornei uma pessoa bastante conhecida nas redes sociais. Desde 2004 resido em Bolzano (Itália) e sou casada com o Dr. Nicola Ciardi, fundador do festival de jazz daquela cidade em 1982.

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